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Armas Históricas

Asas de aço e fogo sobre a Terra: a Legião Condor

Ao prover apoio logístico e militar ao general Franco na Guerra Civil Espanhola, a Legião Condor Nazista assegurou valiosos testes para a Segunda Guerra.


A Legião Condor desfilando diante de Adolf Hitler
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Escrito por Eudes Bezerra
Leitura: 3 minutos
A Legião Condor desfilando diante de Adolf Hitler
A Legião Condor desfila diante Adolf Hitler após a sua arrasadora campanha na Guerra Civil Espanhola. Créditos: Hugo Jaeger. Time & Life Pictures / Getty Images.

Ao prover apoio logístico e militar durante a Guerra Civil Espanhola (1936-39), a Legião Condor forneceu a melhor “prestação de serviço” da guerra, abriu as portas do poder para o general Franco e testou armas e técnicas da Alemanha para a Segunda Guerra Mundial.

A Guerra Civil Espanhola foi um conflito travado entre os nacionalistas comandados pelo general Franco (apoiado pelos nazi-fascistas) e os governistas republicanos do socialista Caballero (apoiado pela URSS); dentre os interesses das nações estrangeiras, entretanto, encontrava-se também a oportunidade de testes práticos para novas estratégias, manobras e armas de guerra.

Para atuar no trágico cenário espanhol, a Alemanha Nazista criou a partir de voluntários a temida Legião Condor em novembro de 1936, apesar da intervenção germânica na guerra já ter ocorrido. Pouco antes da criação oficial, no mês de agosto, a aviação nazista havia realizado a primeira “ponte aérea militar” da História, ao transportar aproximadamente 20 mil soldados espanhóis (a elite do exército) do Marrocos (noroeste da África) para Sevilha, na Espanha.

Em termos gerais, a Legião Condor empregou entre 14 e 16 mil soldados (exército, marinha e sobretudo aeronáutica) considerados vitais para a vitória dos nacionalistas. Além dos soldados, armas, suprimentos e logística, o Condor Nazista se destacou essencialmente por seus “serviços aéreos” — bombardeios precisos e arrasadores que refletiram aprovação nos “testes práticos” da recém-criada Luftwaffe (Força Aérea Alemã). Ironicamente, inspiraram o painel Guernica do pintor espanhol, Pablo Picasso.

Porta-estandarte da Legião Condor
Porta-estandarte da Legião Condor Alemã. Estandarte similar ao que as tropas da Divisão Azul da Waffen-SS utilizariam durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45). Créditos: autoria desconhecida.

A guerra na Espanha também foi oportuna para a Itália de Mussolini e a União Soviética de Stalin. De simples pistolas a tanques, aviões e táticas de combate e bombardeio, muito se testou na Península Ibérica — “costuma-se dizer que tantos os fascistas como os comunistas testaram suas armas nos campos de batalha da Espanha e ensaiaram a Segunda Guerra Mundial.”

Ao término do pandemônio espanhol em meados de 1939, a Legião Condor Nazista havia se destacado nos testes e aperfeiçoado considerável número de experimentos bélicos, que seriam utilizados em poucos meses na Segunda Guerra Mundial (1939-45).

três bombardeiros Stuka
Os famosos bombardeiros de mergulho Stuka da Legião Condor. Créditos: AP Photo.
REFERÊNCIAS:
Área Militar. Ponte aérea Marrocos-Sevilha. Acesso em: 20 ago. 2013.
FERREIRA, Marcus. Viva la Muerte! A participação voluntária internacional ao lado de Franco na Guerra Civil Espanhola. Acesso em: 22 ago. 2013.
Luftwaffe 1939-45. As origens da Luftwaffe. Acesso em: 20 ago. 2013.
TOTA, Pedro. Segunda Guerra Mundial. In. MAGNOLI, Demétrio (org.). História das Guerras. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2011.
TRACCO, Mauro. Grandes Momentos: Chuva de Fogo. Revista Aventuras na História. São Paulo: Abril, n. 45, p.46-51, maio 2007.
VINCENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002.
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Eudes Bezerra

35 anos, pernambucano arretado, bacharel em Direito e graduando em História. Diligencia pesquisas especialmente sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e principalmente executar o que planeja. Na Internet, atua de despachante a patrão, enfatizando a criação de conteúdo.

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