
Esculpida junto à Pirâmide de Quéfren (monumento central da Necrópole de Gizé), no Egito, a maior das esfinges do planeta foi completamente talhada em única e gigantesca rocha, detendo, ainda, o título de mais antiga construção do gênero.
Também conhecida como a Grande Esfinge de Gizé (ou Guiza, Guizé), possui corpo de leão, cabeça de homem (supostamente do faraó Quéfren), adorno na cabeça, uma falsa barba e um nariz destruído. Os estudiosos desta construção não sabem ao certo o que teria levado à destruição do nariz da Grande Esfinge de Gizé, aventando tanto a possibilidade de ação humana (por meio de tropas napoleônicas ou britânicas) quanto de ação natural do tempo (erosão).
Destacada na Necrópole de Gizé, as dimensões da esfinge abrangem 73 metros de comprimento, 20 metros de altura por 6 metros de largura. A idade da construção gera acaloradas discussões entre os pesquisadores: apesar de costumeiramente datada por volta da IV dinastia (2723 – 2563 a.c.), há correntes arqueológicas que incitam sua datação como sendo mais bem antiga que a majoritariamente aceita nos dias atuais. Entre os diversos apontamentos daqueles que contestam esta datação, situam-se indicações de que a Grande Esfinge de Gizé teria 5000, 7000 e até mesmo 9.000 anos de existência.
A majestosa construção ficou parcialmente coberta pela areia durante milênios até ser totalmente desterrada em 1925. Acredita-se que alguns faraós, como Tutmés e Ramsés II, tenham realizado escavações semelhantes com o mesmo objetivo — menções mitológicas citam que a Esfinge teria pedido para ser desenterrada.

Créditos: Henri Béchard – “Le Sphinx Armachis, Caire”.
Originária da mitologia mortuária egípcia, a construção de esfinges teria por objetivo ofertar proteção espiritual aos túmulos reais por meio de guardiões. Na mitologia egípcia, o animal leão era considerado guardião de lugares sagrados, condição protetora posteriormente associada às diversas invocações de divindades solares existentes ao longo da história das religiosidades criadas nesta civilização.
Ao longo da antiguidade, a prática de edificação de esfinges se disseminou por outros povos do Mediterrâneo e Alto Nilo, possivelmente em decorrência dos intercâmbios comerciais e culturais tecidos entre os egípcios e outras civilizações existentes à época.
Nestes povos, esta prática igualmente adquiriu novos significados. Em civilizações como a grega, fortemente influenciada pelos contatos travados com os egípcios, a esfinge poderia estar tanto associada ao culto funerário (como guardiã dos túmulos) quanto ao monstro (castigo) enviado por divindades em busca de reparação/punição terrena.



Curiosidade mitológica:
Conta a mitologia grega que a Esfinge se fixou nos arredores da cidade de Tebas, na Grécia, detendo e devorando os que passavam, quando não conseguiam decifrar seus enigmas. Édipo foi o primeiro a resolver o que lhe foi proposto: “Qual é o animal que anda com quatro pés pela manhã, dois ao meio-dia e três à tarde?” Édipo respondeu: “O homem, que engatinha na infância, caminha ereto na idade adulta e se apoia em um bastão na velhice”. Após a resposta, a Esfinge ficou furiosa e se matou, arremessando-se de um precipício ou se devorando.