
O ar da juventude idealista contrastando com a terrível realidade da época se tornou uma fonte de inspiração no mundo todo, onde o Nazifascismo ameaçava a humanidade com guerra e destruição. Marina Ginesta, com apenas 17 anos, impõe-se serenamente vestindo um macacão com as mangas da camisa enroladas, um rifle pendurado no ombro e um olhar bem focado nas lentes do fotógrafo.
Seu singelo sorriso consegue transmitir tranquilidade, vontade e um pouco de ironia, ao passo que seu cabelo é elegantemente chicoteado pelo vento. Marina, neste belo dia Verão, parecia convidar homens e mulheres à luta…
A fotografia é um dos registros mais simbólicos da Guerra Civil Espanhola (1936–1939), onde a jovem guerrilheira Marina Ginesta dispara seu olhar aparentemente calmo nos primeiros dias do conflito. Amplamente considerada uma obra-prima, a imagem teve sua cristalização realizada por Juan Guzmán (Hans Gutmann) no último piso do Hotel Colón Barcelona, em Barcelona, na Espanha, em 21 de julho de 1936.
Décadas mais tarde, a jovem teria dito a respeito da época:
A juventude, a vontade de vencer, levei isso a sério. Acreditávamos que, se resistíssemos, ganharíamos a guerra.”
A simplicidade da foto ainda hoje é capaz de suscitar fortes emoções de um período em que o mundo se preparava para o mais sombrio evento da história, a Segunda Guerra Mundial (1939–1945).
“A Guerra Civil Espanhola foi um conflito travado entre os nacionalistas comandados pelo general Franco (apoiado pelos nazifascistas) e os governistas republicanos do socialista Caballero (apoiado pela URSS); dentre os interesses das nações estrangeiras, entretanto, encontrava-se também a oportunidade de testes práticos para novas estratégias, manobras e armas de guerra[, que seriam largamente utilizadas na Segunda Grande Guerra (1939–1945)].” (BEZERRA, 2016, s/p, acréscimo nosso)

Marina Ginesta Coloma nasceu em 29 de janeiro de 1919 em Toulouse, na França, mudou-se para Barcelona com seus pais aos 11 anos e poucos anos depois se filiou ao Partido Socialista Unificado da Catalunha. Exerceu as funções de jornalista e tradutora para o correspondente soviético do Jornal Pravda, Mikhail Koltsov.
Na ocasião da foto, o fotógrafo Hans Gutmann solicitou que a jovem Ginesta fizesse algumas fotos preparada para guerra que acabara de ser iniciada, mas não imaginava a tamanha repercussão que seu registro causaria, ao ponto de se tornar um ícone da época.
Marina Ginesta sobreviveu à guerra, vindo a falecer somente em 6 de janeiro de 2014, em Paris, na França. Contava 94 anos de idade.
