Biografias

Carlos Magno, o pai da Europa

Pela cruz ou espada, ou os dois, Carlos Magno forjou a ideia de Europa cristã guerreando e convertendo com a benção de sua espada. Confira sua biografia!


Carlos Magno Pai da Europa
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Autor: Eudes Bezerra
12 minutos
Carlos Magno Pai da Europa
Carlos Magno, o Pai da Europa. Créditos: Eudes Bezerra.

Pela cruz ou pela espada, ou os dois. Carlos Magno marchou durante décadas sobre o continente europeu combatendo mouros, saxões, bávaros e quem mais desafiasse as fronteiras do seu reino ou a sua devoção religiosa.  Falar de Carlos Magno se trata de falar das fundações do Feudalismo, do auge do império franco, da eternização da dinastia carolíngia e de quem é o pai da Europa.

Carlos Magno foi o maior governante de sua época. Ele derrotou os pequenos reinos belicosos e trouxe a sua região uma medida de paz que não se via desde os tempos romanos. […] O segrego de seu sucesso estava no domínio da técnica de cerco, na devastação das terras inimigas e no uso de guarnições para controlar povos conquistados. (GILBERT, 2005, p. 48)

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SUMÁRIO

1 Quem foi Carlos Magno?
2 Origem, infância e primeiros anos
3 A morte Pepino, o Breve, e a divisão do reino franco
4 Carlos Magno rei dos francos
5 As Guerras de Carlos Magno
⠀⠀5.1 Conquista da Lombardia (773–774)
⠀⠀⠀⠀⠀5.1.1 Curiosidades sobre o dízimo e os Estados papais
⠀⠀5.2 Conquista da Saxônia (772–804)
⠀⠀⠀⠀⠀5.2.1 Massacre de Verden na Saxônia
⠀⠀5.3 Campanha na Espanha moura (778–810)
⠀⠀⠀⠀⠀5.3.1 Cerco de Saragoça (778)
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀5.3.1.1 Batalha de Roncesvalles e a Canção de Rolando
⠀⠀⠀⠀⠀5.3.2 Conquista de Barcelona (801)
⠀⠀⠀⠀⠀5.3.3 Marca da Espanha (785–810)
6 O exército de Carlos Magno e a organização feudal
⠀⠀6.1 Quem eram os soldados?
⠀⠀6.2 Quem pagava os soldados?
⠀⠀6.3 Principais armas do exército carolíngio
⠀⠀⠀⠀6.3.1 Cavalaria, o embrião do cavaleiro medieval
⠀⠀⠀⠀6.3.2 Armas de assédio para cercos
7 Carlos Magno sacro imperador romano
⠀⠀7.1 Papa Leão III pede socorro a Carlos Magno
⠀⠀7.2 Carlos Magno imperador romano
⠀⠀7.3 Francos x Bizantinos
⠀⠀7.4 Carlos Magno e Irene
⠀⠀7.5 Paz celebrada, mas as intrigas continuam
8 Últimos anos
9 Morte de Carlos Magno
10 Legado
Referências


1 QUEM FOI CARLOS MAGNO?

Carlos Magno foi o mais poderoso monarca do seu tempo, sendo rei dos francos e lombardos e imperador romano. O líder germânico se popularizou por uma série de campanhas que trouxeram paz à Europa, sendo também conhecido como o Pai da Europa.

A guerra e a religião nortearam a vida do líder franco, que se dedicou fortemente à cristianização de povos pagãos, como os temidos saxônicos, e se destacou ainda mais sobre os reis de seu tempo por manusear habilmente o exército, lançando cerca 53 grandes campanhas militares nas quais liderou quase 30 pessoalmente.

carlos magno sacro imperador romano
O imperador romano Carlos Magno. Pintura localizada no Palácio de Versalhes. Créditos: Louis-Félix Amiel / Wikimedia Commons.


2 ORIGEM, INFÂNCIA E PRIMEIROS ANOS

Oficialmente, Carlos Magno, também conhecido como Charlemagne ou Carlos, o Grande, nasceu no dia 2 de abril de 742 em Aachen, atual Alemanha, todavia, não se tem certeza nem da data nem do lugar do seu nascimento.

Aliás, pouco ou nada se sabe sobre o nascimento, a infância e a adolescência de Carlos Magno e, de acordo com o seu biógrafo e escritor da corte carolíngia, Eginhardo, não existem detalhes seguros ou mesmo indícios até a juventude do imperador franco.

O que se sabe é que Carlos Magno era filho de Pepino III (Pepino, o Breve) e neto do lendário Carlos Martel (Carlos, o Martelo) — responsável por deter o avanço do Emirado de Córdoba sobre a Europa cristã, feito este concretizado na Batalha de Tours (Poitiers) em 732.

Durante a juventude acompanhou seu pai, Pepino, o Breve, em uma campanha militar na Aquitânia entre os anos de 767 e 768, também estando na Lombardia, no norte da Península Itálica.

Sua educação não parece ter sido das melhores, ainda que tenha se destacado por promover a educação e aprendido latim com pouca idade.

Carlos Martel na Batalha de Tours
Pintura retratando a história Batalha de Tours em 732, na qual Carlos Martel barrou o avanço mouro, protegendo a Europa do domínio islâmico. Créditos: Charles de Steuben / Palácio de Versalhes, Paris, França.


3 A MORTE PEPINO, O BREVE, E A DIVISÃO DO REINO FRANCO

Pepino III morreu em 24 de setembro de 768, deixando o território dos francos dividido em duas partes, cabendo a parte ocidental-norte a Carlos Magno e a centro-oriental ao seu irmão mais velho, Carlomano. Ambos se tornaram rivais, mas não eram inimigos.

Carlomano, ao que parece, não nutria habilidade para reinar, preferindo se ocupar de atividades eclesiásticas. Mas Charlemagne, que já possuía experiência militar, sabia bem das ameaças estrangeiras que existiam após as fronteiras do reino franco.

4 CARLOS MAGNO REI DOS FRANCOS

Carlomano morreu em 5 de dezembro de 771 e Carlos Magno se aproveitou do vácuo de poder para usurpar o trono da porção oriental do território franco que cabia ao irmão, assim reunificando a totalidade do reino exclusivamente sob seu poder.

Charlemagne simplesmente ignorou o direito de sucessão dos filhos do seu irmão, fazendo a viúva de Carlomano se refugiar na corte do rei Desidério da Lombardia.

Moeda de prata com Carlos Magno
Moeda de Prata de Carlos Magno produzida entre os anos de 812 e 814. Créditos: autoria desconhecida.


5 AS GUERRAS DE CARLOS MAGNO

5.1 Conquista da Lombardia (773–774)

Em 772 o recém-empossado Papa Adriano I solicitou apoio dos francos para prevenir-se do rei da Lombardia, Desidério, que ameaçava Roma e os Estados papais.

Décadas antes, Pepino, o Breve, havia feito uma aliança de proteção com Roma e que Carlos Magno a honrou, mostrando-se fiel ao pai e protegendo o papado e o Santo Padre.

Interessante também ressaltar que Carlos Magno e Desidério possuíam vínculo familiar, sendo este sogro daquele, mas que não impediu que os francos atravessassem os Alpes — como Aníbal fizera mil anos antes — e invadissem a Lombardia no verão de 773.

Os francos conquistaram Pavia, a capital lombarda, após um cerco que contou com pesadas armas de sítio. Pavia, que sofria com grande fome e epidemias, entregou-se com a capitulação do rei Desidério em 774.

Assim o Reino da Lombardia coroou Carlos Magno como seu legítimo rei em 10 de julho de 774.

A viúva de Carlomano e seus filhos, assim como Desidério (e tantos outros), tiveram suas vidas poupadas, sendo todos enviados para conventos e afins.

5.1.1 Curiosidades sobre o dízimo e os Estados papais

Algumas curiosidades sobre Pepino, o Breve, que havia construído uma boa relação com o papado:

  • A cobrança do dízimo na ordem dos famosos 10% se tornou obrigatória com Pepino e deu tão certo que logo acabou sendo copiado pela igreja para gerar uma fabulosa fonte de renda; e
  • As conquistas territoriais de Pepino foram fundamentais para a criação dos Estados papais, já que os próprios territórios dos estados foram doados pelo mordomo franco (Pepino não era rei, mas um mordomo, o título de maior destaque em algumas sociedades medievais).
curiosidade sobre o dízimo
Pepino, o Breve. Créditos: autoria desconhecida.

Outras curiosidades sobre o dízimo:

1) O dízimo, em sua origem mais ampla, existe desde a Antiguidade, sendo possível encontrar registros em diversas sociedades, como a egípcia antiga.

2) Antigamente qualquer bem, como frutas e animais, que tivesse algum valor financeiro poderia ser utilizado como dízimo e assim doado.

3) Sua contribuição é voluntária, regular e incide sobre todas as receitas recebidas pelo(a) adepto(a) para custeio e manutenção da igreja.


5.2 Conquista da Saxônia (772–804)

Os saxões eram antigos inimigos dos francos e Charlemagne sentia a necessidade de destruí-los com a espada ou convertê-los com a cruz, sendo assim lançada a primeira campanha contra a Saxônia logo em 772.

Os saxões representavam dois graves problemas, um para o Cristianismo e outro para os francos (e vizinhança):

  1. Formavam um formidável entrave para o Cristianismo que, diferentemente dos demais povos germânicos, os saxões não demonstravam minimamente que iriam se converter à religião que se alastrava “naturalmente” pela Europa; e
  2. Os guerreiros saxônicos sempre realizavam incursões saqueadoras e destrutivas no território franco.

Os saxões, devido à grande descentralização em que viviam, não tinham meios de enfrentar os francos diretamente, assim preferindo atuar por meio da guerra de guerrilha à guerra em campo aberto.

Diz-se que os francos conseguiram subjugar a Saxônia entre os anos de 775 e 777, todavia somente em 804 a resistência saxã finalmente cedeu, sendo as Guerras Saxônicas as mais longas do reinado de Carlos, o Grande.

cena de batalha entre francos e saxões
Ilustração de batalha durante a campanha franca na Saxônia. Créditos: Alphonse de Neuville / Wikimedia Commons.


5.2.1 Massacre de Verden na Saxônia

O fervor religioso de Carlos Magno, por vezes fanático, deu origem a eventos como o chamado Massacre de Verden em 782, quando 4.500 prisioneiros saxões foram assassinados por não aceitarem se converter ao Cristianismo.

Estima-se, ainda, que um quarto da população da Saxônia e da Vestfália teve o mesmo fim pela espada franca.

Tanto quanto expandir o seu próprio território, Carlos Magno levou o cristianismo aos pagãos da Europa Central. Os mais empedernidos [duros] foram os saxões. Entre 772 e a sua subjugação final em 804, Carlos Magno conduziu 18 campanhas contra os saxões. Realizou batismos em massa de 775 a 777, em que foi dada aos saxões a escolha de se converterem ao cristianismo ou morrerem. (CAWTHORNE, 2010, p. 106, acréscimo e grifo nosso)


5.3 Campanha na Espanha moura (778–810)

5.3.1 Cerco de Saragoça (778)

No verão de 778 Carlos Magno invadiu a Espanha muçulmana com a proposta de tomar a cidade de Saragoça. Saragoça era uma importante cidade ao norte da Espanha e que serviria como uma zona de proteção contra eventuais invasões mouras.

Charlemagne havia realizado uma importante aliança com muçulmanos rebelados contra o Emirado de Córdoba e a fim de auxiliá-los sitiou Saragoça, porém suas tropas se mostraram incapazes de conquistar a cidade.

Fracassando onde era sua especialidade, o cerco, o exército franco bateu em retirada através dos Pirineus, combatendo os bascos no caminho.


5.3.1.1 Batalha de Roncesvalles e a Canção de Rolando

Nessa retirada Carlos perdeu seu sobrinho, Rolando, em uma emboscada realizada pelos bascos na chamada Batalha de Roncesvalles. Tal combate simplesmente destruiu a retaguarda franca.

O conde Rolando teria realizado uma defesa heroica e com isso ganhado fama e um clássico poema épico, a Canção de Rolando.


5.3.2 Conquista de Barcelona (801)

Após o fiasco no cerco de Saragoça, os francos se redimiram travando uma longa luta contra os muçulmanos na Espanha, acabando por tomar a cidade Barcelona em 801.


5.3.3 Marca da Espanha (785–810)

O objetivo de Carlos era a criação de uma zona de “resistência” com castelos e fortificações para proteção dos francos de eventuais incursões mouras.

A Marca da Espanha, ou Marca Espanhola, como ficou conhecida, representou muito do cuidado que Carlos Magno teve com as suas fronteiras. Outras tantas marcas (“fronteiras”, do francês arcaico) foram criadas ao longo das demais fronteiras como mesmo objetivo.


5.4 Outras expedições menores

Carlos Magno realizou campanhas menores contra os bávaros, ávaros, frísios, bretões e eslavos, construindo fortificações fronteiriças e mantendo um relevante número de guarnições à disposição.

Em 788, ele depôs seu primo, o duque de Tássilo III da Baviera, e anexou o seu país. Depois de subjugar as outras tribos germânicas, avançou para a Hungria, Áustria e Balcãs.

Mapa do império franco
Crescimento do império dos francos entre os anos de 481 e 814. Créditos: Sémhur / Wikimedia Commons.


6 O EXÉRCITO DE CARLOS MAGNO E A ORGANIZAÇÃO FEUDAL

Faz-se muito importante entender parte da sistemática do exército carolíngio por este ter contribuído com as bases de servidão do Feudalismo.

Na época carolíngia, o combatente de couraça e montado (mais tarde chamado de cavaleiro) estava se tornando um guerreiro de elite. Era o início da organização feudal, na qual os vassalos forneciam serviço militar a seus senhores.

O sistema de vassalagem foi amplamente usado pelo rei franco para estruturar seus numerosos exércitos. Carlos também contava com o imprescindível apoio da igreja para justificar seus atos expansionistas.


6.1 Quem eram os soldados?

Os soldados dessa época não eram profissionais, eram fazendeiros e trabalhadores urbanos que serviam por um período certo de tempo, geralmente entre a primavera e o outono. Em troca recebiam proteção e moradia.


6.2 Quem pagava os soldados?

Não recebiam salário e ainda tinham que contribuir com armas, montarias e suprimentos, embora estes fossem complementados com mantimentos e rebanhos que Carlos Magno patrocinava.

Geralmente senhores de terra prestavam tributos, armas e suprimentos ao passo que servos cumpriam o dever militar.

A verdadeira recompensa de todos era o espólio de guerra, o que não era pouco.

Carlos Magno necessitava de grandes exércitos para suas campanhas, e os formava com a ajuda dos nobres. Cada nobre era responsável por providenciar um certo número de homens quando o rei exigia préstimos militares.Eles tinham de ser armados e equipados de acordo com as prescrições reais, e também tinham de trazer víveres [mantimentos] suficientes para se sustentarem em campanha por até três meses. (GILBERT, 2005, p. 48, acréscimo nosso)


6.3 Principais armas do exército carolíngio

O exército de Carlos Magno, apesar de manter sua base com a infantaria — geralmente armada com lança e escudo —, destacou-se pelo emprego cada vez maior da cavalaria.


6.3.1 Cavalaria, o embrião do cavaleiro medieval

A cavalaria atacava, desbaratava e trucidava o inimigo com poderosas cargas (formações de choque) antes mesmo de a infantaria entrar em ação. O uso desse recurso com maestria inspirou outros exércitos a implantarem suas próprias unidades.

Assim, pode-se dizer que os cavaleiros francos constituíram o embrião da cavalaria medieval, que reinaria durante as grandes batalhas medievais sendo o cavaleiro medieval muito provavelmente o maior símbolo desse período.


6.3.2 Armas de assédio para cercos

Carlos Magno contava com impressionantes equipamentos para realizar seus cercos, equipamentos estes que fizeram toda a diferença em importantes cercos, como o de Pavis (773–774) e Barcelona (801).

Equipamentos como catapultas e balistas eram imprescindíveis para o êxito em qualquer operação de sítio, pois poderiam privar o inimigo de qualquer momento de descanso, gerando incêndios com seus projéteis e até surtos de loucura pelo terror psicológico.


7 CARLOS MAGNO SACRO IMPERADOR ROMANO

Em 800 foi a vez de outro papa pedir socorro a Carlos Magno. Adriano I havia morrido em 795 e sido sucedido por Leão III, um papa bem impopular, mas que conseguiu ascender ao papado por sua influência no topo da igreja.


7.1 Papa Leão III pede socorro a Carlos Magno

Em abril de 800, o Papa Leão III sofreu um atentado em Roma, no qual quase foi assassinado. Desesperado, viajou até a presença de Carlos Magno em busca de proteção.

Charlemagne novamente se pôs ao lado do papado, liderando uma formidável força militar em marcha à cidade de Roma para reintegrar Leão III, fato este consumado com tranquilidade.

Carlos Magno e Papa Leão III
Carlos Magno e o papa Leão III em um encontro, onde o imperador franco mais uma vez atendeu ao chamado do papado. Créditos: Antoine Vérard / Wikimedia Commons.


7.2 Carlos Magno imperador romano

Como retribuição, o Santo Padre Leão III coroou Carlos Magno como sacro imperador romano em 25 de dezembro de 800 na Basílica de São Pedro. Assim, agora o rei dos francos também era Augusto e imperador romano.

Entretanto, o novo imperador ainda necessitava de aprovação do herdeiro do Império Romano do Oriente, o império bizantino, que era considerado o único sucessor dos antigos césares romanos.


7.3 Francos x Bizantinos

Os bizantinos viam a coroação de Carlos Magno como uma usurpação do trono romano, algo como inaceitável a ascensão de um “bárbaro” ao título de imperador romano.


7.4 Carlos Magno e Irene

Em uma astuta jogada, uma proposta de casamento entre Carlos Magno e a imperatriz bizantina, Irene, foi realizada. Carlos sofria resistência por ser germânico e Irene por ser mulher.

As fontes divergem sobre quem teria proposto a quem o vínculo matrimonial para atenuar as fortes tensões entre os impérios. O que se sabe é que Bizâncio já se armava para a guerra.

Mas a tentativa de casamento entre francos e bizantinos fracassou devido à deposição de Irene em 802, que foi vítima de um golpe de estado realizado pela aristocracia de Bizâncio (Constantinopla).

A união simbolizaria a reunificação dos impérios romano do ocidente e oriente.

Carlos Magno sendo coroado imperador
Carlos Magno sendo coroado imperador pelo papa Leão III em 25 de dezembro de 800 na Basílica de São Pedro, em Roma. Créditos: Friedrich Kaulbach / Wikimedia Commons.


7.5 Paz celebrada, mas as intrigas continuam

A paz foi realizada em 812, quando o imperador bizantino Miguel I Rangabe deu por encerrada as disputas, ao reconhecer Carlos Magno como imperador do ocidente sem, entretanto, referir-se com o devido título.

Isto é, para os bizantinos Carlos Magno continuava sendo o líder bárbaro dos francos, e não romano.


8 ÚLTIMOS ANOS

Os últimos anos de vida de Charlemagne foram marcados por uma vertiginosa redução da atividade militar e fortalecimento de suas fronteiras como medida de segurança do império.

Dedicou-se a programas de leis e educação, fomentando o ensinamento do latim e criação de livros e manuscritos.


9 MORTE DE CARLOS MAGNO

O imperador morreu de pleurisia em 28 de janeiro de 814. Seu corpo foi embalsamado e colocado em sua terra natal, Aachen, sendo posto de forma sentada.

Tumba de Carlos Magno
Descanso eterno de Carlos, o Grande, na Catedral de Aachen, Alemanha. Créditos: ACBahn / Wikimedia Commons.
Túmulo de Carlos Magno
A tumba de ouro de Carlos Magno na Catedral de Aachen, Alemanha. Créditos: Geolina163 / Wikimedia Commons.


10 LEGADO

O império carolíngio não duraria muito, contudo, mas a fusão de culturas — germânica, romana e cristã — proporcionadas por Charlemagne costuma ser apontada como o início da civilização europeia moderna, decorrendo disso o apelido Pai da Europa.

Também foi notável o período de paz que sobreveio após a sua morte, ainda que as campanhas de francas tenham custado um imenso número de vidas.

Diz-se que essa paz, inclusive, não era vivida desde os tempos áureos dos césares romanos.


E aí, gostou da nossa biografia de Carlos Magno, o papito da Europa? Deixe um comentário falando o que achou. Isso nos ajudará a melhorar nosso conteúdo!


REFERÊNCIA(S):

BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 3ª ed. reform. e atual. São Paulo: Moderna, 2007.
CAWTHORNE, Nigel. Os 100 Maiores Líderes Militares da História. trad. Pedro Libânio. Rio de Janeiro: DIFEL, 2010.
GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras: Conflitos Mundiais Através do Tempo. trad. Roger dos Santos. São Paulo: M. Books, 2005.
JESTICE, Phyllis G. História das Guerras e Batalhas Medievais. O Desenvolvimento de Técnicas, Armas, Exército e Invenções de Guerra na Idade Média. trad. Milton Mira de Assumpção Filho. São Paulo: M. Books, 2012.
NEWARK, Tim. História Ilustrada da Guerra: Um estudo da evolução das armas e das táticas adotadas em conflitos, da Antiguidade à Guerra de Secessão dos Estados Unidos, no século XIX. trad. Carlos Matos. São Paulo: Publifolha, 2011.
VINCENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002.
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Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: contato@incrivelhistoria.com.br
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Eudes Bezerra

37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja.

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