Idade Moderna Revolução Gloriosa de 1688 (Resumo) A Revolução Gloriosa de 1688 consolidou a Monarquia Parlamentar na Inglaterra com a divisão do poder entre a Coroa e o Parlamento. Idade Moderna • Períodos Autor: Eudes Bezerra Matéria criada em 20 junho 2021 6 minutos A Revolução Gloriosa de 1688 consolidou a Monarquia Parlamentar na Inglaterra com a divisão do poder entre a Coroa e o Parlamento. Créditos: autoria desconhecida/ Fotomontagem: Eudes Bezerra. A Revolução Gloriosa de 1688 consolidou a Monarquia Parlamentar na Inglaterra. Esse processo encerrou uma série de revoltas e guerras que remontavam à Revolução Puritana de 1640. Por fim, blindou ao garantir a divisão do poder entre a Coroa e o Parlamento, evitando, assim, a ascensão de monarcas de caráter absolutistas. Carlos II foi coroado graças à aristocracia e à alta burguesia. Em seu governo, o comércio e a indústria expandiram-se com rapidez e a ciência foi estimulada a partir do livre pensamento, da experimentação e de uma reforma educacional. Mas os atritos continuaram a existir com o Parlamento. A Restauração seguiu seu curso com a ascensão ao trono inglês, em 1685, de Jaime II, irmão de Carlos II que morreu sem deixar herdeiros diretos. O novo monarca, partidário da religião católica, logo se tornou impopular… (BRAICK; MOTA, 2007, p. 330) Boa leitura! SUMÁRIO DA REVOLUÇÃO GLORIOSA 1. O que foi a Revolução Gloriosa de 1688? 2. Causas da Revolução Gloriosa de 1688 3. Reação do Parlamento e destituição de James II 4. Continuação da Revolução de 1640? 5. Por que “gloriosa”? 5.1 Irlanda invadida: Revolta dos Jacobinos 6. Consequências da Revolução Gloriosa de 1688? 7. Burguesia e o liberalismo Referências ⠀ 1. O QUE FOI A REVOLUÇÃO GLORIOSA DE 1688? A Revolução Gloriosa de 1688 foi uma continuação das ações do Parlamento para controle monárquico, evitando que este adquirisse caráter absolutista. Dessa forma, houve a consolidação Monarquia Parlamentar na Inglaterra, fruto de um processo iniciado há séculos, mas que alcançou importantes (e terríveis conquistas do Parlamento na Revolução de 1640. Pintura retratando a execução do rei Charles I e Oliver Cromwell segurando a sua cabeça decepada. O terror das décadas anterior mostrou aos ingleses que somente com o equilíbrio de poder se poderia evitar o despotismo. Créditos: autoria desconhecida. ⠀ 2. CAUSAS DA REVOLUÇÃO GLORIOSA DE 1688 Ocorre que o rei James II, filho do rei decapitado em 1649, mostrou-se igualmente intransigente e flertava com o absolutismo, sendo adepto da Teoria do Direito Divino dos Reis. Católico, James II tentou manobrar reformas a favor dos católicos, o que era não era bem-visto tanto pela nobreza quanto pela população em si, que não mais desejavam guerras religiosas como as sangrentas ocorridas no passado. O rei James II, em seu segundo casamento (com Maria de Módena), acabou por ter um filho. Ambos eram católicos e o filho homem tirava o direito da princesa Maria (do primeiro casamento) de herdar o trono, que era protestante (o que agradava à população e ao Parlamento). ⠀ 3. REAÇÃO DO PARLAMENTO E DESTITUIÇÃO DE JAMES II Com isso, o Parlamento, desejando não mais recriar as tensões de 1640, acabou por convidar a princesa Maria e William de Orange (Guilherme III), ambos protestantes para que assumissem o trono inglês. A proposta foi aceita e em novembro de 1688, a princesa Maria e William de Orange, da mesma Casa de Maurício de Nassau, desembarcaram com um exército para assegurar a pretensão ao trono. Na deposição do rei Jaime II pouco sangue foi derramado na Inglaterra, diferentemente do que aconteceria na Escócia e na Irlanda. ⠀ 4. CONTINUAÇÃO DA REVOLUÇÃO DE 1640? Tradicionalmente, atribui-se a Revolução Gloriosa de 1688 como uma continuação ou mesmo etapa subsequente da Revolução de 1640. Isso ocorre pelos motivos bem parecidos para o decisivo levante de 1640. Atualmente, “não” se tem mais aceitado essa visão (a de continuação), visto que há imensas diferenças no tocante às formas envolvidas pelo Parlamento Britânico para conter o ímpeto despótico do monarca inglês. Enquanto a Revolução Inglesa de 1640 ficou marcada por uma série de conflitos e terror, a Revolução Gloriosa de 1688 ficou por, acima de tudo, decisões políticas e institucionais. Durante a última grande turbulência, na Revolução Puritana, uma onda de terror assolou a Inglaterra sob domínio de Oliver Cromwell sob o título de Protetor da Inglaterra. Créditos: Samuel Cooper, Galeria Nacional de Retratos, Londres, Inglaterra. ⠀ 5. POR QUE “GLORIOSA”? Tradicionalmente se diz gloriosa porque houve pouquíssimo derramamento de sangue na Inglaterra. Contudo, tanto na Escócia quanto na Irlanda houve grandes revoltas, que causaram imensos estragos e mortes. Estes países, ambos católicos, foram mais afetados que a própria Inglaterra devido ao controle autoritário exercido pela Inglaterra, que detinha poder militar sobre ambos, mas com uma grave divisão religiosa. Entre os motivos para a insatisfação dos escoceses e irlandeses, temos: A destituição do rei católico Jaime II, da dinastia dos Stuart (uma dinastia de origem escocesa); Maior controle militar sobre a Irlanda e a Escócia por parte da Inglaterra; e a Influência protestante da Inglaterra sobre a Irlanda e a Escócia. O julgamento suspeito e a execução em público causaram um choque na população inglesa, que não mais desejava reviver os mesmos dias de sangue… Créditos: autoria desconhecida. ⠀ 5.1 Irlanda invadida: Revolta dos Jacobinos O rei James II (Jaime II), havia buscado refúgio na Irlanda, na qual William de Orange pôs seu exército em marchar para neutralizar a resistência da Revolta dos Jacobinos. Os Jacobinos recebem esse nome em decorrência do nome James, eram partidários do rei deposto e mostraram resistência armada à Inglaterra. Apesar da resistência, as tropas holandesas causaram inúmeros estragos e mortes na Irlanda, assim como na Escócia a fim de garantir a consolidação da coroa inglesa como protestante. ⠀ 6. CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO GLORIOSA DE 1688? Sem dúvida, o efeito mais marcante da Revolução Gloriosa de 1688 é o da consolidação da Monarquia Parlamentar. O Parlamento passou a ter mais poder, agora tendo reuniões regulares e sem que o monarca tivesse o poder de dissolução, como ocorrera tantas vezes no passado. Também se firmou a divisão de poderes, tendo no monarca a chefia de Estado, enquanto o Parlamento a de governo. Também houve a proibição de um eventual monarca católico ao trono inglês, assim como o endurecimento das regras para aprovação de novos tributos que deveriam passar necessariamente pelo crivo do Parlamento. Tanto a princesa Maria quanto William assinaram a chamada Declaração de Direitos, que timbrava essas medidas tornando o que a Inglaterra até hoje segue. Alegoria criativa mostrando a princesa Maria e William se comprometendo com a Declaração de Direitos. Créditos: autoria desconhecida. ⠀ 7. BURGUESIA E O LIBERALISMO Com a monarquia parlamentar constitucional, para muitos historiadores, o liberalismo se expandiu de formas mais abrangente, sendo a Revolução Industrial o maior dos seus reflexos imediatos. Dessa forma, com a vedação por completa da instauração de um regime centralizado e despótico, a propriedade privada e a maior liberdade forneceram subsídios para que a Inglaterra conseguisse alcançar ganhos econômicos astronômicos. Com um governo organizado e em harmonia, a Inglaterra prosperou e se tornou a maior potência do planeta. Contudo, vale lembrar: essa época é marcada pelo neocolonialismo. Isto é, exploração de povos de vastas áreas do planeta. Gostou? Curta, comente e compartilhe esse artigo em suas redes sociais! Você conhece a loja Vestindo História? São camisetas com frases e grandes imagens históricas. Acesse já! ⠀ REFERÊNCIA(S): BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 3ª ed. reform. e atual. São Paulo: Moderna, 2007. GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras: Conflitos Mundiais Através do Tempo. trad. Roger dos Santos. São Paulo: M. Books, 2005. JESTICE, Phyllis G. História das Guerras e Batalhas Medievais. O Desenvolvimento de Técnicas, Armas, Exército e Invenções de Guerra na Idade Média. trad. Milton Mira de Assumpção Filho. São Paulo: M. Books, MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. trad. Antonio Caruccio-Caporale. Porto Alegre: L&PM, 2012. MICELI, Paulo. História Moderna. 4ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2020. SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 3. ed., 9ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2020. VINCENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002. WOOLF, Alex. Uma nova história do mundo. São Paulo: M. Books do Brasil Editora Ltda, 2014. IMAGEM(NS): Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: contato@incrivelhistoria.com.br Eudes Bezerra37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja. Tags usadas: modernidade renascimento e iluminismo Deixe um comentário Cancelar respostaO seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *Comentário * Nome E-mail Veja tambémBombardeio com as mãos na Grande GuerraEstandarte do Espírito MongolO Príncipe Negro vence em PoitiersSoldado com proteção soviética SN-42