
Para resistir e vencer a disputa contra a North Side pelo domínio de Chicago, o chefão da Outfit Chicago, Al Capone, procurou se resguardar e uma das melhores opções que teve foi adaptar um potente carro, transformando-o em um verdadeiro tanque de guerra — veículo que mais tarde também protegeria o presidente dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.
O Cadillac V8, de 1928, foi blindado, aperfeiçoado e caracterizado como carro de polícia da cidade de Chicago a pedido do próprio Al Capone, que, após ser vítima de um forte ataque de George “Bugs” Moran, grande rival pelo controle da cidade, decidiu reforçar sua segurança blindando seu melhor carro como se um tanque de guerra fosse.
O Cadillac teria mais de mil quilogramas de blindagem sob o chassi tradicional, janelas à prova de balas de 3 centímetro de grossura, uma sirene e uma luz vermelha piscante. Pintado da mesma cor que as viaturas policiais de Chicago, acredita-se ter sido também o primeiro carro particular com receptor da radiofrequência da polícia”. (CAWTHORNE, 2012, p.71)
Durante a Segunda Guerra Mundial, após o ataque japonês à base naval Pearl Harbor, em 1941, o veículo foi utilizado pelo presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, que temia ser assassinado por espiões ou assassinos a serviço do Eixo (Alemanha, Itália, Japão). Atualmente, o veículo é motivo de disputa entre colecionadores do mundo todo.
O dono do carro
Certamente o mafioso mais famoso de todos os tempos, Al Capone (1899 – 1947) governou seu império do crime com mãos de ferro e “homens-feitos”. Em Chicago, administrou jogos de azar, prostituição, contrabando, suborno, tráfico de drogas, roubo, extorsão, e assassinatos, Scarface (Capone) trabalhou com praticamente tudo.
Nas décadas de 1920 e 1930, tornou-se pupilo e sucessor de Johnny “The Fox” Torrio, ordenou a execução do famoso Massacre do Dia de São Valentim, assassinou toda a concorrência e foi eleito o homem do ano na Revista Time – ao lado de Albert Einstein e Mahatma Gandhi. Ficou conhecido por sua pompa e violência desmedida. Acabou sendo condenado em 1931 por sonegação de imposto e morreu em 25 de janeiro de 1947 após anos com problemas de saúde.


