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Idade Antiga

Juramento de Aníbal Barca: ódio, ferro e fogo à Roma!

"Juro que enquanto a idade me permitir, empregarei o fogo e o ferro para romper o destino de Roma” – o juramento do cartaginês profetizou anos de guerra.


pintura de aníbal jovem
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Escrito por Eudes Bezerra
Leitura: 3 minutos
pintura o juramento de aníbal jovem
“Aníbal jurando inimizade eterna a Roma”, de Jacopo Amigoni (165-1752). Coleção Particular. Fotografia: Agnew’s, Londres, Reino Unido. The Bridgeman Art Library International.

Em 241 a.c., com apenas 9 anos de idade, o garoto que viria a se tornar o maior inimigo da república romana teria concretizado seu juramento de hostilidade eterna à rival de Cartago, quando, ao fim da Primeira Guerra Púnica (264 – 241 a.C.), sua resplandecente e misteriosa nação – Cartago – se rendia aos romanos e seu pai, o general Amílcar Barca, encontrava-se derrotado, caído e ferido.

O juramento

Na pintura de Jacopo Amigoni, pode-se ver Amílcar Barca orientando o pequeno Aníbal através de sua espada apontada em desafio à tradição romana, consubstanciada pela mitológica figura da Loba amamentando os gêmeos Rômulo e Remo. Percebem-se, também, variados símbolos de origem romana, como um vexillum (estandarte legionário).

Dentre as versões sobre o juramento, há uma bem famosa — possivelmente romantizada — que diz que o pequeno e frágil Aníbal, ao avistar o pai abatido e ferido em campo de batalha, correu ao seu encontro, abraçando-o e chorando.

Desejando proteger o pai amado, o bravo mancebo teria pedido para acompanhá-lo em expedições futuras. Amílcar teria concordado com a condição de que o filho jurasse inimizade perpétua à cidade de Roma, o que, em lágrimas, teria sido eternizado por Aníbal:

Juro que enquanto a idade me permitir, empregarei o fogo e o ferro para romper o destino de Roma”.

ilustração romana ironizando juramento de aníbal barca
Satirização do juramento: “Hannibal, enquanto Criança, jura ódio eterno aos romanos”, de John Leech, 1850. Bradbury, Evans & Co, Londres.

Pondo o juramento em prática

Doravante, os exorbitantes termos do tratado romano-cartaginês e o acorrentamento de Cartago à Roma implicaram em grande fôlego às ideias de Aníbal. Então, aos 25 anos, quando foi aclamado comandante pelo próprio exército que um dia fora de seu pai, deu início a uma das mais extraordinárias campanhas militares da História.

Aníbal ficou conhecido pela transposição dos Pirineus e Alpes com dezenas de milhares de soldados e animais, pelos seus lendários elefantes de guerra e, acima de tudo, por uma série de vitórias sobre Roma, incluindo a maior de todas ocorrida em Canas, em 216 .a.c, quando, em apenas um dia e com um número inferior de soldados, trucidou aproximadamente 60 mil legionários. Tal número de mortos em único dia de batalha só seria novamente testemunhado na história quando travada a Batalha do Rio Somme, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

REFERÊNCIAS:
CAWTHORNE, Nigel. Os 100 Maiores Líderes Militares da História. trad. Pedro Libânio. Rio de Janeiro: DIFEL, 2010.
CUMMINS, Joseph. As Maiores Guerras da História. trad. Vania Cury. Rio de Janeiro: Ediouro, 2012.
NEWARK, Tim. História Ilustrada da Guerra: Um estudo da evolução das armas e das táticas adotadas em conflitos, da Antiguidade à Guerra de Secessão dos Estados Unidos, no século XIX. trad. Carlos Matos. São Paulo: Publifolha, 2011.
VILAR, Leandro. Aníbal Barca. Acesso em: 4 abril 2014.
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Eudes Bezerra

35 anos, pernambucano arretado, bacharel em Direito e graduando em História. Diligencia pesquisas especialmente sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e principalmente executar o que planeja. Na Internet, atua de despachante a patrão, enfatizando a criação de conteúdo.

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