Idade Contemporânea Julia Pastrana: Monga, a mulher macaco Julia, vulgarmente conhecida como a "mulher macaco", era portadora de doenças congênitas que lhe renderam fama, viagens internacionais e profunda tristeza. Idade Contemporânea • Períodos • Personalidades Autor: Eudes Bezerra Matéria criada em 25 junho 2014 Atualizada em 16 março 2019 3 minutos Julia Pastrana, a “mulher macaco”. Créditos: autoria desconhecida. Nascida em 1834, no Estado de Sinaloa, no México, Julia Pastrana, vulgarmente conhecida como a “mulher macaco”, era portadora de duas doenças congênitas — Hipertricose e Hiperplasia Gengival — que lhe renderam fama e viagens internacionais e profunda tristeza. Apesar das hostilidades sofridas, Julia era considerava uma mulher sensível, culta e educada. Compreendia dança, canto, música clássica e dominava diversos idiomas, também sendo considerada benfeitora (generosa e caridosa). A vida de Julia Pastrana A Hipertricose (responsável pela abundante, grossa e macia pelugem existente por quase todo corpo) e a hiperplastia gengival (responsável pela saliência dos lábios e boca). Essas características lhe acarretaram diversos apelidos pejorativos, como “mulher macaco”, “mulher urso” e a “mulher mais feia do mundo”. Não se tem clareza quando começou a viajar como atração do circo dos horrores e como conheceu Theodore Lent (que se tornaria marido e empresário). As fontes divergem bastante neste ponto. O que se sabe é que ainda bem jovem já fazia apresentações internacionais, principalmente na América do Norte e Europa. Julia se casou com Theodore Lent e teve um filho. Acredita-se que Lent tenha contraído matrimônio para obter total acesso aos ganhos de Júlia, tornando-se seu empresário — apresentando-a como a “mulher cabeluda e barbuda” ou “mulher urso”. Lent costuma ser referenciado como um “galã bandido”. Julia em viva e em morte (empalhada). Créditos: autoria desconhecida. A morte de Julia Julia Prastana teve uma vida prematura em muitas coisas, incluindo na morte: morreu em 1860, na Rússia, aos 26 anos de idade dias após dar à luz ao filho (que herdou a doença e morreu horas depois do parto). Ao que parece, alguma infecção deu causa aos óbitos. Após as mortes, Theodore vendeu os corpos ao professor russo Sukolov, que os embalsamou para exposição no Museu de Anatomia de Moscou, na Rússia. Ao que parece, Sukolov cobrava uma taxa de visitação para a manutenção do departamento universitário que fazia parte. Intrigado com isso, o viúvo reclamou os corpos embalsamados. Conseguiu reavê-los e partiu em uma mórbida expedição circense internacional com os cadáveres por quase duas décadas. Em 1880, Theodore Lent foi internado em um hospital psiquiátrico onde acabou falecendo em 1884. Após isso, não se sabe ao certo como os corpos de Júlia e do filho foram parar na Noruega. A primeira hipótese é a de que Theodore teria vendido os corpos ao dono de um circo por já não estarem gerando lucro esperado; a segunda é a de que a primeira mulher de Lent tenha requisitado os corpos como herança. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), o corpo de Pastrana foi exposto em diversas cidades ocupadas pela Alemanha Nazista. Em 1953, os cadáveres foram trancados em um armazém do circo norueguês até serem furtados em 1976. Não demorou para que fossem recuperados em latas de lixo, entretanto, encontravam-se deteriorados e o corpo do filho não poderia ser restaurado. Em 1996, o Instituto de Medicina Forense da Universidade de Oslo decidiu reter o cadáver tornando-o restrito a poucos. O descanso eterno Em 2005, após saber da história de Júlia Pastrana, a artista visual Laura Anderson Barbata iniciou campanha e negociações internacionais para que o corpo retornasse ao México e “adormecesse” com alguma dignidade. Após 153 anos de sua morte, a mulher que foi indicada como a “mais feia do mundo”, chamada de “mulher urso” pelo marido e que serviu de atração circense internacional, retornou à terra natal onde foi enterrada. Julia Pastrana foi enterrada em fevereiro de 2013 no Estado de Sinaloa, no México, após o devido rito católico (Júlia era católica). REFERÊNCIAS: BBC. World’s ‘ugliest woman’ Julia Pastrana buried 153 years on. Acesso em: 29 ago. 2013. Daily Mail. Body of ‘Ugliest Woman in the World’ returns to her birthplace in Mexico for burial more than 150 years after her death. Acesso em: 29 ago. 2013. LEONEL, Vange. Vida e Morte Pastrana. Acesso em: 29 ago. 2013. Metamorfose Digital. O Estranho caso de Julia Pastrana. Acesso em: 29 ago. 2013. The Guardian. Mexican ‘ape woman’ buried 150 years after her death. Acesso em: 29 ago. 2013. TOKUS, Ana. Hiperplastia gengival: por que a gengiva cresce?. Acesso em: 29 ago. 2013. IMAGEM(NS): Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: contato@incrivelhistoria.com.br Eudes Bezerra37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja. Tags usadas: século xix Deixe um comentário Cancelar respostaO seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *Comentário * Nome E-mail Veja tambémCaporegime: Entre o Don e o gatilhoSelo da câmara de TutancâmonO Príncipe Negro vence em PoitiersSoldado com proteção soviética SN-42