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Guerras

O sacrifício dos Templários e Hospitalários pela cruz

O sacrifício dos membros das duas ordens religiosas após o fiasco de Hattin, em 1187, deu-lhes grande fama timbrando-os como formidáveis guerreiros de Deus.


templários e hospitalários antes do sacrifício
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Escrito por Eudes Bezerra
Leitura: 3 minutos
templários e hospitalários antes do sacrifício
Em tela, a obra “Saladino e Guy de Lusignan após a Batalha de Hattin, em 1187″, de Said Tahsine. Saladino logo depois teria ordenado a libertação de Guy de Lusignan (monarca regente de Jerusalém) e feito a famosa – e ofensiva – proposta aos soldados da Cruz que originou o famoso sacrifício de vida das ordens religiosas.

Em 4 de julho de 1187, após a derrota das forças defensoras de Jerusalém por Saladino, Templários e Hospitalários deram sua última prova de fé: a vida. Embora trágico, o sacrifício coletivo timbrou a devoção religiosa e foi glorificado por diversas ordens semelhantes.

A derradeira prova de devoção dos monges teria acontecido após a Batalha de Hattin, em 1187, em que cristãos e muçulmanos se enfrentaram pelo controle de Jerusalém. O resultado da Batalha foi um completo desastre para os defensores de Jerusalém (os cristãos): o exército foi trucidado, Guy de Lusignan (rei consorte de Jerusalém) e Reinaldo de Châtillon (poderoso líder de cavalaria) foram feitos prisioneiros – Guy seria libertado, mas Reinaldo executado (talvez, pelo próprio Saladino). A conquista de Jerusalém seria questão de tempo (ocorrendo finalmente em 2 de outubro do mesmo ano depois de um curto cerco à cidade).

Em meio à desgraça total, um pequeno grupo de cavaleiros ainda permanecia em pé e com elevado número de sobreviventes para sua categoria, eram os Templários e Hospitalários. Dos 600 que teriam iniciado a luta, acredita-se que aproximadamente 250 teriam sobrevivido e Saladino lhes fez uma oferta testando sua devoção.

O líder curdo, Saladino, ficou conhecido – entre aliados e adversários – por sua sabedoria, serenidade e por honrar sua palavra. Foi capaz de criar laços de respeito com adversários, como Ricardo Coração de Leão (rei na Inglaterra) e Balduino IV (antigo rei leproso de Jerusalém). Contudo, apesar de misericordioso, era feroz no campo de batalha e estava bastante irritado com a violação dos termos de paz por Reinaldo de Châtillon (por isso o teria matado).

A oferta e o sacrifício

Diz-se que Saladino reuniu os Templários e Hospitalários e “pediu” que renegassem a cruz, dando sua palavra de que todo aquele que cumprisse a oferta seria libertado, mas, do contrário, seria morto (decapitado). Dos 250 monges, 250 recusaram a oferta. Todos foram mortos.

Os Templários e Hospitalários ficaram conhecidos por sua forte devoção a Cristo e incrível fúria em combate. Os Templários (Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão), sem dúvida, tornaram-se a marca registrada das Cruzadas. “Os Templários provaram ser o primeiro exemplo de uma devoção imensamente popular que se espalhou pela Europa e pelo Oriente Próximo.” Sua túnica era branca com uma cruz vermelha em seu peito.

Semelhantes aos famosos Templários, a Ordem dos Hospitalários (derivado de Hospital de São João Batista de Jerusalém), inicialmente, apenas se destinava aos cuidados de peregrinos na Terra Santa, mas logo pegaram em armas e marcharam. Sua túnica era negra com uma cruz branca em seu peito.

REFERÊNCIAS:
ALTMAN, Max. Sultão Saladino reconquista Jerusalém e põe fim à era das cruzadas. Acesso em: 6 jul. 2013.
ALTMAN, Max. Morre Saladino, líder da oposição islâmica aos cruzados europeus. Acesso em: 6 jul. 2013.
JESTICE, Phyllis G. História das Guerras e Batalhas Medievais. O Desenvolvimento de Técnicas, Armas, Exército e Invenções de Guerra na Idade Média. trad. Milton Mira de Assumpção Filho. São Paulo: M. Books, 2012.
ONÇA, Fábio. Monges da pesada: As ordens militares defenderam a fé cristã e a Terra Santa. Coleção Grandes Guerras. São Paulo: Abril, n. 5, p. 38-41, abr. 2005.
WATERSON, James. Espadas Sacras: Jihad na Terra Santa, 1097-1291. trad. Giancarlos Soares Ferreira. São Paulo: Madras, 2012.
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Eudes Bezerra

35 anos, pernambucano arretado, bacharel em Direito e graduando em História. Diligencia pesquisas especialmente sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e principalmente executar o que planeja. Na Internet, atua de despachante a patrão, enfatizando a criação de conteúdo.

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