Guerras

Independência dos Estados Unidos, 4 de julho de 1776

Após uma das mais sangrentas lutas pela liberdade, a Independência dos Estados Unidos foi assegurada por patriotas de norte a sul das Treze Colônias.


George Washington e soldados em barcos
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Autor: Eudes Bezerra
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George Washington e soldados em barcos
George Washington cruzando o rio Delaware, de Emanuel Leutze.

Trilhando uma das mais sangrentas lutas pela própria liberdade, a bandeira pela Independência dos Estados Unidos foi levada por patriotas de norte a sul das Treze Colônias e resultou na expulsão dos ingleses. O evento Influenciou os incríveis acontecimentos que dividiriam eras em 1789 — Revolução Francesa — e marcaria o início do caráter expansionista estadunidense.

1. CAUSAS DA GUERRA DE INPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS

Os acontecimentos que ensejariam a independência e o consequente imperialismo dos Estados Unidos ocorriam fora da América, mas seus efeitos eram duramente sentidos nela.

Na segunda metade do século XVIII, a Inglaterra, entre outros fatores, encontrava-se envolvida na Guerra dos Sete Anos (1756–1763) contra a França. Buscando financiar a longa guerra, assim como equilibrar as contas da coroa britânica ao seu término, tributos foram criados e outros tiveram suas alíquotas “energizadas” nas colônias.

A insatisfação dos colonos se intensificou e incidentes ocorreram, como o Massacre de Boston (1770) que teria deixado cerca de 80 mortos. Em 1773, novo imposto foi instaurado, a Lei do Chá, e não houve mais acordo pela dura repressão sofrida aos nativos americanos por terem jogados carregamentos de chá ao mar (carga valiosíssima à época).

2. CONGRESSO CONTINENTAL

Cansados dos altos impostos e de ver suas reivindicações desprezadas pela metrópole inglesa, ocorreram os dois Congressos do Continente (1774 e 1775), na qual as lideranças coloniais decidiram que independência das Treze Colônias deveria ser feita, assim como a provável guerra de defesa.

3. DIA 4 DE JULHO, A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS

Em 4 de julho de 1776, foi publicada a declaração de independência dos Estados Unidos da América. Contudo, ainda seria necessário defender o recém-nascido estado americano com sangue dos Casacas vermelhas (infantaria britânica).

O militar George Washington se tonou Comandante-em-Chefe e assumiu a responsabilidade de formar o exército que lutaria. Washington se tornaria o primeiro presidente dos Estados Unidos após a guerra de independência.

Declaração de Independência dos Estados Unidos
Declaração de Independência, 4 de julho, de John Trumbull, retratando o Comitê de Redação da Declaração de Independência apresentando seu trabalho para o Congresso Continental. O homem em pé, de camisa vermelha é Thomas Jefferson, considerado um dos pais dos EUA.

4. GUERRA DE INDEPENDÊNCIA E APOIO FRANCÊS E ESPANHOL

Os franceses e espanhóis estavam descontentes com as perdas na Guerra dos Sete Anos e apoiaram os americanos — apoio bastante influente contra a Grã-Bretanha. A guerra que se seguiu foi sangrenta e marcada pela determinação e versatilidade dos patriotas norte-americanos nas guerras de guerrilha.

“Foi um conflito de tipo pouco usual, por envolver, do lado britânico, uma força regular operando em certa medida no isolamento, separada da Grã-Bretanha pelo Oceano Atlântico (ainda que com o apoio de forças locais) e, do lado ‘rebelde’, um exército que cresceu da milícia existente e mais tarde teve a significativa assistência da França.”

batalha naval entre ingleses e franceses
Navios britânicos (direita) e franceses (esquerda) em batalha naval em Chesapeake. Pintura de V. Zveg.

5. FIM DA GUERRA

O destino da guerra foi decidido na Batalha de Yorktown, em 1781. Os patriotas, auxiliados pelos franceses, impuseram incrível e decisiva derrota à Inglaterra. Tal resultado representou a firmação dos EUA como nação independente. Após Yorktown a guerra estava praticamente encerrada.

Em 3 de setembro de 1783 a guerra foi oficialmente encerrada com a assinatura do Tratado de Paris e os Estados Unidos da América foram reconhecidos pelos ingleses como independentes.

A Revolução Americana (ou Guerra de Independência) teve um papel fundamental: antes, os indivíduos eram súditos da coroa britânica, agora eram cidadãos do Estado criado por eles mesmos. O país foi alicerçado nos direitos dos indivíduos, embora aqueles ainda fossem restritos por fatores como a cor da pele.

rendição de Cornwallis Yorktown
A rendição do competente general britânico Cornwallis em Yorktown, de John Trumbull, 1797.

6. PÓS-INDEPENDÊNCIA AMERICANA

Assim como o Japão, que ainda seria despertado do seu secular isolamento em 1853 e se tornaria uma nação imperialista, os EUA desenvolveram um fulminante progresso científico e financeiro, compreendendo rapidamente as regras imperialistas que irradiavam da Europa.

O primeiro passo foi organizar a casa e fortalecer as fronteiras da nação. Após as Guerras Napoleônicas, o país, estimulado pelo progresso econômico e expressivo crescimento demográfico, lançou-se no expansionismo estrangeiro.

O século XIX seria de intensas modificações para o gigante norte-americano. A expansão dos EUA havia sido engatilhada e, direta ou indiretamente, guerras foram feitas – Guerras Napoleônicas (1799–1815), a Guerra de Anglo-Americana (1812–1815), a Guerra Mexicano-Americana (1846–1848) e a Guerra de Secessão (1861–1965), impuseram a força da nação que cada vez mais se tornava semelhante às belicosas potências europeias.

REFERÊNCIAS:
ARAÚJO, Adrienne. A Independência dos Estados Unidos. Acesso em:24 jan. 2018.
GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras: Conflitos Mundiais Através do Tempo. trad. Roger dos Santos. São Paulo: M. Books, 2005.
NEWARK, Tim. História Ilustrada da Guerra. trad. Carlos Matos. São Paulo: Publifolha, 2011.
História do Mundo. Independência dos Estados Unidos da América (1776). Acesso em: 24 jan. 2018.
VINCENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002.
VISACRO, Alessandro. Guerra irregular: terrorismo, guerrilha e movimentos de resistência ao longo da História. São Paulo: Contexto, 2009.
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Eudes Bezerra

37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja.

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