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Invenção da Pólvora: do entretenimento às armas

A invenção da pólvora mudou drasticamente as civilizações fosse pela conquista fosse pelo sofrimento, principalmente na guerra.


invenção da pólvora: de fogos de artifício às armas
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Autor: Eudes Bezerra
5 minutos
a invenção da pólvora inicialmente foi destinada a fogos de artifícios e diversão mas passou profundamente para as armas
A invenção da pólvora mudou drasticamente as civilizações fosse pela conquista fosse pelo sofrimento, principalmente na guerra. Créditos: autorias desconhecidas / Montagem: Eudes Bezerra.

A invenção da pólvora na China, provavelmente no século IX, alavancou uma série de atividades humanas, sobretudo na arte da guerra — na qual se destaca ainda hoje em dia.

Boa leitura!

A INVENÇÃO DA PÓLVORA NA CHINA

Não se sabe exatamente o período de criação da pólvora, no entanto, acredita-se que a pólvora tenha sido inventada na China por volta do século IX, embora alguns estudos argumentem como bem mais antiga a criação que de alguma forma ficou escondida ou esquecida…

O que é certo é que a descoberta acabou por criar uma substância que logo mostrou o seu caráter explosivo, algo completamente diferente do que existia à época.

A composição primitiva da pólvora é feita a partir de uma mistura de carvão, enxofre e salitre, perdurando por séculos durante os quais teve o seu refinamento em busca de uma pólvora mais potente e sem tanta fumaça.

A combinação de carvão, enxofre e salitre, extremamente inflamável e explosivo, teria sido inicialmente utilizada como fogos de artifícios pelos chineses.

Posteriormente, a pólvora chinesa acabou por ser propagada pelo planeta, gerando um impacto extremamente significativo, sobretudo na história militar.

fogos de artifício: a invenção da pólvora inicialmente foi destinada a fogos de artifícios e diversão
Acredita-se que a pólvora tenha sido inicialmente utilizada para fins pirotécnicos, como fogos de artifício, e sinalização, antes de ser empregada como uma arma de guerra. Créditos: autoria desconhecida.
canhões britânicos vencidos por foguetes indianos na batalha de guntur em 1780
Pintura sobre a Batalha de Guntur (1780), na qual os canhões britânicos foram vencidos pelos foguetes indianos. Créditos: Charles H. Hubbell.
retratação da deusa iduna oferecendo maçãs aos deuses nórdicos como presente da imortalidade
Uma teoria relata que a pólvora, ou ao menos parte de sua criação, teria sido criada por alquimistas chineses na busca pela mítica longevidade — o Elixir da Longa Vida —, algo encontrado nas mais diversas sociedades antigas e medievais, tanto do Oriente quanto do Ocidente. Créditos: James Doyle Penrose sobre a longevidade na mitologia nórdica.

A INVENÇÃO DA PÓLVORA E A ROTA DA SEDA

Diferentemente do que muitas pessoas imaginam, a Rota da Seda era, na verdade, composta por diversas rotas e carregavam muito mais do que seda e especiarias, como cravo e canela, para o Ocidente — transportavam conhecimentos e a pólvora não foi exceção.

Assim, através dessas rotas, a pólvora chegou ao mundo islâmico no século XIII, onde foi utilizada principalmente para fins militares, como na construção de armas de cerco e dispositivos explosivos.

No século XIV, a pólvora alcançou a Europa, provavelmente por meio de contatos comerciais com o mundo islâmico.

Os europeus rapidamente reconheceram o potencial militar da pólvora e decidiram desenvolver suas próprias armas de fogo e táticas de guerra, sendo um dos fatores decisivos para a sua rápida expansão global da Europa.

bombarda otomana utilizada na batalha de constantinopla (bizânzio) na qual os turcos otomanos venceram as muralhas bizantinas e conquistaram constantinopla
O império otomano se destacou no uso da pólvora por séculos, criando e aperfeiçoando uma artilharia extremamente pesada, como as utilizadas na conquista de Constantinopla em 1453. Créditos: Caio Cornélio / Museu Histórico Fort Nelson, na Inglaterra.

A INVENÇÃO DA PÓLVORA REVOLUCIONOU A GUERRA

A introdução da pólvora mudou completamente a dinâmica dos conflitos armados, tornando fortalezas outrora resistentes em obsoletas e mais suscetíveis de penetração, revolucionando a história militar.

Com o tempo, a pólvora se seguiu por todo o mundo e desempenhou um papel fundamental em eventos históricos como a expansão colonial — como as Grandes Navegações —, a Revolução Industrial e a Era dos impérios, como bem abordou o historiador Eric Hobsbawm.

Sua invenção pelos chineses e sua transmissão pelo mundo tiveram um impacto profundo nas sociedades e na história global, moldando o curso dos acontecimentos e a evolução das tecnologias militares.

Por fim, cabe ressaltar que a pólvora acabou por ser utilizada nas mais diversas atividades, como a abertura de estradas através de montanhas, principalmente a partir da criação da dinamite por Alfred Nobel.

Fotografia de alfred nobel - o criador da dinamite e do prêmio nobel que leva o seu nome
Alfred Nobel, o famoso criador do Prêmio Nobel, também criou a dinamite (TNT), sendo o Prêmio Nobel um reflexo direto das desgraças sofridas por Alfred durante a sua vida. Créditos: Museu Nobel, Estocolmo, Suécia.
Foto de dinamites criadas e patenteada por Alfred Nobel
A dinamite (TNT) criada por Alfred bernhard Nobel. Créditos: autoria desconhecida / Fundação Nobel.

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Fonte: Incrível História: https://incrivelhistoria.com.br/

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REFERÊNCIAS PRINCIPAIS:

HOBSBAWM, Eric J.. A Era dos Impérios, 1875-1914. trad. Sieni Maria Campos e Yolanda Steidel de Toledo. 18 ed. Rio de janeiro: Paz e Terra, 2014.

GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras: Conflitos Mundiais Através do Tempo. trad. Roger dos Santos. São Paulo: M. Books, 2005.

JESTICE, Phyllis G. História das Guerras e Batalhas Medievais. O Desenvolvimento de Técnicas, Armas, Exército e Invenções de Guerra na Idade Média. trad. Milton Mira de Assumpção Filho. São Paulo: M. Books,

NEWARK, Tim. História Ilustrada da Guerra: Um estudo da evolução das armas e das táticas adotadas em conflitos, da Antiguidade à Guerra de Secessão dos Estados Unidos, no século XIX. trad. Carlos Matos. São Paulo: Publifolha, 2011.

WEATHERFORD, Jack McIver. Gengis Kahn e a Formação do Mundo Moderno. trad. Jorge Ritter. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.

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PALAVRAS-CHAVE SECUNDÁRIAS: pólvora negra, armas de guerra, arte da guerra, pólvora na guerra, armamentos, invenção da pólvora.

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Eudes Bezerra

37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja.

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