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Artes

Simone de Beauvoir: Não se nasce mulher, torna-se mulher

Feminista atuante, Simone de Beauvoir foi uma dramaturga, escritora e filósofa existencialista, que defendia de forma veemente a liberdade de expressão.


Simone de Beauvoir
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Escrito por Eudes Bezerra
Leitura: 4 minutos
Simone de Beauvoir
Feminista atuante, Simone de Beauvoir foi uma dramaturga, escritora e filósofa existencialista, que defendia de forma veemente a liberdade de expressão.

Feminista atuante, Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir foi uma dramaturga, escritora e filósofa existencialista, que defendia de forma veemente a liberdade de expressão.

Fundou juntamente com Jean-Paul Sartre, um famoso filósofo existencialista com quem teve um duradouro relacionamento amoroso, a revista Les Temps Modernes, com um tom bem crítico e radical.

Em se tratando de liberdade Simone foi um dos maiores expoentes a relacionar a liberdade como sendo um dever do próximo para com o outro, um compromisso entre ambos.
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SUMÁRIO

1 Vida de Simone Beauvoir
2 Obras publicadas
3 Principais ideais de Simone Beauvoir
4 Obra proibida e morte
Referências

1 VIDA DE SIMONE BAEAUVOIR

Simone trabalhava a noção de reflexão da mulher relacionada ao outro, ou seja, aquilo que é diferente, a liberdade que eu tenho em me enxergar e ser diferente nas mais diversas particularidades, opções sexuais, escolhas individuais e a forma como eu percebo a minha existência.

Simone de Beauvoir
Simone e uma de suas célebres frases sobre o Feminismo.

2 OBRAS PUBLICADAS

Beauvoir deixou mais de 20 obras entre ensaios, romances, memórias:

  • A Convidada (1943), temática do existencialismo e da liberdade como compromisso individual;
  • Saque dos Outros (1945);
  • Todos os Homens são Mortais (1946), faz uma reflexão bem densa sobre o sentido da existência humana;
  • A Ética da Ambiguidade (1947);
  • O Segundo Sexo (1949), questões ligadas à opressão feminina em busca da independência da mulher diante da diante da sociedade;
  • Os Mandarins (1954), um romance-ensaio do movimento existencialista;
  • Memórias de Uma Moça Bem-Comportada (1958);
  • A Força da Idade (1960), caracterizado por ser um ensaio filosófico;
  • A Força das Coisas (1963), outro ensaio filosófico;
  • Uma Morte Muito Suave (1964), em que narra a morte de sua mãe com uma doença cruel;
  • A Mulher Destruída (1967);
  • A Velhice (1970), traz a crítica relacionada à forma como os idosos são tratados na sociedade;
  • Quando o Espiritual Domina (1979);
  • Tudo Dito e Feito (1972); e
  • Cerimônia do Adeus (1981), Simone conta tudo sobre Sartre.
Simone, Sartre e Che Guevara
O casal de filósofos parisienses Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre no escritório de Ernesto “Che” Guevara em Havana, 1960. Beauvoir e Sartre teriam passado cerca de um mês em Cuba, onde tiveram a oportunidade ver as primeiras mudanças do cotidiano da população, visto que a Revolução Cubana (1953-1959) havia sido encerrada há pouco mais de um ano com a derrubada do ditador apoiado pelos Estados Unidos, Fulgêncio Batista. Créditos: Alberto Korda.

3 PRINCIPAIS IDEAIS DE SIMONE BEAUVOIR

Em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou na rádio Vichy, como porta-voz da propaganda nacional Socialista.

Sempre liderando movimentos sociais, Simone de Beauvior realizou diversas viagens nações afora, como por exemplo, à China, em 1955, União Soviética, Cuba e ao Brasil (1960).

Em 1971 assumiu a direção da revista política, literária e filosófica de extrema esquerda, Les Temps Modernes, fundada por ela e Sartre em 1945.

O ápice da carreira literária de Simone veio em 1954, quando recebeu o prêmio Goncourt, o maior prêmio literário da França, pelo romance Os Mandarins, consagrando a carreira de Simone.

Simone, Sarte, Jorge Amado, Zélia Amado e Mãe Senhora
Zélia Gattai Amado, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Jorge Amado e Mãe Senhora durante visita de Sartre e Simone ao Brasil. Créditos: A exposição Jorge Amado e Zélia Gattai, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir: Memórias de Viagem / Fundação Casa de Jorge Amado.

4 OBRA PROIBIDA E MORTE

Para os padrões da sociedade da época de Simone de Beauvoir, alguns livros da escritora eram verdadeiros escândalos, como no caso da obra O Segundo Sexo.

A referida obra foi tão repercutida reprovada tanto pelos esquerdistas como pelos de direita, em especial a questão ligada ao direito do aborto.

A Igreja Católica passou então a colocar a obra da autora na relação de livros proibidos, Index.

Simone de Beauvoir, diante de tantos olhares críticos e repercussão negativa de suas obras, viajou pela Europa e África.

Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir
Simone: “Não se nasce mulher, torna-se mulher”. Créditos: autoria desconhecida.

Já queridinha pelos franceses, os quais viam nos ideais de Simone, uma mulher bem moderna e irreverente para os padrões da época.

Simone faleceu em 14 de abril de 1986 de pneumonia, muito coincidentemente, um dia antes do aniversário da morte de Sartre.

Ao longo de sua trajetória de independência, esta grande escritora teve (e ainda tem) um papel de importante destaque na Filosofia, na sociedade, para a cultura do mundo.

Foi enterrada no mesmo túmulo do seu companheiro de vida por 50 anos, Sartre, no cemitério de Montparnasse, em Paris.


Já conhecia a vida de Beauvoir? Já leu alguma de suas obras? Boa leitura e até o próximo artigo!


REFERÊNCIA(S):

BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 3ª ed. reform. e atual. São Paulo: Moderna, 2007.
ESTEVES, Renata. Simone de Beauvoir | O segundo sexo e a condição da mulher. YouTube: Se Liga Nessa História. Acesso em: 20 nov. 2018.
IMAGEM(NS):
Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: contato@incrivelhistoria.com.br
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Eudes Bezerra

35 anos, pernambucano arretado, bacharel em Direito e graduando em História. Diligencia pesquisas especialmente sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e principalmente executar o que planeja. Na Internet, atua de despachante a patrão, enfatizando a criação de conteúdo.

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