Idade Média Peste Negra: História, causas, sintomas e tratamento A Peste Negra dizimou dezenas de milhões de europeus na Idade Média. Conheça a história, as causas, os sintomas e o tratamento da terrível Peste Bubônica! Idade Média • Períodos Autor: Eudes Bezerra Matéria criada em 30 agosto 2018 4 minutos Peste Negra ou Morte Negra, qualquer que seja o termo utilizado carrega consigo o último suspiro de milhões de europeus mortos em uma das piores pandemias da História. Créditos: [1] Catacumbas de Paris, França. Créditos: Pixabay; [2] Doutor Peste. Créditos: autoria desconhecida; [3] Fotomontagem: Eudes Bezerra.Provavelmente a mais famosa pandemia da História, a brutal Peste Negra (ou Morte Negra) dizimou dezenas, talvez centenas, de milhões de vidas e ainda hoje se encontra em nós. Sua força no passado foi tão devastadora que cessou conflitos, como a Guerra dos Cem Anos; gerou perseguição aos judeus, que foram erroneamente culpados de envenenar poços de água; abalou o poder da igreja católica, que não conseguia frear a Peste; e nem os bichanos escaparam: os gatos eram associados ao Diabo e por isso quase foram extintos da Europa. ÍNDICE 1 O que foi a Peste Negra? 2 Dias atuais e como se prevenir 3 Tipos de Peste Negra 4 Sintomas e forma de diagnóstico da peste negra 5 Consequências da Peste Negra na sociedade medieval 6 Como a Peste chegou à Europa? 7 Sugestão de Filme Referências ⠀ 1 O QUE FOI A PESTE NEGRA? A Peste Negra, também chamada de Peste Bubônica, foi uma doença que causou a morte de quase um terço da população europeia durante a Idade Média Baixa, tendo o seu auge no século XIV (entre 1347 e 1353). Há referências que defendam até 200 milhões de mortos, mas habitualmente se estima que as vítimas totalizem entre 25 e 75 milhões de pessoas mortas. Em se tratando de uma era na qual ainda não se tinha a cura para esse mal, era comum ver a doença matar um indivíduo em questão de dias, podendo-se afirmar a Peste Negra se espalhava de forma avassaladora devido ao alto grau de transmissibilidade da bactéria Yersinia Pestis. A Igreja Católica, predominante na época não admitia nenhuma forma de cura, pois seus membros entendiam de forma errônea os avanços tecnológicos e qualquer movimentação contrária poderia ser considerada ato de bruxaria. ⠀ 2 DIAS ATUAIS E COMO SE PREVENIR As condições ambientais de proliferação do principal hospedeiro, o rato, juntamente com as noções básicas de higiene e o crescimento do saneamento básico urbano reduzem bastante o tamanho da população de roedores, bem como a sua reprodução, seja por vacina seja exterminação. Hoje, esta bactéria ainda existe, porém, com os avanços da área da Medicina, já se sabe quais medicamentos tomar e sua forma de controle. Isola-se o paciente em quarentena e o uso de antibióticos: Estreptomicina; Tetraciclina; Cloranfenicol; Gentamicina e Doxiciclina. A doença não se origina de ratos, que são meros hospedeiros da bactéria. São as pulgas que picam as pessoas e assim se transmite as bactérias causadoras da peste. ⠀ 3 TIPOS DE PESTE NEGRA Bubônica: recebe esse nome devido aos bulbos formados na pele. O sistema atingido neste caso é o sistema linfático. A olho nu, visualizava-se neste caso, feridas pretas, que se abriam e matavam os tecidos internos. Septicêmica: atinge o sistema circulatório causando infecções que se espalham rapidamente nos órgãos, generalizando-se. Pneumônica: como o próprio nome sugere, há neste caso ataque do sistema pulmonar e vias aéreas. ⠀ 4 SINTOMAS E FORMA DE DIAGNÓSTICO DA PESTE NEGRA Geralmente são: tosse com sangue, vômito com sangue, febre alta com calafrios numa temperatura média de 40º C, fraqueza, dores no corpo e na cabeça e pústulas pretas espalhadas pelo corpo. Pessoas rezando por alívio da Peste Bubônica, por volta de 1350. Créditos: E. Corbould, litografia de F. Howard / Getty Images. ⠀ 5 CONSEQUÊNCIAS DA PESTE NEGRA NA SOCIEDADE MEDIEVAL Devido à grande quantidade de mortos faltava mão-de-obra na Europa e a força de trabalho se tornava bastante cara. Interrupção da Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra. Impacto socioeconômico mundial causado pela alta taxa de mortalidade da população. Apropriação de terras de terceiras, pois muitos morriam e seus bens ficavam abandonados e como famílias foram devastadas em muitos casos não sobravam herdeiros para a sucessão de bens. Migração de pessoas do campo para a cidade em busca de trabalho, revoltas camponesas devido às fragilidades do decadente Feudalismo e a fome que assolava as pessoas neste período devido à falta de recursos alimentícios e produção agrícola insuficiente para atender a demanda. Revoltas políticas e descontentamento com a Igreja Católica, tanto que o poder dos líderes religiosos ficou bem abalado e enfraquecido. Crise na nobreza, a qual empobreceu muitos nobres. ⠀ 6 COMO A PESTE CHEGOU À EUROPA? A Europa medieval não possuía tubulação de rede de esgoto e essas condições de higiene bem insuficientes contribui bastante para que os ratos encontrassem um espaço bem característico de se viver e procriar. A reprodução dos ratos acontece de forma bem acelerada, sendo assim já é possível imaginar a quantidade de ratos infectados espalhando suas pulgas por toda parte. A peste foi parar na Europa vinda provavelmente da Ásia Central, em 1347. O tempo das viagens nos navios de transporte durava muitas das vezes um tempo considerável, somado ao aglomerado de pessoas em condições precárias de higiene, o que favorecia a disseminação da peste. ⠀ 7 SUGESTÃO DE FILME Morte Negra, de Christopher Smith, 2010. E aí, gostou de saber sobre este momento histórico tão importante? Conte-nos sua opinião. Será o maior prazer receber esse feedback. Até o próximo artigo! ⠀ REFERÊNCIA(S): BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 3ª ed. reform. e atual. São Paulo: Moderna, 2007. VINCENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002. ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA. Black Death. Acesso em: 29 jun. 2017. WHITE, Matthew. O grande livro das coisas horríveis: a crônica definitiva das cem piores atrocidades da história. trad. Sergio Moraes Rego. Rio de Janeiro: Rocco, 2013. IMAGEM(NS): Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: contato@incrivelhistoria.com.br Eudes Bezerra37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja. Tags usadas: Deixe um comentário Cancelar respostaO seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *Comentário * Nome E-mail Veja tambémCaporegime: Entre o Don e o gatilhoBombardeio com as mãos na Grande GuerraEstandarte do Espírito MongolSelo da câmara de Tutancâmon