
Construído como demonstração da grandeza da civilização egípcia na Antiguidade, o Templo do Sol de Ramsés II, em Abu Simbel, representou — e ainda hoje representa — muito da sofisticação de sua sociedade e da importância do poderio faraônico sobre a mesma.
As singulares intenções que levaram este templo a ser construído se manifestam por meio de diversos detalhes, como o fato de ter sido projetado de modo que a luz solar tocasse a face do faraó em exatas duas datas do ano. Monumental, a construção se guiou buscando o impacto e a glória em detrimento da segurança e praticidade.
O Templo do Sol teria sido construído entre 1284-1264 a.c. no sul do Egito, e esteve coberto pela areia durante milênios até ser redescoberto em 1813. Esta construção penetra profundamente na encosta de arenito, que é “vigiada” por quatro impressionantes estátuas de faraós.
Características do templo
A fachada impõe 33 metros de altura por 38 metros de largura, tendo cada estátua 20 metros de altura. As estátuas se encontram sentadas em tronos, possuem olhares condescendentes e entre as duas centrais, bem como na entrada do templo, o deus sol é representado portando um cetro de guerra. No friso diversos babuínos celebram o sol.
Em seu arcabouço existem dezenas de imagens e retratações relativas à Batalha de Kadesh, religião e a venerada proximidade do faraó com os deuses. Estes adornos decorativos retratam a divindade do faraó, sua força militar e o domínio sobre a natureza.

Sua estreita entrada dá acesso a um amplo salão sustentado por oito colunas. “Oito pilares quadrados sustentam estátuas de Ramsés II representando como Osíris, deus que levou a civilização ao Egito primitivo e rei dos mortos. O culto a Osíris readquiriu força no Novo Império e suas estátuas exibem barba lisa (símbolo da vida) em vez da tradicional, encaracolada, do deus morto. A imagem gravada na coroa de Osíris mostra o rei como imortal, adorado ainda em vida.” (COLE, 2011, p. 25)
Além destas oito, há quatro novas estátuas adiante: três de deuses nacionais e uma de Ramsés II, todas em igualdade de condições.

O Templo do Sol quase inundado
Em meados do século XX, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) iniciou uma campanha internacional de doações para salvar sítio arqueológico de Abu Simbel, que estava condenado a ser submergido pelas águas do Lago Nasser.
Uma grande represa foi construída à época em Assuã, o que fatalmente inundaria uma das mais extraordinárias construções já feitas pelo homem — o Templo do Sol de Ramsés II —, assim como também todo o sítio arqueológico.
A iniciativa da UNESCO salvou o Templo do Sol e outras construções próximas, como o Templo de Nefertari (Ramsés II o fez em homenagem à esposa predileta). O salvamento se deu por meio da fragmentação de todo o sítio arqueológico em blocos, que foram transportados para serem reconstruídos em local seguro durante as décadas de 1960-1970.
Vídeo com imagens do Templo do Sol de Ramsés II e de Nerfetari:
Sugestão da leitora Nathália Victor.