Direitos Humanos Imperialismo na Partilha da África O imperialismo na Partilha da África, quando o continente africano foi despedaçado pelos interesses econômico das potências. Direitos Humanos • Idade Contemporânea Autor: Eudes Bezerra Matéria criada em 5 junho 2023 4 minutos O imperialismo na Partilha da África, quando o continente africano foi despedaçado pelos interesses econômicos das potências. Créditos: Anton von Werner, Berliner Rathaus, Berlim / Montagem: Eudes Bezerra. O imperialismo na Partilha da África se manifestou de várias formas, incluindo nas questões econômicas, sendo a Conferência de Berlim de 1885 um exemplo disso, permitindo a divisão da África entre as potências europeias. As questões europeias residiam, basicamente, em questões coloniais e econômicas, e o rico continente africano representava uma questão-chave para as nações da Europa em disputa. As tensões entre as potências colonizadoras continuaram a aumentar, levando a disputas no Egito, Sudão, Marrocos, na Tunísia etc. e que seriam solucionadas por ocasião da Conferência de Berlim, finalizada em 26 de fevereiro de 1885. Dessa forma, nações imperialistas que já possuíam grandes colônias na África, como a Inglaterra e a França, foram obrigadas a negociar ante um conflito em outro continente. A Partilha da África, igualmente conhecida como Conferência de Berlim, foi organizada pelo chamado chanceler de Ferro alemão, Otto von Bismarck, e contou com diversas nações da Europa e os Estados Unidos. Créditos: Créditos: autoria desconhecida / Colorida por Marina Amaral. IMPERIALISMO NA PARTILHA DA ÁFRICA: AS GRANDES POTÊNCIAS A Alemanha, que se encontrava cada vez mais forte após sua unificação olhou para a África como uma oportunidade de encontrar — de modo predatório — matérias-primas baratas e de vender seus produtos manufaturados. No entanto, a França, Grã-Bretanha e Bélgica já compartilhavam trechos da África, o que deixou a Alemanha com poucas áreas de influência inicialmente e provocou a Conferência de Berlim. As rivalidades coloniais foram temporariamente resolvidas por meio de transações proporcionadas pela Partilha da África. No entanto, as rivalidades entre a Alemanha e a França aumentaram a partir de 1912 devido ao enorme crescimento econômico alemão, que preocupava todos os estados europeus, pois os produtos alemães inundavam os mercados francês e britânico. Além disso, a interpenetração das economias europeias já era tão forte que a maioria dos círculos industriais e financeiros tinha todo o interesse em preservar a paz, ainda que frágil. Uma explicação para o antagonismo franco-germânico reside sobre a ideia de vingança e o retorno das províncias perdidas da Alsácia-Lorena para França — regiões perdidas pela França na Guerra Franco-Prussiana entre (1870–1871). Embora a resistência à Alemanha continuasse na Alsácia-Lorena, essa resistência teria mudado no decorrer do tempo, visto que muitos traços germânicos já eram encontrados nas regiões anexadas. No entanto, o sentimento de revanchismo francês ainda era latente e a Partilha da África era uma forma de frear o avanço alemão, que cada vez mais ultrapassava o poderio franco-britânico. O imperialismo na Partilha da África não respeitou culturas distintas, incidindo puramente em questões de interesse europeu. Créditos: Eric Gaba [CC-BY-SA 3.0] / Wikimedia Commons. PARTILHA DA ÁFRICA: O CONGO DE LEOPOLDO II Uma das questões que mais marcam a Partilha da África foi o domínio de Leopoldo II, da Bélgica. Ao confirmar o Congo à Coroa da Bélgica, o rei dos belgas, Leopoldo II, comandou com mãos de ferro e pura brutalidade seu domínio de exploração no Congo, sendo mais conhecido por isso do que qualquer outra coisa. Leopoldo II havia aprendido a lição imperialista principalmente com o imperialismo da Partilha da África ao verificar as rivalidades entre França, Grã-Bretanha e Alemanha. Leopoldo II se encontra eternizado como um dos maiores genocidas da história, tendo sido um tirano brutal em sua busca ávida e perversa na exploração de suas colônias. Créditos: autoria desconhecida. O IMPERIALISMO NA PARTILHA DA ÁFRICA E A RESISTÊNCIA AFRICANA Ainda que a partilha da África seja considerada um evento histórico sombrio (e de fato é), também foi importante para nascer a resistência dos povos africanos tão duramente explorados e massacrados. À medida que o poderio da Europa se desintegrava durante a Primeira Guerra Mundial e mais ainda ao término desta, diversos povos africanos lograram êxitos que acabariam por desencadear diversas independências. Independências contra o imperialismo e a própria construção de uma identidade nacional, visto que as particularidades de cada povo haviam sido deixadas de lado quando por ocasião da Conferência de Berlim. PODE USAR TRECHOS DA MATÉRIA. FIQUE À VONTADE! Só pedimos que cite (referencie) o site, bastando fazer do seu jeito ou como no exemplo: Fonte: Incrível História: https://incrivelhistoria.com.br/ Obrigado! INDICAÇÕES DE LEITURA: CARTER, Miranda. Três imperadores: três primos, três impérios e o caminho para a Primeira Guerra Mundial. trad. Clóvis Marques. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013. GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras: Conflitos Mundiais Através do Tempo. trad. Roger dos Santos. São Paulo: M. Books, 2005. HOBSBAWM, Eric J.. A Era dos Impérios, 1875-1914. trad. Sieni Maria Campos e Yolanda Steidel de Toledo. 18 ed. Rio de janeiro: Paz e Terra, 2014. WILLMOTT, H. P.. Primeira Guerra Mundial. trad. Cecília Bartalotti, Myriam Campello, Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. IMAGEM(NS): Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: contato@incrivelhistoria.com.br Eudes Bezerra37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja. Tags usadas: colonialismo século xix Deixe um comentário Cancelar respostaO seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *Comentário * Nome E-mail Veja tambémIdade do Ferro e a revolução tecnológica (Resumo)Idade do Cobre: Descoberta e Impacto (Resumo)Estopim da Primeira Guerra MundialPrimeira Guerra Mundial: Resumo