Artes Winston Churchill e a Tommy Gun Fotografia amplamente explorada por ingleses e alemães do primeiro-ministro Britânico com Tommy Gun, Winston Churchill, durante a Segunda Guerra Mundial. Artes • Guerras • Personalidades • Segunda Guerra Mundial Autor: Eudes Bezerra Matéria criada em 11 outubro 2013 Atualizada em 5 junho 2017 3 minutos Churchill verifica submetralhadora Thompson de soldado britânico em inspeção às defesas costeiras próximas à cidade Hartlepool, no nordeste da Inglaterra. Registro de 31 de julho de 1940. Créditos: Museu Imperial da Guerra, IWM H2646A. Amplamente explorada como munição pelas propagandas de guerra da Inglaterra e Alemanha, a simbólica fotografia do Primeiro-Ministro Britânico, Winston Churchill, com uma tommy gun fez parte do jogo de interesses antagônicos da Segunda Guerra Mundial. Enquanto os britânicos mostravam-no como o homem capaz de resistir e atravessar a tormenta nazista, os alemães o compararam a criminosos e bombardearam a Grã-Bretanha com folhetos de propaganda de desencorajamento à resistência diante de seu avanço. 1940: o drama britânico A situação dos britânicos em meados de 1940 era no mínimo crítica: entre os meses de maio e junho de 1940, a máquina de guerra alemã havia derrotado a gigantesca armada franco-britânica, imposto a vergonhosa Evacuação de Dunquerque e derrotado a França, deixando a Grã-Bretanha como única nação beligerante com capacidade significativa de opor resistência à Alemanha a esta altura do conflito. Ainda que diante deste dramático quadro, Churchill se manteve inabalável e jurou resistência, lamentando-se por apenas poder oferecer “trabalho, sangue, suor e lágrimas” ao povo britânico. A propaganda inglesa Para reforçar a imagem do homem que prometia lutar até o fim, a propaganda britânica visou enaltecer Churchill. Idealista apaixonado pelo Império Britânico, o velho político e militar inglês passou então a proferir míticos e inflamados discursos de encorajamento às mais variadas ações de resistência para as Forças Armadas e para a população britânica. Em um de seus famosos discursos, Churchill teria dito: Hitler sabe que ou nos dobra nesta ilha ou perde a guerra. Se pudermos resistir, a Europa poderá ser livre e o destino do mundo voltar-se para um futuro mais promissor iluminado ao sol. Mas, se falharmos, o mundo inteiro, inclusive os Estados Unidos, inclusive tudo que conhecemos e apreciamos, mergulhará no abismo de uma nova Idade das Trevas (…). Portanto, preparemo-nos para nosso dever e vamos nos conduzir de tal forma que, se o Império Britânico e a Commomwealth durarem mil anos, ainda dirão que esta ‘foi sua hora mais bela’”. (BALL, 2006, p. 164-165) A propaganda alemã Do lado alemão, a fotografia foi utilizada para fins de descrédito. Tratava-se da necessidade de arrefecer o ânimo de luta dos defensores da Grã-Bretanha. Comparações com criminosos norte-americanos foram feitas com ênfase no suposto aspecto mafioso — associações à Al Capone e Charles “Lucky” Luciano. Posteriormente, além das bombas incendiárias que eram despejadas sobre cidades britânicas, folhetos fizeram parte do bombardeamento aéreo alemão sobre o território do Reino Unido. Fotografia de original nazista retratando Churchill como assassino. REFERÊNCIAS: ALMEIDA, Leandro Antônio de. Churchill, o militar e o mito. BALL, Stuart. Winston Churchill: Vidas históricas. trad. Gleuber Vieira. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 2006. BBC (org.). Churchill decides to fight. CARDONA, Gabriel. O mundo durante a guerra: A Batalha da Inglaterra. Coleção 70º Aniversário da 2ª Guerra Mundial (1939-1945): Sangue, Suor e lágrimas: A Inglaterra resiste. São Paulo: Abril Coleções, n. 9, 2009.HOLMES, Alex Selwyn. Churchill and Tommy Gun. Eudes Bezerra37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja. Tags usadas: Deixe um comentário Cancelar respostaO seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *Comentário * Nome E-mail Veja tambémCaporegime: Entre o Don e o gatilhoBombardeio com as mãos na Grande GuerraEstandarte do Espírito MongolSelo da câmara de Tutancâmon