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Direitos Humanos

Imperialismo na Partilha da África

O imperialismo na Partilha da África, quando o continente africano foi despedaçado pelos interesses econômico das potências.


Conferência de Berlim e a partilha da África
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Escrito por Eudes Bezerra
Leitura: 4 minutos
Conferência de Berlim e a partilha da África
O imperialismo na Partilha da África, quando o continente africano foi despedaçado pelos interesses econômicos das potências. Créditos: Anton von Werner, Berliner Rathaus, Berlim / Montagem: Eudes Bezerra.

O imperialismo na Partilha da África se manifestou de várias formas, incluindo nas questões econômicas, sendo a Conferência de Berlim de 1885 um exemplo disso, permitindo a divisão da África entre as potências europeias.

As questões europeias residiam, basicamente, em questões coloniais e econômicas, e o rico continente africano representava uma questão-chave para as nações da Europa em disputa.

As tensões entre as potências colonizadoras continuaram a aumentar, levando a disputas no Egito, Sudão, Marrocos, na Tunísia etc. e que seriam solucionadas por ocasião da Conferência de Berlim, finalizada em 26 de fevereiro de 1885.

Dessa forma, nações imperialistas que já possuíam grandes colônias na África, como a Inglaterra e a França, foram obrigadas a negociar ante um conflito em outro continente.

Otto von Bismarck
A Partilha da África, igualmente conhecida como Conferência de Berlim, foi organizada pelo chamado chanceler de Ferro alemão, Otto von Bismarck, e contou com diversas nações da Europa e os Estados Unidos. Créditos: Créditos: autoria desconhecida / Colorida por Marina Amaral.

IMPERIALISMO NA PARTILHA DA ÁFRICA: AS GRANDES POTÊNCIAS

A Alemanha, que se encontrava cada vez mais forte após sua unificação olhou para a África como uma oportunidade de encontrar — de modo predatório — matérias-primas baratas e de vender seus produtos manufaturados.

No entanto, a França, Grã-Bretanha e Bélgica já compartilhavam trechos da África, o que deixou a Alemanha com poucas áreas de influência inicialmente e provocou a Conferência de Berlim.

As rivalidades coloniais foram temporariamente resolvidas por meio de transações proporcionadas pela Partilha da África.

No entanto, as rivalidades entre a Alemanha e a França aumentaram a partir de 1912 devido ao enorme crescimento econômico alemão, que preocupava todos os estados europeus, pois os produtos alemães inundavam os mercados francês e britânico.

Além disso, a interpenetração das economias europeias já era tão forte que a maioria dos círculos industriais e financeiros tinha todo o interesse em preservar a paz, ainda que frágil.

Uma explicação para o antagonismo franco-germânico reside sobre a ideia de vingança e o retorno das províncias perdidas da Alsácia-Lorena para França — regiões perdidas pela França na Guerra Franco-Prussiana entre (1870–1871).

Embora a resistência à Alemanha continuasse na Alsácia-Lorena, essa resistência teria mudado no decorrer do tempo, visto que muitos traços germânicos já eram encontrados nas regiões anexadas.

No entanto, o sentimento de revanchismo francês ainda era latente e a Partilha da África era uma forma de frear o avanço alemão, que cada vez mais ultrapassava o poderio franco-britânico.

Mapa da Partilha da África
O imperialismo na Partilha da África não respeitou culturas distintas, incidindo puramente em questões de interesse europeu. Créditos: Eric Gaba [CC-BY-SA 3.0] / Wikimedia Commons.

PARTILHA DA ÁFRICA: O CONGO DE LEOPOLDO II

Uma das questões que mais marcam a Partilha da África foi o domínio de Leopoldo II, da Bélgica.

Ao confirmar o Congo à Coroa da Bélgica, o rei dos belgas, Leopoldo II, comandou com mãos de ferro e pura brutalidade seu domínio de exploração no Congo, sendo mais conhecido por isso do que qualquer outra coisa.

Leopoldo II havia aprendido a lição imperialista principalmente com o imperialismo da Partilha da África ao verificar as rivalidades entre França, Grã-Bretanha e Alemanha.

Rei Leopoldo II da Bélgica e escravos de suas colônias com mãos decepadas como castigo
Leopoldo II se encontra eternizado como um dos maiores genocidas da história, tendo sido um tirano brutal em sua busca ávida e perversa na exploração de suas colônias. Créditos: autoria desconhecida.

O IMPERIALISMO NA PARTILHA DA ÁFRICA E A RESISTÊNCIA AFRICANA

Ainda que a partilha da África seja considerada um evento histórico sombrio (e de fato é), também foi importante para nascer a resistência dos povos africanos tão duramente explorados e massacrados.

À medida que o poderio da Europa se desintegrava durante a Primeira Guerra Mundial e mais ainda ao término desta, diversos povos africanos lograram êxitos que acabariam por desencadear diversas independências.

Independências contra o imperialismo e a própria construção de uma identidade nacional, visto que as particularidades de cada povo haviam sido deixadas de lado quando por ocasião da Conferência de Berlim.


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Fonte: Incrível História: https://incrivelhistoria.com.br/

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INDICAÇÕES DE LEITURA:

CARTER, Miranda. Três imperadores: três primos, três impérios e o caminho para a Primeira Guerra Mundial. trad. Clóvis Marques. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras: Conflitos Mundiais Através do Tempo. trad. Roger dos Santos. São Paulo: M. Books, 2005.

HOBSBAWM, Eric J.. A Era dos Impérios, 1875-1914. trad. Sieni Maria Campos e Yolanda Steidel de Toledo. 18 ed. Rio de janeiro: Paz e Terra, 2014.

WILLMOTT, H. P.. Primeira Guerra Mundial. trad. Cecília Bartalotti, Myriam Campello, Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

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Eudes Bezerra

35 anos, pernambucano arretado, bacharel em Direito e graduando em História. Diligencia pesquisas especialmente sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e principalmente executar o que planeja. Na Internet, atua de despachante a patrão, enfatizando a criação de conteúdo.

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