Arte: Conceitos e características

Escrito por Eudes Bezerra

Leitura: 6 minutos

conceitos e características da Arte — Características, tônicas e conceitos de Arte, como produto de atividades humanas sejam visuais sejam auditivas sejam impensáveis. Créditos: / Fotomontagem: Eudes Bezerra.

Por todas as culturas apresentarem os seus próprios conceitos de arte, torna-se difícil trazer uma única definição. No entanto, é possível conceituar a arte como um produto de atividades humanas sejam visuais sejam auditivas sejam impensáveis…

Esses produtos, objetos, sensações de arte expressam a técnica e o processo criativo do autor ou da autora e podem ser apreciados por sua beleza ou objetivo social.

Boa leitura!

TÓPICOS SOBRE A ARTE

1. Afinal, o que é arte?
2. A arte no pensamento ocidental
3. A Filosofia da Arte: representação, expressão e forma
4. Arte Naturalista x Arte Conceitual
5. Qual é o objetivo da arte?
⠀⠀5.1 A tapeçaria de Bayeux: a Batalha de Hastings (1066)
6. Afinal, o que é o artista?
Referências
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1. AFINAL, O QUE É ARTE?

A arte, em uma definição ampla e genérica, trata-se de qualquer manifestação do ser humano de acordo com a harmonia/estética ou a comunicação da época em que foi realizada concretamente.

Essa atividade humana produz os mais diversos objetos e conceitos visuais, auditivos e performáticos.

O termo vem da palavra grega ars, que significa técnica e/ou habilidade, e seu primeiro uso etimológico é datado do século XIII em manuscritos.

Porém, a palavra e suas variantes provavelmente existem desde a fundação de Roma, por volta do ano de 753 a.C.

A arte é a expressão da técnica e do processo criativo, tendo a intenção de ser apenas bela ou de carregar poder emocional.

Essa definição remonta aos gregos, que geralmente conectavam a palavra arte ao belo.

arte rupestre — As pinturas rupestres são arte e buscavam transmitir ensinamentos às novas gerações. Isto é, a palavra arte nasceu bastante tempo depois da arte em si, visto que é algo que habita em nós desde sempre. Créditos: Prof saxx, Gruta de Lascaux, França.

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2. A ARTE NO PENSAMENTO OCIDENTAL

A conceituação, assim como a Arte em si, que nos atinge vem em grande parte do mundo ocidental, sendo, assim, basicamente Clássica.

A Arte acaba sendo traduzida como um padrão material de beleza, da busca pelo belo — influência greco-romana.

A beleza é a essência invisível de tudo o que é belo. Nisso, a estética procura diferenciar a beleza do belo.

Para a Arte, o belo é tudo o que é captado pela nossa subjetividade, provocando emoção e nos tirando do estado de normalidade.

Apesar do belo ser relativo de cultura para cultura, os pensadores gregos acreditavam haver universalidade no belo, o que seria a simetria.

Dessa forma, para a maioria dos pensadores que estudaram a filosofia clássica, o principal objetivo da arte é a representação da beleza.

conceito de arte e a guerra russo-japonesa — Nossa noção de arte decorre muito do pensamento greco-romano, que foi propagado fortemente a partir do Renascimento. Por isso, ocorre certa “dificuldade” de se entender (sentir) a Arte de outras culturas. Créditos: autoria desconhecida.

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3. A FILOSOFIA DA ARTE: REPRESENTAÇÃO, EXPRESSÃO E FORMA

Na História da Arte, os filósofos aparentam ser os maiores debatedores do seu conceito.

Para os filósofos, há dois subtextos importantes para se compreender a arte, que são: a sua essência natural e a sua importância social.

Isso levou a filosofia da arte a dividir o seu conceito em três categorias: representação, expressão e forma:

Representação ou mimese: nessa ideia desenvolvida por Platão, a arte sempre seria uma cópia ou imitação (uma mimese).

Nisso, o principal conceito da arte seria a representação ou replicação de algo belo ou significativo;

Expressão da emoção: nessa ideia desenvolvida durante o movimento romântico, a obra de arte pretende evocar alguma resposta emocional mais profunda.

Dessa forma, o conceito de arte seria algo sublime ou dramático;

Forma: nessa ideia desenvolvida pelo prussiano (alemão) Immanuel Kant, a arte não apresenta um conceito importante em sua criação, sendo julgada apenas por suas qualidades formais e estéticas.

Kant parece deixar propositalmente um espaço maior para a manifestação artística e se precaver de certos julgamentos.

obra de arte de pablo picasso guernica — A arte é extremamente julgada por artistas, intelectuais, falsos intelectuais e leigos. Por fim, da mesma forma que a Arte é julgada, ela também pode ser abstrata e isso exige um pouco de imaginação de quem a vê, sente. Créditos: Painel Guernica, de Pablo Picasso.

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4. ARTE NATURALISTA X ARTE CONCEITUAL

Até os estudos do historiador e filósofo, Heinrich Wölfflin, os especialistas em História da Arte acreditavam que a sua tendência era o Naturalismo.

A arte naturalista trabalhava com a representação da natureza, sendo o seu caminho natural a busca pela perfeição.

Funcionaria como uma espécie de guia baseado na essência da natureza.

Porém, Wölfflin acreditava que a História da Arte não poderia trabalhar com a noção desajeitada de imitação da natureza.

Para ele, não havia como a arte ser um processo acumulativo de busca pela perfeição, o que tenderia a mostrar apenas um aspecto ao passo que deixava um mundo de possibilidades de lado.

Dessa forma, outros estudiosos acabaram definindo a arte naturalista como uma questão cultural, sendo específica de um período e região.

Para esses estudiosos, na maioria das sociedades predomina a arte conceitual, que se interessa mais pela representação verdadeira das coisas.

Isto é, possui foco em coisas abstratas abrindo mão da estética para se apresentar ao mundo.

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5. QUAL É O OBJETIVO DA ARTE?

A arte na Grécia Antiga conseguiu ser inovadora ao promover a perda do aspecto religioso em suas obras.

Não que não fossem feitas, mas que se ampliou o leque de possibilidades.

Isso levanta a questão sobre qual é o objetivo da arte: ser apenas a criação da beleza ou ter uma finalidade específica, ainda que muitas sejam possíveis?

Essa questão, como se percebe, é subjetiva, variando de artista para artista.

Para alguns, a maior preocupação é fundamentalmente a beleza, tendo a obra fim em si mesma.

Para outros, a arte só tem validade quando alinhada com alguma finalidade, tendo algum engajamento.

Como diria o filósofo: “cada um no seu quadrado” e o artista há de fazer o que a sua intenção e sensibilidade lhe mostram.

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5.1 A tapeçaria de Bayeux: a Batalha de Hastings (1066)

Como exemplo da arte com uma finalidade, um objetivo, temos famosa Tapeçaria de Bayeux que retrata a Batalha de Hastings (1066).

Nessa batalha crucial, o normando Guilherme, o Conquistador, venceu o rei Haroldo II, conquistando a Inglaterra.

A Tapeçaria de Bayeux é gigantesca e mostra diversos aspectos da batalha que acabou com o rei inglês morto e seu exército em fuga.

Ou seja, esta verdadeira obra de arte — repleta de elementos sutis — acaba por se tornar uma rica fonte histórica por conta do seu objetivo: retratar determinado momento.

A Arte pode significar diversas coisas, como sentimentos ou mesmo a retratação de uma realidade (ou irrealidade). No mais, suas ideias, técnicas e os seus conceitos sempre mudaram com o passar dos séculos e continuarão a mudar. Créditos: autoria desconhecida.

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6. AFINAL, O QUE É O ARTISTA?

A definição do artista também varia, podendo ser todo aquele que faz arte ou apenas aqueles que elaboram uma obra com consciência estética.

Na primeira definição, um objeto produzido por trabalho manual humano tinha o status de arte.

Na segunda definição, os artistas só passaram a existir na Grécia Antiga e no Ocidente depois do Renascimento.

Inclusive, nesse contexto, eles eram celebrados pela produção de arte, sendo mais famosos do que as próprias obras, como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael Sanzio e Donatello.

Por fim, da mesma forma que conceituar arte pode ser algo confuso e abstrato, com o artista não é diferente.

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Fonte: Incrível História: https://incrivelhistoria.com.br/

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REFERÊNCIAS

BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 3ª ed. reform. e atual. São Paulo: Moderna, 2007.

MARDER. Lisa. Ways to define art. Acesso em: 27 jul., 2022.

GOMBRICH, Ernst Hans. A História da Arte. 16ª ed. trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC, 2019.

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 3. ed., 9ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2020.

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PALAVRAS-CHAVE SECUNDÁRIAS: história da arte, filosofia clássica, arte naturalista, arte conceitual, processo criativo, filosofia da arte, conceito de arte.

Eudes Bezerra

35 anos, pernambucano arretado, bacharel em Direito e graduando em História. Diligencia pesquisas especialmente sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e principalmente executar o que planeja. Na Internet, atua de despachante a patrão, enfatizando a criação de conteúdo.