O maior conquistador da história: Gêngis Khan

Escrito por Eudes Bezerra

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imagens de gêngis khan como o maior conquistador da história — Conquistas extremamente rápidas, excepcionais e brutalmente devastadoras timbram o maior conquistador da história: Gêngis Khan! Créditos: na matéria / Montagem: Eudes Bezerra.

Gêngis Khan se destaca da maior parte dos conquistadores por diversos fatores, como astúcia, genialidade, persistência e crueldade, forjando-se no maior conquistador da história: Gêngis Khan!

Em 25 anos, o exército mongol subjugou mais terras e povos do que os romanos em 400 anos.

Gengis Khan, juntamente com seus filhos e netos, conquistou as civilizações mais densamente povoadas do século XIII.

Sejam medidas pelo número total de povos derrotados, pela soma dos países anexados ou área total ocupada, as conquistas de Gengis Khan foram mais do que duas vezes maiores comparadas a qualquer outro homem na história.

No seu apogeu, o império cobriu entre 17 e 19 milhões de quilômetros quadrados contíguos, uma área quase do tamanho do continente africano.

(…) O aspecto mais espantoso dessa façanha é o fato de que toda a tribo mongol sob o reinado de Gêngis Khan tinha por volta de 1 milhão de pessoas.

(…) Desse número, recrutou seu exército formado por não mais do que 100 mil guerreiros — um grupo que poderia confortavelmente nos estádios esportivos de hoje. (WEATHERFORD, 2010, p. 19, grifo nosso)

Conquistador: Temüjin ou Gêngis Khan.
Nascimento: data e mês não sabidos, ano de 1162, Montanhas Khentii, Mongólia.
Falecimento: 18 de agosto de 1227, local misterioso, Mongólia.

Nota: Em virtude do sucesso da matéria original — Os 7 Maiores Conquistadores da História —, esta matéria é uma expansão do conteúdo original que aborda individualmente cada conquistador da lista, que neste caso se trata do maior conquistador da história: Gêngis Khan!

Boa leitura!

ilustração de gêngis khan sobre cavalo e armadura pronto para a guerra — Carismático e a frente do seu tempo, Gêngis Khan criou táticas, simplificou formações e inovou na guerra psicológica. Fez terror, guerreou, aprendeu e ensinou. Deu um potente orgulho a simples nômades, arrebatando-os das esquecidas estepes da Mongólia à conquista mundial. Créditos: @Thahn Tuan / ArtStation.

O MAIOR CONQUISTADOR DA HISTÓRIA: GÊNGIS KHAN

Nascido como Temüjin, em aproximadamente 1162, teve seu pai, Yesugei, assassinado e uma infância extremamente miserável e brutal, sendo escravizado e por diversas vezes alvo de assassinos.

Tudo lhe foi roubado ainda na infância, incluindo a inocência…

A região que hoje conhecemos como Mongólia, nas estepes do leste oriental, possuía um aglomerado de povos que viviam em guerra entre si, como tártaros e merkitas, sendo os mongóis apenas uma entre das tantas tribos existentes à época.

O título de khan equivalia ao de chefe guerreiro e existiam muitos khans que repartiam o poder da tribo em inúmeros clãs, porém, nada perto de uma liderança unificada.

Como nômades, a vida nas estepes era dura e sempre em mudança, assim como em constante ameaça, visto que saques, sequestros, assassinatos e roubos de rebanho eram práticas comuns.

Cada tribo possuía seus próprios costumes, mas, da mesma forma que não existia liderança unificada, também não existia uma lei mutuamente respeitada.

Além disso, os ricos e sofisticados vizinhos ao sul, os chineses, tidos como os donos do império mais avançado do mundo à época, eram cientes da ameaça que poderia surgir da Mongólia — e por isso construíram a Muralha da China.

Receando ataques dos hábeis cavaleiros da Mongólia, os chineses constantemente financiavam grupos das próprias estepes para que lutassem entre si e assim não oferecessem risco aos próprios chineses.

arqueiro mongol montado pronto para disparar seu arco e flecha — O coração da horda mongol reorganizada estrategicamente por Gêngis Khan para derrotar qualquer adversário: os rápidos, habilidosos e mortais arqueiros montados. Essa cavalaria representava cerca de 60% de uma unidade de combate (touman) e levava o sofrimento aos adversários sob a forma de uma torrente de flechas incessante. Créditos: autoria desconhecida.

Nesse mundo de incertezas, escravidão, pouca comida, traumas, desejo de vingança e sempre à espera do perigo vindo a galopes de cavalos com flechas fatais, Temüjin cresceu e se fortaleceu.

Temüjin cresceu contrariando qualquer expectativa de que um dia fosse se tornar alguém relativamente importante, como o seu pai, um respeitado líder mongol que havia sido envenenado (motivo pelo qual Temüjin era perseguido).

Sem desistir de lutar, o histórico líder mongol resistiu com bravura incomum para vencer seus inimigos, unificar seu povo e lançar a mais extraordinária expansão militar que se tem registro.

Não se seduzia com ouro e prata, orgulhava-se de se vestir e viver como seus guerreiros…

Assim, compreendendo perfeitamente as necessidades do seu povo, farto das disputas entre as tribos e sabendo que eram feitos de marionetes pelos chineses, Temüjin conquistou respeito para unificar todas as tribos sob o estandarte mongol e uma só lei que valia para todos, incluindo o próprio Temüjin.

Após unificar seu povo através de guerras sangrentas e cruéis, dar demonstrações do sangue que seria ofertado ao Céu Azul e receber o inédito título de Gêngis Khan, lançou a sua primeira campanha contra os adversários do seu agora unificado povo, prometendo saques e prosperidade.

Dessa forma, iniciou uma desolação nunca vista na História e que arrebataria à destruição a impressionante soma 40 milhões de vidas, aproximadamente.

Venceu a Muralha da China, varrendo os primeiros chineses e conquistando a importante cidade de Pequim.

Logo se lançaria em diversas direções da Ásia, chegando à Europa, tendo o seu mero exército de reconhecimento aniquilado os soberbos príncipes russos (rus) e habilidosos cavaleiros quipchacos das estepes.

Após um acordo não cumprido pelos chineses, retornaria à China e lançaria uma campanha de vingança que eliminaria os chineses tanguts da face da terra de um modo tão brutal que hoje em dia se conhece pouco de sua outrora rica e sofisticada cultura.

Com apenas 25 anos de campanhas, Gêngis conquistou um território gigantesco que seria aproximadamente 2,3 vezes o tamanho do Brasil (quinto maior país do mundo).

Seus descendentes ampliariam ainda mais (muito mais), chegando à Polônia e à Hungria, entre outros territórios.

cavaleiros mongóis com arcos espadas e lanças partindo para o combate — Gêngis modificou a estrutura criando toumans (10 mil soldados), fazendo de cada touman uma unidade capaz de lutar sozinha ou de se combinar com outro(s) touman(s), maximizando o poder de combate do exército mongol. Todo e qualquer oficial estava no posto por merecimento (e não por família). Créditos: autoria desconhecida.

OS GALOPES DO GRANDE KHAN, O MAIOR CONQUISTADOR DA HISTÓRIA

A horda mongol, guiada pela flecha incansável de Gêngis Khan, arrebatou seus cavaleiros nômades da longínqua e esquecida Mongólia à Europa e ao Oriente Médio em uma campanha sem precedentes e nunca a ser igualada.

Com os galopes mais rápidos e implacáveis das Idades Antiga, Média e Moderna, as hordas das estepes asiáticas lideradas por Gêngis Khan forjaram, ao longo do século XIII, tanto o maior território contínuo quanto a segunda maior extensão territorial total de um império da História.

Para se ter uma ideia, os mongóis conquistaram em apenas 25 anos o que civilizações inteiras, como a Pérsia e a república e o império romano, juntos, não conseguiram em quase 1.000 anos.

Se as conquistas de Tamerlão foram sangrentas, as de Gêngis Khan ultrapassaram todas as esferas de brutalidade e voracidade.

Gêngis não criava torres de ossos, criava cidades inteiras de cadáveres, tudo que não poderia ser de alguma forma aproveitada ou transportada era devastada, como animais, lavouras e construções.

Gêngis conhecia perfeitamente a arte da guerra e sempre buscava inovar em seus ataques, chegando ao refinamento tático que lhe rendeu sua fama como comandante militar único.

Aprendia bastante com os povos conquistados e era um atento observador, características que sempre foram aperfeiçoadas ao longo de sua vida.

O Grande Khan ficou conhecido por fazer um extensivo e aterrorizante uso da guerra psicológica contra seus adversários e fazia com que cidades inteiras, mesmo as muradas ou bem fortificadas, rendessem-se diante do pavor dos relatos de sua crueldade.

Nunca o Deus da Guerra sentiria tanto orgulho de sua mais destrutiva e perversa criação, Gêngis Khan, o maior conquistador da História.

Eu sou um castigo de Deus. E se você não cometeu grandes pecados, Deus não teria enviado um castigo como eu! — frase atribuída a Gêngis Khan.

mapa do território conquistado pelo maior conquistador da história: gêngis khan — Mapa do território conquistado pelo maior Conquistador da história: Gêngis Khan. Créditos: Eudes Bezerra.

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REFERÊNCIAS PRINCIPAIS:

GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras: Conflitos Mundiais Através do Tempo. trad. Roger dos Santos. São Paulo: M. Books, 2005.

NEWARK, Tim. História Ilustrada da Guerra: Um estudo da evolução das armas e das táticas adotadas em conflitos, da Antiguidade à Guerra de Secessão dos Estados Unidos, no século XIX. trad. Carlos Matos. São Paulo: Publifolha, 2011.

WEATHERFORD, Jack McIver. Gengis Kahn e a Formação do Mundo Moderno. trad. Jorge Ritter. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.

WEIR, William. 50 Líderes Militares que Mudaram a História da Humanidade. trad. Roger Maioli dos Santos. São Paulo: M. Books do Brasil

WHITE, Matthew. O grande livro das coisas horríveis: a crônica definitiva das cem piores atrocidades da história. trad. Sergio Moraes Rego. Rio de Janeiro: Rocco, 2013.

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PALAVRAS-CHAVE SECUNDÁRIAS: mongóis, guerras antigas, horda mongol, exército mongol, arqueiros montados, temüjin, maiores conquistadores da história.

Eudes Bezerra

35 anos, pernambucano arretado, bacharel em Direito e graduando em História. Diligencia pesquisas especialmente sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e principalmente executar o que planeja. Na Internet, atua de despachante a patrão, enfatizando a criação de conteúdo.