Armas Históricas Gases venenosos na Primeira Guerra Mundial Ao lançar inédita ofensiva, os alemães deram o pontapé inicial à nova era de armas de guerra e genocídios: os gases venenosos — tornou-se proibido respirar. Armas Históricas • Guerras • Idade Contemporânea • Períodos • Primeira Guerra Mundial Autor: Eudes Bezerra Matéria criada em 31 julho 2013 Atualizada em 30 novembro 2022 4 minutos Tropas de assalto alemãs emergem de uma espessa nuvem de gás fosgênio estabelecido por forças alemãs que atacam linhas de trincheiras britânicas, na França (1917). A nuvem de gás oferece cobertura para os soldados atacantes. Créditos: Hulton-Deutsch Collection / CORBIS. ID: HU037075. 22 de abril de 1915, Segunda Batalha de Ypres, Bélgica. Das trincheiras alemãs uma névoa cinza esverdeada (gases tóxicos) foi soprada em direção às posições defendidas por franceses, britânicos e argelinos. Em menos de dez minutos, sem derramamento de sangue, mais de 5.000 soldados estavam mortos, 3.000 mil fora de combate e as trincheiras, antes tão agitadas, tornaram-se calmas, convidativas. A grande nuvem soprada das trincheiras germânicas era gás de cloro, um dos gases altamente venenosos utilizados durante a Primeira Grande Guerra. No fatídico 22 de abril de 1915, ao sentir os primeiros sintomas, as tropas da Tríplice Entente entraram em pânico, abandonando suas posições, mochilas e armas em fuga desesperada pela vida. “Psicologicamente, o ataque cruel dos germânicos foi um sucesso.” GASES VENENOSOS NA SEGUNDA BATALHA DE YPRES Embora armas químicas já tenham sido utilizadas na guerra e até antes dela, foi na Segunda Batalha de Ypres que teve seu emprego amplamente deflagrado. Os franceses já tinham desenvolvidos granadas de gás lacrimogênio e os próprios alemães já tinham feito uso contra os russos. Contudo, foi em Ypres que a inovação da morte fez-se arrasadoramente presente no front de batalha — ao passo que horrorizou o mundo. Os britânicos e franceses não deixaram por menos: desenvolveram suas armas e retribuíram com mais gases venenosos especialmente feitos para a aniquilação dos soldados das potências centrais. Em 1917, os alemães, sempre à frente na guerra química, utilizaram o terrível gás mostarda lançando este a partir de projéteis de artilharia. O impasse no front de batalha havia sido quebrado e o uso “indiscriminado” de vários agentes químicos municiariam os principais atores da Grande Guerra. soldados alemães com máscaras químicas para se proteger de gases venenosos, 1915. Créditos: Arquivo Federal Alemão, ID: 183-RS2907. O emprego de gases venenosos fez parte das sucessivas técnicas da guerra. Diante do impasse da guerra de trincheiras, buscou-se cada vez mais criar e aperfeiçoar técnicas para dar prosseguimento às ofensivas. A paralisia enfrentada na guerra de trincheira arrefecia o moral das tropas e mais dispendiosos se tornavam os materiais industriais e humanos. Barrada pelas trincheiras inimigas, a infantaria era alvo fácil para metralhadoras, rifles, canhões e tantas outras armas emblemáticas da guerra. A artilharia era a promessa que poderia vencer o impasse e oferecer espaço para o avanço dos infantes, mas não pode. A aviação era rudimentar e sujeita ao fogo antiaéreo. Os comandantes procuravam soluções efetivas para o terrível impasse. O gás apenas foi um dos elementos utilizados para vencê-lo, mas seu efeito foi temporário. Depois dos gases tóxicos, foram empreendidos ataques com veículos blindados, principalmente com tanques movidos por motores de combustão interna. Para conter os gases venenosos, máscaras e medicamentos foram criados para homens e animais. Com isso, os gases já não eram tão ofensivos para quem estivesse adaptado à guerra química. Com as máscaras e medicamentos o impasse retornou aos fronts de batalha. Veículos blindados tentaram quebrar a resistência inimiga, mas armas antiveículo conseguiam destroçá-los. As nações, mais do que nunca, precisavam de soluções duradouras para acabar com a suposta “guerra que acabaria com todas as demais guerras“. “As armas químicas, entre as quais se encontra o gás mostarda, introduzido pelos alemães em 1917, provocaram durante a guerra um total de 500.000 vitimas, entre as quais 30.000 mortos.“. Entre as vítimas ilustres das armas químicas, esteve Adolf Hitler, que ficou temporariamente cego. ca. 1916-1918, norte da Alemanha: Máscaras contra gases venenosos usadas por soldados alemães e seus cães, enquanto fazem manobras ao norte da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Créditos: Bettmann / Corbis. PODE USAR TRECHOS DA MATÉRIA. FIQUE À VONTADE! Só pedimos que cite o site, bastando fazer do seu jeito ou no modelo abaixo: Exemplos: Fonte: Incrível História: https://incrivelhistoria.com.br/ OU Fonte: Incrível História. Obrigado! REFERÊNCIAS: ALTMAN, Alan. Hoje na História: 1915 – Alemães introduzem o gás venenoso na Primeira Guerra. Área Militar. 2ª Batalha de Ypres: Iª Guerra Mundial. DUFFY, Michael. Armas de Guerra: gás venenoso GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras: Conflitos Mundiais Através do Tempo. Trad. Roger dos Santos. São Paulo: M.Books, 2005. MAGNOLI, Demétrio (org); ARARIPE, Luiz de Alencar. História das Guerras. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2011. MILLER, Goeffrey. Passchendaele, Parte I. PARRON, Tamis. Proibido respirar. Coleção Grandes Guerras: Iª Guerra Mundial – 1914-1918. São Paulo: Abril, n. 1, set., 2004. Eudes Bezerra37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja. Tags usadas: crimes contra a humanidade guerras modernas guerras mundiais Deixe um comentário Cancelar respostaO seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *Comentário * Nome E-mail Veja tambémCaporegime: Entre o Don e o gatilhoBombardeio com as mãos na Grande GuerraEstandarte do Espírito MongolSelo da câmara de Tutancâmon