Batalhas Históricas

O Príncipe Negro vence em Poitiers

Em 1356, o Príncipe Negro cravou seu nome na História Militar ao vencer os franceses uma vez mais na devastadora Batalha de Poitiers.


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Autor: Eudes Bezerra
5 minutos
cenas de batalhas durante a guerra dos cem anos
Em 1356, o Príncipe Negro cravou seu nome na História Militar ao vencer os franceses uma vez mais na devastadora Batalha de Poitiers. Créditos: autorias desconhecidas / Montagem: Eudes Bezerra.

Em uma ação contundente, Eduardo de Woodstock — o Príncipe Negro! — esmagou os franceses na Batalha de Poitiers em 1356, arrebatando uma das vitórias mais incríveis da Guerra dos Cem Anos e da História.

Em 19 de setembro [de 1356], [o Príncipe Negro] conduziu seus homens para a batalha a cerca de oito quilômetros de Poitiers.

O príncipe usou sua inteligência tática para flanquear seus inimigos, atacando-os e enfrentando-os em combates corpo a corpo.

O rei francês foi capturado em uma vitória ainda mais arrasadora que Crécy. (MONTEFIORE, 2018, p. 145, acréscimo nosso)

Boa leitura!

O PRÍNCIPE NEGRO VENCE A BATALHA DE POITIERS (1356)

Em 19 de setembro de 1356, Eduardo de Woodstock com apenas 7 mil ingleses, derrotou um poderoso e bem equipado exército francês composto por 20 mil franceses e capturou o seu rei, João II.

A façanha do jovem Eduardo ocorreu na Batalha de Poitiers, durante a Guerra dos Cem Anos (1337–1453).

A vitória em Poitiers, assim como na Batalha de Crécy (1346), fez-se “garantida” através dos arqueiros ingleses armados com arcos longos, que conseguiam disparar até doze flechas por minutos (duas vezes mais que os arqueiros franceses).

Além dos arqueiros de arcos longos, o comando rápido e bem preparado de Eduardo que armou uma oportunidade e não a desperdiçou.

E em um preciso momento da batalha, lançou duas cargas de cavalaria, sendo uma comandada pelo próprio Príncipe Negro.

Em um furioso ataque corporal contra a linha francesa que soberbamente não esperava a ação de choque, o ataque de Eduardo causou grande desordem e uma devastadora derrota para os franceses que lutavam na própria França.

Posteriormente, com o rei João II preso, os cofres franceses teriam que desembolsar a exorbitante quantia de 3 milhões de coroas de ouro pelo resgate.

Além disso, a França também teve ceder a Aquitânia à Inglaterra, que acabaria tendo Eduardo como o seu governante.

Ainda, a Batalha de Poitiers enfraqueceu a posição francesa na guerra e foi um dos momentos decisivos do conflito, que pendia para a vitória os ingleses.

A batalha também agravou as já existentes tensões políticas internas da França, que perduraram durante toda a Guerra dos Cem Anos.

retratação da batalha de poitiers onde o príncipe negro venceu os franceses em 1356 durante a guerra dos cem anos.
A Batalha de Poitiers demonstrou a eficácia dos arqueiros ingleses, igualmente como a capacidade dos cavaleiros ingleses de derrotar a nobreza francesa em campo aberto. Créditos: Eudege Delacroix.

ORIGEM DO APELIDO DE EDUARDO DE WOODSTOCK: O PRÍNCIPE NEGRO

A respeito do peculiar apelido de Eduardo — Príncipe Negro —, acredita-se que sua origem decorra dos próprios franceses que assim o chamavam devido à sua armadura de tom escuro.

O “Príncipe” provém do título exercido por Eduardo, que era o príncipe de Gales desde 1343.

Eduardo teria ganhado (e gostado) o apelido ainda jovem após a Batalha de Crécy (1346), onde os arqueiros ingleses conquistaram outra vitória monumental em cima do orgulho francês: a cavalaria pesada.

efígie de eduardo de woodstock o príncipe negro na catedral de cantuária
Representação (efígie) de Eduardo de Woodstock, o Príncipe Negro, em seu túmulo. Créditos: autoria desconhecida / Catedral de Cantuária, Kent, Inglaterra.
cavaleiros ingleses montados e apeados durante a guerra dos cem anos
Na Batalha de Crécy (1346), os arcos ingleses reluziram, abocanhando a vitória contra a poderosa cavalaria pesada francesa, mas em Poitiers, a cavalaria inglesa também demonstrou que era capaz de confrontar os franceses em campo aberto. Créditos: autoria desconhecida.

CONTEXTO DA BATALHA DE POITIERS: A GUERRA DOS CEM ANOS

A Guerra dos Cem Anos foi um longo conflito que ocorreu entre 1337 e 1453 entre a Inglaterra e a França.

Apesar do nome, a guerra não foi um conflito contínuo, mas, sim, uma série de conflitos intermitentes e muitas vezes paralisados por conta de assolações, como a Peste Negra e a própria Crise do Século XIV.

A guerra teve origem em disputas territoriais, rivalidades políticas e questões de sucessão, começando quando o rei inglês, Eduardo III, reivindicou o trono francês como herdeiro legítimo.

As principais batalhas ocorreram em território francês, mas também ocorreram confrontos navais no Canal da Mancha e incursões nos territórios inimigos, como em Sluys logo no início do conflito, datada de 25 de junho de 1340, em Flandres, Bélgica.

Durante a guerra, Joana d’Arc, uma camponesa francesa, teve um papel importantíssimo para inspirar e levantar o moral dos franceses e ajudar a reivindicar várias vitórias.

Joana d’Arc conquistou a primeira grande vitória para os ingleses, quando liderou e derrubou o cerco inglês à cidade de Orleans em 1429.

Cerco este que se arrastava desde o ano anterior (1428) com inúmeras tentativas francesas fracassadas.

Joana d’Arc, contudo, acabaria sendo capturada e queimada viva na fogueira sob a alegação de bruxaria (em 1920, acabaria se tornando a padroeira da França).

No entanto, os ingleses acabaram derrotados no conflito, tendo como marco a Batalha de Castillon em 17 de julho de 1453.

Por fim, cabe ressaltar que a Guerra, embora extremamente custosa para as Coroas inglesas e francesas, mas principalmente para os camponeses, contribuiu para a consolidação dos Estados Modernos da Inglaterra e da França.

retratação de uma batalha da guerra dos cem anos
A Guerra dos Cem Anos foi um conflito extremamente sanguinário e duradouro, arrasando inúmeras gerações. Também dificultou o comércio, destruiu rotas e plantações e atrasou a Inglaterra e a França nas chamadas Grandes Navegações. Créditos: autoria desconhecida.

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Fonte: Incrível História: https://incrivelhistoria.com.br/

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REFERÊNCIAS PRINCIPAIS:

CAWTHORNE, Nigel. Os 100 Maiores Líderes Militares da História. trad. Pedro Libânio. Rio de Janeiro: DIFEL, 2010.

JESTICE, Phyllis G. História das Guerras e Batalhas Medievais. O Desenvolvimento de Técnicas, Armas, Exército e Invenções de Guerra na Idade Média. trad. Milton Mira de Assumpção Filho. São Paulo: M. Books, 2012.

MONTEFIORE, Simon Sebag. Titãs da história: Os gigantes que mudaram o nosso mundo. Trad. Renato Marques.  São Paulo: Planeta do Brasil, 2018.

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PALAVRAS-CHAVE SECUNDÁRIAS: Idade Média, guerras, guerra dos cem anos, batalhas históricas, Eduardo de Woodstock, arqueiros de arco longo, cavalaria pesada.

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Eudes Bezerra

37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja.

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