Morre Frederico Barbarossa na Terceira Cruzada

Em 10 de junho de 1190, durante marcha em direção à cidade de Jerusalém, Frederico Barbarossa, o sacro imperador romano-germânico, morreu tragicamente afogado ao tentar atravessar o rio Saleph, na atual Turquia.

Ele [Frederico Barbarossa] era um homem hábil, astuto, ganancioso, devasso, malévolo, mal-humorado, mas, por vezes, quando desejava revelar suas qualidades boas e corteses, consolidador, espirituoso, encantador e trabalhador — Salimbene di Adam, Crônica (MONTEFIORE, 2018, p. 141)

Frederico I já era idoso e o frágil corpo cada vez mais sentia o peso de sua pesada armadura, mas o seu caráter beligerante e ambicioso tentou arrebatá-lo à última e histórica campanha: a Terceira Cruzada (1189-1192).

Mais conhecido como Frederico, o Barba-Ruiva ou Frederico Barbarossa, era o mais poderoso monarca da Europa e dispunha de um forte e bem equipado exército, que provavelmente faria a diferença na Terceira Cruzada — a Cruzada dos Reis.

Ao lado do lendário rei da Inglaterra, Ricardo Coração de Leão, pretendia retomar o domínio da Terra Santa (Jerusalém) dos muçulmanos comandados por outro grande líder militar, Saladino.

A morte do imperador germânico antes mesmo de sua chegada à Palestina costuma suscitar questionamentos inquietantes por parte de pesquisadores mais entusiasmados no conflito.

Questionamentos hipotéticos, principalmente diante da possibilidade prematuramente extinta de ter três dos maiores chefes militares do século XII — e da História! — no mesmo tabuleiro de batalha para uma entusiasmada refrega.

Coincidentemente, os três monarcas — Barbarossa, Ricardo e Saladino — morreram na mesma década, a de 1190.

7 Curiosidades sobre Frederico Barbarossa:

1. Barbarossa deu origem a uma lenda na Alemanha, na qual se contava que o glorificado kaiser (imperador) não estaria morto e que um dia — como na profecia cristã — voltaria para salvá-la do caos. Também influenciou o Sebastianismo português.

2. Durante a Segunda Guerra Mundial, o plano da Alemanha Nazista de invasão da União Soviética era chamado de “Operação Barbarossa”. Tratou-se de uma homenagem ao histórico líder germânico.

3. No aclamado jogo de estratégia Age of Empires II, da Microsoft, há uma campanha especialmente destinada à memória de Frederico Barbarossa à frente dos exageradamente fortes cavaleiros teutônicos.

4. Frederico Barbarossa foi responsável por reformas judiciais, que visavam unificar e fortalecer o sistema legal do Sacro Império Romano-Germânico.

5. Barbarossa foi um hábil líder militar que conseguiu expandir e fortificar seus territórios, através de inúmeras campanhas militares, principalmente na atual Itália.

6. Frederico tentou reconciliar as diferenças entre os poderes seculares (do Estado, os políticos) e religiosos, mas entrou em graves conflitos com os papas da época.

7. Os conflitos com o Papado chegaram a um ponto tão grave que Barbarossa elegeu um novo papa sob a autoridade germânica, que excomungou o papa de Roma e o papa de Roma excomungou o indicado por Frederico.

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REFERÊNCIAS PRINCIPAIS:

JESTICE, Phyllis G. História das Guerras e Batalhas Medievais. O Desenvolvimento de Técnicas, Armas, Exército e Invenções de Guerra na Idade Média. trad. Milton Mira de Assumpção Filho. São Paulo: M. Books,

MONTEFIORE, Simon Sebag. Titãs da história: Os gigantes que mudaram o nosso mundo. Trad. Renato Marques.  São Paulo: Planeta do Brasil, 2018.

WATERSON, James. Espadas Sacras: Jihad na Terra Santa, 1097-1291. trad. Giancarlos Soares Ferreira. São Paulo: Madras, 2012.

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PALAVRAS-CHAVE SECUNDÁRIAS: Frederico Barba-Ruiva, Barbarossa, Terceira Cruzada, Cruzada dos Reis, Ricardo Coração de Leão, Saladino, Filipe II, Guerras, Terra Santa, morte de Frederico Barbarossa.

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