Guerras Inferno: o objetivo da Batalha do Somme, 1916 O objetivo da Batalha do Somme acabou em uma tentativa frustrada de ingleses e franceses em tomar a iniciativa na guerra contra os alemães. Guerras • Idade Contemporânea • Períodos • Primeira Guerra Mundial Autor: Eudes Bezerra Matéria criada em 9 julho 2022 Atualizada em 30 novembro 2022 5 minutos O objetivo da Batalha do Somme acabou em uma tentativa frustrada de ingleses e franceses em tomar a iniciativa na guerra contra os alemães. Créditos: Ernest Brooks e John Warwick Brooke, respectivamente / Museu Imperial da Guerra, Inglaterra / Montagem: Eudes Bezerra. O objetivo da Batalha do Somme — ou a Ofensiva do Somme — era aliviar a pressão exercida pelas tropas alemãs na Batalha de Verdun, ocorrida mais ao sul, e tentar quebrar a linha alemã na Frente Ocidental. No entanto, acabou se transformando em um verdadeiro fiasco que terminou com um tremendo saldo de mortos e nenhum vencedor, exceto, talvez, os alemães por terem conseguido quebrar o avanço anglo-francês. No início de 1916, tanto os Aliados [leia-se Entente] quanto as Potências Centrais desejavam desesperadamente assumir a ofensiva na guerra e enfraquecer o exército inimigo. A Alemanha agiu primeira, atacando as fortalezas ao redor de Verdun, e, em julho de 1916, uma ofensiva anglo-francesa atingiu as linhas alemãs próximo do Rio Somme. Juntas, essas batalhas testemunharam o mais intenso ataque de artilharia e o maior número de baixas jamais visto até então. (GILBERT, 2005, p. 226, acréscimo nosso) Boa leitura! TÓPICOS SOBRE OS OBJETIVOS DA BATALHA DO SOMME 1. O objetivo da Batalha do Somme: Aliviar Verdun e quebrar a Frente Ocidental 2. Defesas alemãs bem preparadas 3. Somme: Uma triste memória 4. Baixas da Ofensiva do Somme Referências ⠀ 1. O OBJETIVO DA BATALHA DO SOMME: ALIVIAR VERDUN E QUEBRAR A FRENTE OCIDENTAL A Batalha do Somme, travada entre 1º de julho e 18 de novembro de 1916, durante a Primeira Guerra Mundial (1914–1918) foi uma ofensiva conjunta entre as forças britânicas e francesas e seus aliados. A ofensiva almejava conseguir uma vitória arrasadora sobre os alemães na Frente Ocidental, de modo a reduzir as forças germânicas na área ao mesmo passo que ajudaria na Batalha de Verdun, travada mais ao sul da França. Em dezembro de 1915, os comandantes aliados se reuniram para discutir estratégias para o próximo ano e concordaram em lançar um ataque conjunto com franceses e britânicos na região do rio Somme no verão de 1916. A intensa pressão alemã sobre os franceses em Verdun ao longo de 1916 fez a ação no Somme cada vez mais urgente e significava que os britânicos assumiriam o papel principal na ofensiva. Soldados britânicos ocupando uma trincheira alemã capturada em Ovillers-la-Boisselle, no Somme. Na fotografia, um homem se encontra de sentinela enquanto os seus camaradas descansam, julho de 1916. Créditos: John Warwick Brooke / Museu Imperial da Guerra, Inglaterra. Tanque Mark I e tropas britânicas em Somme no dia 25 de setembro de 1916. Depois da artilharia e dos gases tóxicos, o novo engenho prometia encerrar o desgastante impasse da guerra de trincheiras e tomar a iniciativa para os anglo-franceses – era mera ilusão. Créditos: Ernest Brooks / Museu Imperial da Guerra, Inglaterra. ⠀ 2. DEFESAS ALEMÃS BEM PREPARADAS Ao atacar, a armada franco-britânica se deparou com defesas alemãs que foram cuidadosamente posicionadas ao longo de meses. Desse modo, os germânicos proporcionaram uma verdadeira barreira aos objetivos da Batalha do Somme traçados pela Tríplice Entente. Apesar de um bombardeio maciço e que durou de sete dias, precedendo a primeira ofensiva na batalha, marcada para o dia 1º de julho, os britânicos foram rechaçados com um recorde de baixas (mais de 57 mil em apenas um dia). Os soldados ingleses nem de longe conseguiram avançar rapidamente sobre o campo para tomar as trincheiras alemãs, conforme o tal objetivo da Batalha do Somme. Dessa forma, a Batalha do Somme estava a se transformar em um novo e gigantesco atoleiro similar ao de Verdun, tornando-se mais uma batalha de atrito sem saída e com o emprego de inúmeras armas incrivelmente destrutivas. Descarte de caixas de munição vazias, uma fração mínima do total usado por uma divisão britânica no bombardeio de Fricourt em julho de 1916. Créditos: autoria desconhecida / Museu Imperial da Guerra, Londres, Inglaterra. ⠀ 3. SOMME: UMA TRISTE MEMÓRIA Mesmo com a estreia do promissor tanque de guerra, em quase 5 meses de batalha, os franco-britânicos avançaram irrisórios 11 quilômetros no máximo e a elevadíssimos custos material e humano. Mais de um milhão de homens de todos os lados foram mortos, feridos ou capturados. As baixas britânicas no primeiro dia – mais de 57.000, das quais 19.240 foram mortas — o dia mais sangrento da história militar britânica. O Somme, como Verdun para os franceses, tem um lugar de destaque na história britânica e na memória popular e passou a representar a perda e a aparente futilidade da guerra. No entanto, ofensiva aliada no Somme foi uma necessidade estratégica lutada para atender às necessidades de uma aliança internacional. Os comandantes britânicos aprenderam lições difíceis, mas importantes no Somme, que contribuiriam para a duvidosa vitória em 1918. Tropas britânicas feridas em uma estação de curativo em Aveluy Wood. Um homem mostra danos em seu capacete de aço do qual sofreu um ferimento na cabeça, 13 de novembro de 1916. Créditos: John Warwick Brooke / Museu Imperial da Guerra, Inglaterra. ⠀ 4. BAIXAS DA OFENSIVA DO SOMME A Batalha do Somme veio para redefinir a chamada Guerra de Trincheiras e deixou um saldo extremamente amargo para ambos os lados do conflito. Os ingleses amargaram baixas entre 420 e 450 mil mortos e feridos, enquanto os franceses algo próximo dos 200 mil. Os alemães, por sua vez, tiveram cerca de 450 mil mortos, feridos, desaparecidos ou capturados. No final, um saldo amargo de mais de 1 milhões de soldados mortos. A batalha do Rio Somme, inclusive, ainda hoje permanece como o mais doloroso e infame episódio da Primeira Guerra Mundial para os britânicos que lideraram a iniciativa. ⠀ REFERÊNCIAS GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras: Conflitos Mundiais Através do Tempo. trad. Roger dos Santos. São Paulo: M. Books, 2005. MAGNOLI, Demétrio; BARBOSA, Elaine Senise. Liberdade versus igualdade: O mundo em desordem (1914-1945). Rio de Janeiro: Record, 2011. SHEFFIELD, Garry. As origens da Primeira Guerra: impérios a caminho do conflito. In.: Coleção As grandes guerras mundiais. trad. Rosemaire Ziegerlmaier. São Paulo: Folha de São Paulo, v. 1, 2014. WILLMOTT, H. P.. Primeira Guerra Mundial. trad. Cecília Bartalotti, Myriam Campello, Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. IMAGEM(NS): Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: contato@incrivelhistoria.com.br PALAVRAS-CHAVE SECUNDÁRIAS: primeira guerra mundial, grande guerra, batalha do rio somme, ofensiva do somme, objetivo da batalha do some, batalha de verdun. Eudes Bezerra37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja. Tags usadas: primeira guerra mundial Deixe um comentário Cancelar respostaO seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *Comentário * Nome E-mail Veja tambémCaporegime: Entre o Don e o gatilhoBombardeio com as mãos na Grande GuerraEstandarte do Espírito MongolSelo da câmara de Tutancâmon