Batalhas Históricas Batalha de Trafalgar, 1805: Lord Nelson bate a Armada de Napoleão Em Trafalgar, os sonhos de invadir a Inglaterra de Napoleão naufragaram com as suas naus abatidas pela ousadia de Nelson, o salvador da pátria inglesa. Batalhas Históricas • Guerras • Idade Contemporânea • Períodos Autor: Eudes Bezerra Matéria criada em 23 outubro 2013 Atualizada em 9 março 2022 4 minutos Pintura de Clarkson Stanfield Frederick retratando a decisiva Batalha de Trafalgar. Em 1805, os sonhos de invadir a Inglaterra de Napoleão afundaram com suas naus abatidas pela Marinha Real Britânica. A vitória britânica, na Batalha de Trafalgar, perpetuou o déspota francês à Europa Continental e premiou os navios ingleses com a hegemonia sobre os oceanos nos próximos cem anos. Em outubro de 1805, o jovem imperador Napoleão Bonaparte se aproximava do ápice do seu poder e, dentre seus principais objetivos, estava a conquista da ilha além-mar chamada Grã-Bretanha. Teoricamente, seria fácil atravessar o Canal da Mancha e desembarcar suas tropas, no entanto, o estreito canal estava bloqueado pela mais poderosa armada naval da época: a Royal Navy (Marinha Real Britânica). As fragatas inglesas vigiavam os portos franceses mantendo as naus continentais presas às docas. O mesmo ocorria nos portos espanhóis sob controle francês no Mediterrâneo, o que desmembrava a frota de Napoleão — e seria necessário unificá-las para se ter alguma chance real de invasão. A Batalha de Trafalgar Em 21 de outubro de 1805, no Cabo de Trafalgar, na costa Espanhola, a Marinha Real Britânica liderada pelo veterano almirante Nelson interceptou e confrontou a grande armada franco-espanhola comandada por Villeneuve que tentava ir ao norte. A estratégia revolucionária de Nelson No plano de guerra, a batalha pendia a favor dos franco-espanhóis por estarem em maior número (trinta e três contra vinte e sete) e disporem de alguns dos melhores navios da época, mas foi a estratégia revolucionária de Nelson que decidiu a batalha. Nas disposições táticas, em vez de formar a secular fila indiana e disparar os desnorteados canhões em ataques de banda (atirando de lado), como fez Villeneuve, Nelson dispôs seus navios em duas colunas e navegou sem disparar — impossível acertar algo que não os próprios navios da outra coluna britânica — até estar entre a esquadra adversária, acabando por anular grande parte da linha de tiro de Napoleão. Neste ponto, os canhões do almirante britânico rugiram à queima roupa. A Inglaterra espera que cada homem cumpra o seu dever!” — gritou Nelson. Disposições táticas da Batalha: ingleses com duas colunas transversais à formação franco-espanhola em banda (fileira indiana). Créditos: autoria desconhecida. Antecipadamente, Nelson havia ordenado que cada canhão fosse carregado com três balas. Os canhões perdiam em alcance, mas captavam maior poder de fogo em curta distância. A estratégia do comandante inglês pôs em xeque toda a esquadra adversária e arruinou para sempre qualquer plano francês de invadir Londres. O saldo da vitória Incrivelmente, os britânicos venceram o embate sem perder um único navio e tendo o saldo negativo de apenas 1.500 marinheiros entre mortos e feridos, enquanto que a armada franco-espanhola amargava a perda de aproximadamente 20 navios (entre tomados e abatidos), 7 mil marinheiros mortos e a captura do próprio Villeneuve com outros 7 mil soldados. Vence-se a batalha, mas se perde o almirante A grande perda inglesa foi a morte do próprio almirante que salvou a Grã-Bretanha do desembarque do então invencível exército francês. No auge do combate, um tiro disparado pela gata (máquina de guerra semelhante à catapulta) do navio Redoubtable acertou a dragona no ombro esquerdo de Nelson. Gravemente ferido, o comandante foi removido e um pano foi posto em seu rosto, visando que os demais tripulantes não percebessem o que acontecia (Nelson não desejava arrefecer o ânimo dos soldados que ainda lutavam). Por fim, o grande almirante morrera meia hora antes do final da batalha, mas imensamente orgulhoso de tê-la vencido e servido à pátria inglesa, tornando-se um dos seus maiores heróis. Do lado francês: os sonhos de invadir a Inglaterra naufragaram literalmente. Em meio à batalha, Nelson teria dito: “A Inglaterra espera que cada homem cumpra o seu dever!”. Pintura Rear-Admiral Sir Horatio Nelson (1758-1805), de Lemuel Francis Abbott, 1799. REFERÊNCIAS: CABRAL, Vinicius. Trafalgar: A Incrível Vitória de Nelson. Acesso em 20 jan. 2013. CAWTHORNE, Nigel. As Maiores Batalhas da História: Estratégias e Táticas de Guerra que Definiram a História de Países e Povos. trad. Glauco Dama. São Paulo: M. Books, 2010. NEWARK, Tim. História Ilustrada da Guerra. trad. Carlos Matos. São Paulo: Publifolha, 2011. IMAGEM(NS): Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: contato@incrivelhistoria.com.br Eudes Bezerra37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja. Tags usadas: 1 response to “Batalha de Trafalgar, 1805: Lord Nelson bate a Armada de Napoleão” Pingback: Onde ficar em Londres: Melhores bairros e hotéis. – Espaço Jornal Deixe um comentário Cancelar respostaO seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *Comentário * Nome E-mail Veja tambémCaporegime: Entre o Don e o gatilhoEstandarte do Espírito MongolSelo da câmara de TutancâmonO Príncipe Negro vence em Poitiers