Arqueologia Pompeia e o Vesúvio: erupção, sumiço e renascimento. Pompeia: o último e trágico dia da próspera cidade romana e a sua redescoberta — praticamente intacta — após 1.500 anos depois de soterrada pelo Vesúvio. Arqueologia • Arquitetura • Idade Antiga • Mais • Períodos Autor: Eudes Bezerra Matéria criada em 9 outubro 2013 Atualizada em 16 março 2019 4 minutos O último dia de Pompeia, de karl Bryullov. Primeiro, a terra tremeu forte, depois o dia se tornou noite e o céu desabou impondo toneladas de cinzas e rochas; por fim, o “magma” selou a existência de uma das mais prósperas cidades do Império Romano — Pompeia desapareceu horas após a erupção do vulcão Vesúvio. Construída onde hoje se chama Baía de Nápoles, na Itália, Pompeia era uma cidade romana afortunada. Com terras férteis, clima adorável e banhada pelo Mar Mediterrâneo, a cidade foi um dos destinos favoritos da nobreza do império. Abrigava cerca de 20 mil pessoas aos pés do “monte” Vesúvio. 1. Erupção e desconhecimento do Vesúvio Em 24 de agosto de 79 d.c. a cidade ainda se recuperava de um terremoto ocorrido em 63 d.c., quando algo desconhecido aconteceu: o Monte Vesúvio cuspiu fumaça. Na época, nem termo para se referir à atividade vulcânica existia e o acontecimento foi — ao menos inicialmente — encarado com certa tranquilidade. Para o azar dos que viviam no entorno do vulcão, a erupção foi uma das mais violentas já registradas. Escavação de corpos mumificados em Pompeia. O registro, de 5 de maio de 1961, retrata um sítio arqueológico de onde se extraem cuidadosamente os corpos mumificados de dois adultos e três crianças mortos em decorrência da erupção do Vesúvio. créditos: Bettmann / Corbis. ID: BE057229. 2. A fúria sobre Pompeia Além da fumaça, toneladas de rochas foram expelidas para atmosfera criando uma terrível “chuva” de pedregulhos e cinzas. Tal chuva literalmente enterrou a cidade de Pompeia (e outras) com pelo menos 6 metros de rochas vulcânicas. Concluindo a catástrofe e “viajando a uma velocidade superior a 120 quilômetros por hora, uma avalanche de cinzas e rochas superquentes, com temperaturas que ultrapassavam os 500º C desceu sobre a cidade”. (LIMA, 2005, p. 31) Rochas, desabamentos, intoxicações, etc. ceifaram a vida de milhares que acreditaram estar seguros na cidade. O número de mortos em Pompeia é estimado em cerca de 5 mil. Entretanto, quando somado com os de outras cidades, como Herculano e Estábias que também sucumbiram, o número pode alcançar 17 mil. 2.1 O relato de Plínio, o Moço Em Miceno, cidade a 30 km de Pompeia, Plínio, o Moço, registrou o fenômeno que teria durado dois dias através de cartas enviadas ao historiador Tácito. Durante muito tempo o escrito foi posto em dúvida pelas “descrições apocalípticas”, como se destaca: …O Vesúvio brilhava com enormes labaredas em muitos pontos e grandes colunas de fogo saíam dele, cuja intensidade fazia mais ostensivas as trevas noturnas. O dia já nascia em outras regiões, mas aqui continuava noite, uma noite fechada, mais tenebrosa que todas as outras; a única exceção era a luz dos relâmpagos e outros fenômenos semelhantes”. (LIMA, 2005, p. 29) 3. O redescobrimento da cidade Após seu desaparecimento do mundo conhecido, Pompeia foi redescoberta mais de 1.500 anos depois, sendo sistematicamente escavada a partir do século XIX. Incrivelmente, as cinzas e rochas haviam criado uma vedação em torno da cidade, preservando da lava que a arrasaria. 3.1 Pompeia “intacta” As escavações revelaram que grande parte das casas, templos e edifícios públicos se mantiveram assombrosamente intactos como no dia da catástrofe. Também foram descobertos centenas moldes das vítimas soterradas em cinzas preservando a hora da morte. O descoberto permitiu seguir a evolução arquitetônica da cidade desde a época em que foi criada até o momento de sua destruição. As fachadas da cidade reproduziam cenas do cotidiano, ao lado dos mosaicos, móveis e objetos de arte. Foi um dos depoimentos mais completos e emocionantes a respeito da vida na Antiguidade. As ruínas romanas bem preservadas da cidade Pompeia. Créditos: Superintendência do Patrimônio Arqueológico de Nápoles e Pompeia. Curadores do British Museum; via G1. Registro do Arco Honorário de Pompeia realizado em 7 de outubro de 2013. Créditos: Guido Cozzi. ©Atlantide Phototravel / Corbis. ID: 42-56783299. Sítio arqueológico de Pompeia. Registro feito em 25 de outubro de 2012. Créditos: Michele Falzone. / JAI / Corbis. ID: 42-42979094. REFERÊNCIAS: G1 via BBC. Cotidiano de Roma Antiga ganha vida em mostra sobre Pompeia e Herculano. Acesso em: 5 ago, 2014. GUERDAN, René. A Tragédia de Pompéia. Acesso em: 5 ago, 2014. LIMA, Cláudio de Castro. A fúria de Vulcano: As últimas horas de Pompeia narradas por quem sobreviveu à tragédia. Revista Aventuras na História. São Paulo: Abril, n. 17, p. 26-33, jan. 2005. RATHBONE, Dominic. História ilustrada do mundo antigo: Um estudo das civilizações da Antiguidade, do Egito dos faraós ao Império Romano, passando por povos das Américas, da África e da Ásia. trad. Clara Allain. São Paulo: Publifolha, 2011. Eudes Bezerra37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja. Tags usadas: construções Deixe um comentário Cancelar respostaO seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *Comentário * Nome E-mail Veja tambémCaporegime: Entre o Don e o gatilhoEstandarte do Espírito MongolO Príncipe Negro vence em PoitiersSoldado com proteção soviética SN-42