Guerras Estopim da Primeira Guerra Mundial O estopim da Primeira Guerra Mundial não foi o grande motivo para a guerra ter sido iniciada? Havia muitos outros motivos por trás. Guerras • Primeira Guerra Mundial Autor: Eudes Bezerra Matéria criada em 16 janeiro 2023 5 minutos O estopim da Primeira Guerra Mundial não foi o grande motivo para a guerra ter sido iniciada? Havia muitos outros motivos por trás. O estopim da Primeira Guerra Mundial não foi o grande motivo para a guerra ter sido iniciada, mas marcou simbolicamente seu começo quando realizada a primeira declaração de guerra. Após o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando por Gavrilo Princip, uma série de revanchismos, ressentimentos e nacionalismos na Europa vieram à tona e isso efetivamente levou diversas nações à guerra progressivamente. Boa leitura! O QUE FOI E COMO OCORREU A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL? A Primeira Guerra Mundial, ou Grande Guerra, foi um conflito de grandes proporções que ocorreu entre 28 de julho de 1914 e 11 de novembro de 1918. A guerra arrebatou uma imensa quantidade de países da Europa e de vários outros de continentes que, de uma forma ou de outra, contribuíram para o conflito, ora com suprimentos ora com tropas. Dentro da Grande Guerra, ocorreram duas divisões de poderes: A Tríplice Entente: formada pela França, Rússia, Grã-Bretanha, Sérvia (os Estados Unidos da América entraram posteriormente); A Tríplice Aliança: formada pela Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália (a Itália mudou rapidamente de lado passando para a Entente). O estopim da Primeira Guerra Mundial acabou sendo o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, que levou às Crises de Julho, uma tentativa falha de resolver o conflito por meio de uma diplomacia duvidosa. Consequentemente, em 28 de julho de 1914, a Áustria-Hungria fez a primeira declaração de guerra (contra a Sérvia). A guerra mundial se estendeu pela Europa, África, Oriente Médio, Ilhas do Pacífico, China, Oceano Índico e Oceano Atlântico Sul e Norte. O resultado foi: Houve a vitória da Tríplice Entente; A queda de quatro impérios (alemão, russo, otomano e austro-húngaro); A Revolução Russa; Houve a formação da Liga das Nações; e a Criação de novos países (Iugoslávia, Polônia, Lituânia, Estônia, Áustria, Hungria, Tchecoslováquia e a formação da União Soviética, entre outros). Retratação do momento em que Gravilo Princip assassina os monarcas austro-húngaros. Créditos: Achille Beltrame. AS VERDADEIRAS CAUSAS DA GRANDE GUERRA Antes do assassinato do arquiduque, inúmeros motivos para uma guerra fervilhavam com as nações se armando há décadas. Para começar, existiam as tensões na Península Balcânica, onde ocorreria simbolicamente o estopim da Primeira Guerra Mundial. O Império Austro-húngaro, composto por diferentes nacionalidades, sentia-se ameaçado pelas manifestações nacionalistas de diversas minorias étnicas na região. Os sérvios, a exemplo, possuíam a ideia da Magna Sérvia, ou a Grande Sérvia, que englobaria a Bósnia, Herzegóvina e todos os povos eslavos da Península Balcânica. Dessa forma, a Sérvia era uma ameaça aos austro-húngaros (e até italianos que também possuíam pretensões sobre a mesma região). Em contraponto e em apoio aos eslavos, encontrava-se o também eslavo Império da Rússia que defendia a ideia sérvia e era uma grande opositora do Império Austro-Húngaro. Porém, em 1908, a Áustria anexou a Bósnia e a Herzegovina, o que levou a sucessivas guerras internas sem, contudo, algo como seria visto por ocasião da Grande Guerra. OUTRAS CAUSAS LATENTES DA GRANDE GUERRA Enquanto os Bálcãs ferviam, a Alemanha passava por um momento de grande expansionismo e crescimento industrial e demográfico, que levou a entrar em rivalidade direta com outras nações, como a França, Inglaterra e Rússia. A primeira rivalidade acaba sendo um dos resultados da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), quando a Alemanha conseguiu a sua unificação. A França, humilhada e derrotada, viu-se forçada a entregar as regiões fronteiriças da Alsácia e de Lorena. Ao mesmo tempo, a rivalidade entre ingleses e alemães surgiu quando a indústria germânica ultrapassou a inglesa, convertendo-se na segunda maior do planeta (atrás apenas dos EUA). Poucos anos antes da guerra, os produtos alemães passaram a disputar mercados que antes eram exclusivamente britânicos. Por fim, havia a rivalidade russo-germânica, pois a Alemanha tinha a pretensão de construir uma estrada de ferro entre Berlim e Bagdá. Todo esse rápido e surpreendente desdobramento alemão também incomodava a Rússia, que tentava expandir sua esfera de influência sobre o Oriente Médio e via a estrada de ferro, assim como todo o poderio alemão, como graves ameaças. O extremista Gavrilo Princip capturado e sendo levado ao departamento policial. Gavrilo morreria de pneumonia em uma cela no ano de 1919. Créditos: autoria desconhecida / Wikimedia Commons. O ESTOPIM DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: A TENTATIVA DE ASSASSINATO DO ARQUIDUQUE FRANCISCO FERDINANDO EM SARAVEJO Vários incidentes diplomáticos entre 1905 e 1914 contribuíram para degradar de vez as relações entre os países europeus, que já vinham desgastadas desde o fim do século anterior. Em 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-húngaro, visitou a cidade de Sarajevo, na atual Bósnia-Herzegovina. Ao longo do percurso do herdeiro, seis assassinos do movimento Jovem Bósnia, ou Mlada Bosna, tomaram posições para assassiná-lo. Suas armas foram oferecidas por extremistas da inteligência sérvia Mão Negra. Esses extremistas esperavam que a morte do herdeiro libertasse a Bósnia do domínio da Áustria-Hungria. No primeiro ataque, encontrava-se Nedeljko Cabrinovic. Cabrinovic jogou uma granada no carro do arquiduque e fracassou. Outras tentativas de assassinato não tiveram sucesso até Ferdinando visitar os policiais feridos pelo ataque. O ESTOPIM DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: O ARQUIDUQUE FRANCISCO FERDINANDO É ASSASSINADO POR GAVRILO PRINCIP Ao voltar da visita aos policiais feridos, o carro de Francisco virou em uma rua que não fazia parte da rota original — justamente onde se encontrava Gavrilo Princip, que acabou por aproveitar a oportunidade. Com um passo à frente, ele disparou sua pistola no arquiduque e na sua esposa, Sophie, ferindo fatalmente os dois. Com isso, no mês seguinte, em 23 de julho de 1914, a Áustria-Hungria entregou um ultimato à Sérvia, que o recusou após dois dias. A Sérvia recusou a oferta de colaboração dos oficiais austríacos para investigar o assassinato e reprimir os movimentos subversivos. Essa exigência de reprimir eventuais movimentos subversivos era visto como inaceitável e os austro-húngaros saberiam disso, aproveitando-se da questão. Com essa crise diplomática, a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia. Com isso, o estopim da Primeira Guerra Mundial pôs em movimento o sistema de alianças que levou dezenas de nações à guerra e acarretaria outras dezenas de milhões de vítimas entre mortas e feridas. PODE USAR TRECHOS DA MATÉRIA. FIQUE À VONTADE! Só pedimos que cite o site, bastando fazer do seu jeito ou como no exemplo: Fonte: Incrível História: https://incrivelhistoria.com.br/ Obrigado! REFERÊNCIA PRINCIPAL: WILLMOTT, H. P.. Primeira Guerra Mundial. trad. Cecília Bartalotti, Myriam Campello, Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. PALAVRAS-CHAVE SECUNDÁRIAS: primeira guerra mundial, guerra mundial, arquiduque francisco ferdinando, império austro-húngaro, grande guerra, tríplice entente. Eudes Bezerra37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja. Tags usadas: guerras modernas guerras mundiais Deixe um comentário Cancelar respostaO seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *Comentário * Nome E-mail Veja tambémCaporegime: Entre o Don e o gatilhoBombardeio com as mãos na Grande GuerraEstandarte do Espírito MongolSelo da câmara de Tutancâmon