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Armas Históricas

7 Armas da Primeira Guerra Mundial

Crivando, despedaçando, incinerando e asfixiando… Tudo era válido para matar o máximo de inimigos em menos tempo. Confira algumas das terríveis armas da Primeira Guerra Mundial!


7 Armas da Primeira Guerra Mundial
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Escrito por Eudes Bezerra
Leitura: 8 minutos

 

soldados e cachorros com máscaras de gás
Soldados alemães e cachorros usando máscaras de gás para se prevenir da guerra química. Créditos: Bettmann / Corbis.

As armas da Primeira Guerra Mundial resultaram em uma matança nunca vista antes. Criadas ou modificadas pelas forjas da Revolução Industrial, as armas da Grande Guerra foram largamente utilizadas na tentativa de vencer o conflito mundial.

Crivando, despedaçando, incinerando e asfixiando… Tudo era válido para matar o máximo de inimigos em menos tempo, acreditando que a guerra acabaria rapidamente.

Metralhadoras, lança-chamas, gases venenosos, aviões e tantos outros armamentos foram postos no tabuleiro de guerra das potências imperialistas.

TÓPICOS: ARMAS DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

1 Paz Armada, investimentos nas armas da Primeira Guerra Mundial
2 A oportunidade: a Primeira Guerra Mundial
3 Armas da Primeira Guerra Mundial
⠀⠀3.1 Lança-chamas
⠀⠀3.2 Metralhadoras
⠀⠀3.3 Gases venenosos
⠀⠀⠀⠀⠀3.3.1 Exemplo de uso de gases venenosos na Grande Guerra
⠀⠀3.4 Encouraçados, os dreadnoughts
⠀⠀3.5 Tanques de guerra
⠀⠀3.6 Aviões
⠀⠀⠀⠀⠀3.6.1 Exemplo de uso do avião na Grande Guerra
⠀⠀3.7 Submarinos
Referências

1 – PAZ ARMADA, INVESTIMENTO NAS ARMAS DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Este período, que ficou conhecido como Paz Armada, não tem uma data propriamente dita para marcar o seu início, mas por vezes se diz que teria ocorrido com a Conferência de Berlim (1884–1885) e durado até o início da Primeira Guerra Mundial (1914).

Antes de a Grande Guerra começar, somas financeiras astronômicas tinham sido investidas nas últimas décadas para o refinamento bélico.

A cada nova tecnologia que surgia, os antigos planos de ataque e defesa eram atualizados. Faltava apenas a oportunidade para pôr em prática o ensaio.

2 – A OPORTUNIDADE: A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

As armas da Primeira Guerra Mundial cuspiram aço e fogo em 28 de julho de 1914, quando o império austro-húngaro invadiu a Sérvia buscando retaliação pelo assassinato de Francisco Ferdinando. O arquiduque Ferdinando, herdeiro do império, tinha sido assassinado pelo nacionalista sérvio Gravilo Princip exatamente um mês antes.

O conflito terminou quatro anos depois, em 1918, deixando um imenso rastro de destruição que arruinou a Europa.

Ao menos 9 milhões de soldados foram mortos e outros 30 milhões tiveram seus corpos mutilados. 20 milhões de civis também pereceram na guerra.

OBSERVAÇÃO

A Grande Guerra testemunhou uma infinidade de armamentos e técnicas, de modo que esta lista simplesmente não teria condições de examinar todas.

Alicerçada sobre isso, esta lista elencou 7 Armas da Primeira Guerra Mundial emblemáticas e que entraram para a história da guerra causando grande destruição.

3 – ARMAS DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

3.1 Lança-chamas

Desenvolvido em 1901 pelo alemão Richard Fiedler, o moderno lança-chamas teria sido agregado às forças germânicas em 1911. Franceses e ingleses também utilizaram os seus modelos, mas com elevada ressalva devido às dificuldades do emprego e a extrema vulnerabilidade do seu portador.

O mais notório no emprego dessa arma era o devastador efeito psicológico causado. O desespero e o grito dos soldados ardendo em chamas juntamente com o forte cheiro de carne humana sendo consumida representava uma brutal e traumática imagem da guerra moderna, o que por vezes causou grande repulsa a essa arma.

lança-chamas na primeira guerra mundial
Equipe germânica disparando lança-chamas em trincheira. Com tremendo efeito psicológico, os lança-chamas se popularizaram rapidamente, apesar do curto alcance, dificuldades de manejo e perigo aos que se atreviam a carregar o bombástico cilindro de combustível. Créditos: autoria desconhecida.
lança-chamas uma das armas da primeira guerra mundial
O lança-chamas era tão temido que os próprios operadores costumavam ser detentos libertados para servir no exército alemão, 4 de abril de 1917. Créditos: Arquivo Federal Alemão.

3.2 Metralhadoras

Embora a sua concepção tivesse ocorrido algumas décadas antes pelo norte-americano Richard Jordan Gatling, somente por ocasião da Primeira Guerra Mundial as metralhadoras foram largamente utilizadas e aperfeiçoadas devido a sua impressionante quantidade de disparos por minuto.

No início eram pesadíssimas e somente o exército alemão estava completamente integrado com a nova arma. Porém, logo a ceifadora de vidas em rajadas se alastraria aos demais exércitos por ocasião de modelos mais leves e compactos.

metralhadora lewis primeira guerra mundial
Soldados norte-americanos a metralhadora leve Lewis, 1917. A metralhadora era capaz de realizar 550 tiros por minuto. Créditos: Harris & Ewing / Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.
alemães com metralhadora uma das armas Primeira Guerra Mundial
Equipe de metralhadora alemã. Geralmente a metralhadora precisava de uma equipe não só para disparar, recarregar e proteger os flancos, como também para substituir o artilheiro quando morto ou ferido. Créditos: autoria desconhecida.

3.3 Gases Venenosos

Em 22 de abril de 1915, durante a Segunda Batalha de Ypres, os alemães lançaram um grande ataque de gás de cloro sobre trincheiras ocupadas por britânicos, franceses e argelinos. Em apenas 10 minutos, 5 mil soldados estavam mortos e milhares feridos.

O poder destrutivo da arma química rapidamente seduziu os demais exércitos que passaram a utilizar o gás de cloro e outros elementos, sobressaindo-se o famoso assassino químico da Primeira Guerra, o gás mostarda.

soldados atacando com gases venenosos
Tropas de assalto alemãs protegidas por uma nuvem de gás fosgênio na França. Créditos: Hulton-Deutsch Collection / CORBIS. ID: HU037075.
soldados feridos por gás primeira guerra mundial
Vítimas de armas químicas da Grande Guerra em fila indiana. Créditos: Thomas Keith Aitken.

3.3.1 Exemplo de uso de gases venenosos na Grande Guerra

O emprego de gases tóxicos fez parte das sucessivas técnicas da guerra. Diante do impasse da guerra de trincheiras, buscou-se cada vez mais criar e aperfeiçoar técnicas para dar prosseguimento às ofensivas.

A paralisia enfrentada na “terra de ninguém” arrefecia o moral das tropas e mais dispendiosos se tornavam os materiais industriais e humanos.

soldados alemães treinando com cortina de gases tóxicos
Soldados germânicos treinando ataques com gases tóxicos na Frente Ocidental. Créditos: Süddeutsche Zeitung / SZ.de/kbb/odg.

3.4 Encouraçados, os dreadnoughts

Os encouraçados surgiram na Inglaterra em 1906 com o lançamento ao mar do poderoso HMS Dreadnought, um imenso navio de guerra com mais de 18 mil toneladas, padronizado com dez canhões de 12 polegadas e motores a gás.

Os encouraçados eram navios extremamente resistentes e poderosos contra qualquer outro tipo de embarcação e defesas costeiras. Os encouraçados se tornariam tão poderosos que eram facilmente capazes de ostentar alguns dos maiores canhões da história.

encouraçado dreadnought
O encouraçado britânico HMS Dreadnought em 1906 revolucionou a guerra naval de modo que o seu nome se tornou sinônimo de encouraçado em diversas nações. Créditos: Centro Histórico da Marinha dos EUA.
couraçado armas da primeira guerra mundial
O encouraçado norte-americano camuflado USS West Mahomet, 1918. A camuflagem marítima ajudava eficientemente a longas distâncias. Créditos: Comando de História Naval e Patrimônio / Marinha dos EUA.

3.5 Tanques de guerra

Criado pelos britânicos com a promessa de quebrar o impasse da guerra de trincheiras, os tanques de guerra surgiram em 1916 com o Mark I.

Blindados, tracionados por lagartas e muito bem armados, mostravam-se uma promissora arma de guerra. Contudo, ainda eram engenhos confusos e demandavam de paciência de seus tripulantes.

Os franceses estavam desenvolvendo tanques bem avançados, quando a guerra terminou e todos os investimentos foram cancelados. Porém, as ideias permaneceram e os veículos adquiririam a maturidade na Segunda Guerra Mundial, ganhando o apelido de os reis do campo de batalha.

tanque mark I
Tanque britânico Mark I, o primeiro tanque de guerra da história a entrar em operação. Créditos: autoria desconhecida.
tanque mark i como umas das armas da grande guerra
Tanque britânico Mark I camuflado. Créditos: Bain News Service.

3.6 Aviões

Os aviões sem dúvida representaram a maior inovação armamentista da Primeira Guerra Mundial, visto que, embora recentemente inventados, já se projetavam sobre a guerra. Logo a aviação militar ganharia seus ases, sobretudo o Ás dos Ases, o alemão Manfred Von Richthofen (O Barão Vermelho).

Inicialmente restritos a funções de reconhecimento, logo passaram a desempenhar funções de escolta e bombardeio. No fim da guerra surgiria o conceito de bombardeio estratégico, onde o foco é a destruição do parque industrial inimigo para sua limitação de guerrear ou mesmo colapso dos meios de produção.

Interessante o dito pelo italiano Giulio Douhet, um teórico da aviação militar, poucos anos antes da Grande Guerra:

O céu está prestes a se tornar um novo campo de batalha, tão importante quanto a terra e o mar. Para conquistar o ar será necessário privar o inimigo de todos os possíveis meios de voo, atingindo a partir do ar as suas bases operacionais e os seus centros produtivos. Nós devemos nos acostumar com essa ideia e estar preparados.

Handley Page uma das armas da primeira guerra mundial
Handley Page, um eficiente bombardeiro britânico da Primeira Guerra Mundial. Créditos: autoria desconhecida.
aviador alemão soldando bomba
Na Primeira Guerra Mundial, era comum que as bombas fossem lançadas com a mão. Créditos: Max Pohly / The LIFE Picture Collection / Getty Images.

3.6.1 Exemplo de uso do avião na Grande Guerra

Em apoio aos aliados turcos otomanos que disputavam o imprescindível Canal de Suez, os alemães lançaram bombardeios aéreos a partir da Palestina e comandaram eficientes regimentos de artilharia turcos em terra.

A observação aérea era fundamental para o objetivo de preservar o território turco otomano contra as diversas diversas investidas da Tríplice Entente, sobretudo da Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia e França.

avião sobrevoando pirâmides
Um caça Rumpler C1 do império alemão sobrevoando — e observando — as Pirâmides de Gizé, no Egito, em 1915. A recente tecnologia aérea lançou os cavaleiros andantes aos céus estrelados e selvagens da Grande Guerra (1914–1918). Créditos: autoria desconhecida.

3.7 Submarinos

Chamados por vezes de lobos do mar, os submarinos foram destacadamente utilizados pela Alemanha que visava arruinar a poderosa marinha de superfície britânica para tomar o controle dos mares.

Diversos tipos de submarinos foram criados ao longo da Primeira Guerra Mundial, destacando-se as funções de caças (ataque), transportes, patrulhas e o lançamento das terríveis minas marítimas.

submarino alemão torpedeando embarcação
O exato — e extraordinário — momento em que um submarino alemão na superfície torpedeia uma embarcação mercante, atingindo-a em cheio. Créditos: Brusselle Arthur / Museu Imperial da Guerra, ID: Q20343.
submarino na Grande Guerra
Submarino da Marinha Imperial da Alemanha em superfície. Créditos: autoria desconhecida.


REFERÊNCIA(S):

CUMMINS, Joseph. As Maiores Guerras da História. trad. Vania Cury. Rio de Janeiro: Ediouro, 2012.
GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras: Conflitos Mundiais Através do Tempo. trad. Roger dos Santos. São Paulo: M. Books, 2005.
WILLMOTT, H. P.. Primeira Guerra Mundial. trad. Cecília Bartalotti, Myriam Campello, Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
IMAGEM(NS):
Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: contato@incrivelhistoria.com.br

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Eudes Bezerra

35 anos, pernambucano arretado, bacharel em Direito e graduando em História. Diligencia pesquisas especialmente sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e principalmente executar o que planeja. Na Internet, atua de despachante a patrão, enfatizando a criação de conteúdo.

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