
Tombado como Patrimônio Mundial pela UNESCO, o imponente castelo medieval representa o que de melhor foi criado na era dos castelos, desdobrando-se como um dos mais belos e bem protegidos. Durante as Cruzadas, sediou a Ordem religiosa dos Hospitalários e se tornou símbolo de resistência cristã na Terra Santa.
Sua construção parece ter sido um projeto sem-fim. Os Hospitalários receberam uma primitiva construção em 1141 e teriam feito ao menos duas grandes obras que só findaram em meados do século XIII. Na década de 1930, abandonado e quase em ruínas, passou por grande reforma para lhe trazer de volta sua antiga glória. Em 2008 foi tombado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
A surpreendente construção foi um formidável centro de defesa e controle regional para os cruzados. Construído no alto de um monte no sul da atual Síria, serviu aos propósitos das Cruzadas nos séculos XII e XIII. Estrategicamente posicionado no flanco do antigo Reino Jerusalém, foi um dos grandes responsáveis pela sustentação cristã na “Terra Santa”.

Estima-se que na época em que serviu aos Hospitalários, o Castelo já possuía medições de 140 metros x 210 metros. Facilmente defensável, detém um elaborado conjunto duplo de defesas e, quando necessário, a fortificação podia guarnecer pouco mais de 2 mil soldados. Seus armazéns detinham grande capacidade para estocagem de suprimentos. Avalia-se que, quando completamente abastecidos, poderiam suprir as necessidades básicas da guarnição por alguns anos.
A fortificação resistiu a diversas tentativas de tomada por mais de 100 anos (teria repelido ao menos 12 incríveis tentativas). A poderosa construção finalmente caiu em 8 de abril de 1271, depois de resistir a um cerco de aproximadamente seis semanas empreendido pelo sultão do Egito, Baibars.
A tomada do Krak des Chevaliers ainda hoje suscita discussões. As tropas do sultão quando finalmente teriam conseguido “derrubar” uma das torres, depararam-se com algo ainda mais extraordinário, a segunda linha de muros a torre de menagem (típica construção central do castelo europeu). Isto é, um segundo complexo de muros ainda mais difíceis de serem tomados e que deixaria os invasores bem mais expostos.

Créditos: autoria desconhecida.
Recuando suas forças e profundamente desanimado com a possibilidade de um assédio (cerco) mais prolongado, o sultão teria criado um documento fictício na qual um dos líderes da Ordem dos Hospitalários estaria dando ordem de rendição, pois não havia como prestar auxílio algum aos defensores.
A ordem foi acatada e os bravos defensores do Krak teriam recebido salvo-conduto para casa. Há referências que apontam discussões que, na verdade, os Hospitalários sabiam que a ordem de entrega do castelo era falsa, mas, querendo camuflar sua desonra diante da derrota iminente, acataram-na fingindo desconhecer o fato.
Os Hospitalários seguiam duros preceitos de conduta e, como as demais ordens religiosas, suas “regras incluíam uma rígida disciplina militar, com penas pesadas para quem evitasse o inimigo, deixasse um estandarte baixar ou cair (…). Essas regras eram vistas como um meio de ganhar a salvação e, ao mesmo tempo, manter a honra e o prestígio da cavalaria“. (JESTICE, 2012, p. 89-90)
A única coisa que parece ser certa, é que a guarnição do castelo estava reduzida (fim iminente das Cruzadas). Sobre o conhecimento ou não da veracidade documental por parte dos Hospitalários, apenas se sabe que há discussões acaloradas.



Créditos: Christine Osborne. © Christine Osborne/Corbis, ID: OS001430.

Créditos: autoria desconhecida.