Brasil O Massacre do Carandiru A brutalidade exercida pela polícia desvirtuou o que seria uma simples pacificação, transformando o evento no mundialmente conhecido Massacre do Carandiru. Brasil • Idade Contemporânea • Períodos • República Autor: Eudes Bezerra Matéria criada em 2 outubro 2014 Atualizada em 29 novembro 2020 3 minutos Entrada da Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru. Multidão à espera de notícias. Créditos: autoria desconhecida. No dia 2 de outubro de 1992, 111 presos foram covardemente assassinados na Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru. Sob o comando do Coronel Ubiratan Guimarães, a Tropa de Choque da Polícia Militar paulista invadiu o presídio e rapidamente encerrou a rebelião que lá vigorava. Todavia, a brutalidade exercida pela polícia desvirtuou a pacificação e o evento ficou mundialmente conhecido como o Massacre do Carandiru. O massacre ocorreu no Pavilhão 9, onde costumavam ficar os presos mais novos, inexperientes e que aguardavam julgamento. Dizia-se que era o pavilhão onde se tinha mais chances de rebeliões irromperem, visto que grande parcela dos seus ocupantes eram jovens, violentos e indisciplinados. Ainda hoje não se sabe ao certo o que teria causado a rebelião no pavilhão. Acredita-se que uma briga banal durante uma partida de futebol tenha sido o estopim. Fotos sobre o Carandiru: Tropa de Choque da Polícia Militar paulista entrando no complexo penitenciário do Carandiru. Créditos: autoria desconhecida. O Coronel Ubiratan foi inicialmente condenado a 623 anos em 2001, mas conseguiu a absolvição em seu julgamento recursal em 2006. Porém, em 9 de setembro do mesmo ano, o ex-Coronel da Polícia Militar foi assassinado em seu apartamento. Sua então namorada, a advogada Carla Cepolina, foi acusada do homicídio, mas inocentada por falta de provas. O ocorrido dentro dos corredores e celas do Carandiru gerou acalorados debates nos mais diversos setores da população brasileira, onde alguns se solidarizaram com a família dos mortos, ao passo que outros defenderam a armada policial e o Coronel Ubiratan, o qual se tornou político com o intrigante número “111”. Em 2002, o completo penitenciário do Carandiru foi demolido. Familiares e amigos dos detentos aguardando notícias durante a rebelião. Créditos: Luiz Novaes/Folhapress. O Coronel Ubiratan Guimarães prestando seu depoimento sobre o ocorrido no Pavilhão 9.Créditos: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress. Vista panorâmica do completo penitenciário do Carandiru, 1992. Créditos: Folhapress. Parte dos pavilhões do Carandiru sendo implodidos, 2002. Toda parte do complexo penitenciário masculino foi ao chão. No seu lugar, uma grande área de lazer foi construída: parque, pista de skate, biblioteca, etc.. Créditos: Angelo Perosa/Pool. REFERÊNCIAS: BATISTA, Lizabeth. Ascensão e queda do Carandiru: da primeira pedra ao massacre. Acesso em: 30 set. 2014. GARCIA, Janaína. Após ser condenado a 623 anos por massacre, coronel Ubiratan foi absolvido e assassinado em 2006. Acesso em: 1º out. 2014. PIZA, Paulo Toledo; THOMAZ, Paulo Kleber; SANCHEZ, Giovana. Massacre que matou 111 presos no Carandiru completa 20 anos. Acesso em: 1º out. 2014. VARELLA, Drauzio. Estação Carandiru. São Paulo: Companhia de Letras, 1999. IMAGEM(NS): Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: contato@incrivelhistoria.com.br Eudes Bezerra37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja. Tags usadas: terra brasilis Deixe um comentário Cancelar respostaO seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *Comentário * Nome E-mail Veja tambémCaporegime: Entre o Don e o gatilhoBombardeio com as mãos na Grande GuerraEstandarte do Espírito MongolSelo da câmara de Tutancâmon