Juramento de Aníbal Barca: ódio, ferro e fogo à Roma!
"Juro que enquanto a idade me permitir, empregarei o fogo e o ferro para romper o destino de Roma” – o juramento do cartaginês profetizou anos de guerra.


Em 241 a.c., com apenas 9 anos de idade, o garoto que viria a se tornar o maior inimigo da república romana teria concretizado seu juramento de hostilidade eterna à rival de Cartago, quando, ao fim da Primeira Guerra Púnica (264 – 241 a.C.), sua resplandecente e misteriosa nação – Cartago – se rendia aos romanos e seu pai, o general Amílcar Barca, encontrava-se derrotado, caído e ferido.
O juramento
Na pintura de Jacopo Amigoni, pode-se ver Amílcar Barca orientando o pequeno Aníbal através de sua espada apontada em desafio à tradição romana, consubstanciada pela mitológica figura da Loba amamentando os gêmeos Rômulo e Remo. Percebem-se, também, variados símbolos de origem romana, como um vexillum (estandarte legionário).
Dentre as versões sobre o juramento, há uma bem famosa — possivelmente romantizada — que diz que o pequeno e frágil Aníbal, ao avistar o pai abatido e ferido em campo de batalha, correu ao seu encontro, abraçando-o e chorando.
Desejando proteger o pai amado, o bravo mancebo teria pedido para acompanhá-lo em expedições futuras. Amílcar teria concordado com a condição de que o filho jurasse inimizade perpétua à cidade de Roma, o que, em lágrimas, teria sido eternizado por Aníbal:
Juro que enquanto a idade me permitir, empregarei o fogo e o ferro para romper o destino de Roma”.

Pondo o juramento em prática
Doravante, os exorbitantes termos do tratado romano-cartaginês e o acorrentamento de Cartago à Roma implicaram em grande fôlego às ideias de Aníbal. Então, aos 25 anos, quando foi aclamado comandante pelo próprio exército que um dia fora de seu pai, deu início a uma das mais extraordinárias campanhas militares da História.
Aníbal ficou conhecido pela transposição dos Pirineus e Alpes com dezenas de milhares de soldados e animais, pelos seus lendários elefantes de guerra e, acima de tudo, por uma série de vitórias sobre Roma, incluindo a maior de todas ocorrida em Canas, em 216 .a.c, quando, em apenas um dia e com um número inferior de soldados, trucidou aproximadamente 60 mil legionários. Tal número de mortos em único dia de batalha só seria novamente testemunhado na história quando travada a Batalha do Rio Somme, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).