Xerxes manda chicotear o mar por ser traíra?
Quando Xerxes mandou chicotear o "traiçoeiro e estúpido rio" por causa de uma tempestade que destruiu sua ponte sobre barcos no Helesponto.


No século V a.c., Xerxes I, rei da Pérsia, desejava que suas tropas cruzassem o Helesponto (atual Estreito de Dardanelos, na Turquia) sem auxílio de barcos e ordenou que uma imensa ponte fosse construída.
A ponte, como uma demonstração de poder, teria aproximadamente 1.600 metros de comprimento e suas fundações encontravam equilíbrio sobre barcos. Xerxes, todavia, teve seus planos frustrados quando uma tempestade destruiu sua edificação completamente. Transtornado, o déspota persa mandou chicotear as “traiçoeiras” águas.
Xerxes, indignado com a destruição da ponte que ligaria a Ásia à Europa, além de ordenar a morte dos engenheiros, mandou açoitar as águas com 300 chibatadas, ocasião em que teria dito:
Oh vil curso d’água! Xerxes ordenou sua punição porque você o ofendeu. O grande rei irá cruzá-lo mesmo sem sua permissão, porque você é um traiçoeiro e estúpido rio!”.
Uma segunda ponte foi erguida algum tempo depois. Desta vez, já precavidos, os novos engenheiros teriam criado uma ponte com maior equilíbrio se valendo de aproximadamente 674 navios em sua fundação. Xerxes também ordenou a construção de um gigantesco canal, em 480 a.c., que, costumeiramente, é confundido com as pontes supramencionadas.
Xerxes e a sua má-fama
Herdeiro do maior império testemunhado pelo homem até então, Xerxes I era neto de Ciro, o Grande, e filho de Dário I. Seus antecessores foram grandes líderes persas. Xerxes, apesar de ser considerado um grande guerreiro, teria sido mimado desde cedo por sua mãe, Atossa (filha de Ciro).
O pai de Xerxes ficou conhecido como grande guerreiro ao dominar com maestria as armas da cavalaria e infantaria de luz (exímio arqueiro), mas, diferentemente de sua estirpe, ainda jovem, o príncipe Xerxes preferia se distrair nas fofocas de sua corte. “A má fama do jovem príncipe era tão grande que o filósofo Platão, no clássico Leis, usou-o como exemplo para demonstrar que mimo e riqueza em excesso tornavam impossível a virtude”. (ONÇA, 2004, p. 23).
Deve-se, contudo, enfrentar essa citação com um olhar cético, visto que gregos e persas eram adversários ferrenhos e protagonizaram diversas guerras e batalhas épicas.
De fato, o saber nunca ocupa espaço!!!




Interessante história!!