Batalhas Históricas O Príncipe Negro vence em Poitiers Em 1356, o Príncipe Negro cravou seu nome na História Militar ao vencer os franceses uma vez mais na devastadora Batalha de Poitiers. Batalhas Históricas • Guerras • Idade Média Autor: Eudes Bezerra Matéria criada em 25 novembro 2023 5 minutos Em 1356, o Príncipe Negro cravou seu nome na História Militar ao vencer os franceses uma vez mais na devastadora Batalha de Poitiers. Créditos: autorias desconhecidas / Montagem: Eudes Bezerra. Em uma ação contundente, Eduardo de Woodstock — o Príncipe Negro! — esmagou os franceses na Batalha de Poitiers em 1356, arrebatando uma das vitórias mais incríveis da Guerra dos Cem Anos e da História. Em 19 de setembro [de 1356], [o Príncipe Negro] conduziu seus homens para a batalha a cerca de oito quilômetros de Poitiers. O príncipe usou sua inteligência tática para flanquear seus inimigos, atacando-os e enfrentando-os em combates corpo a corpo. O rei francês foi capturado em uma vitória ainda mais arrasadora que Crécy. (MONTEFIORE, 2018, p. 145, acréscimo nosso) Boa leitura! O PRÍNCIPE NEGRO VENCE A BATALHA DE POITIERS (1356) Em 19 de setembro de 1356, Eduardo de Woodstock com apenas 7 mil ingleses, derrotou um poderoso e bem equipado exército francês composto por 20 mil franceses e capturou o seu rei, João II. A façanha do jovem Eduardo ocorreu na Batalha de Poitiers, durante a Guerra dos Cem Anos (1337–1453). A vitória em Poitiers, assim como na Batalha de Crécy (1346), fez-se “garantida” através dos arqueiros ingleses armados com arcos longos, que conseguiam disparar até doze flechas por minutos (duas vezes mais que os arqueiros franceses). Além dos arqueiros de arcos longos, o comando rápido e bem preparado de Eduardo que armou uma oportunidade e não a desperdiçou. E em um preciso momento da batalha, lançou duas cargas de cavalaria, sendo uma comandada pelo próprio Príncipe Negro. Em um furioso ataque corporal contra a linha francesa que soberbamente não esperava a ação de choque, o ataque de Eduardo causou grande desordem e uma devastadora derrota para os franceses que lutavam na própria França. Posteriormente, com o rei João II preso, os cofres franceses teriam que desembolsar a exorbitante quantia de 3 milhões de coroas de ouro pelo resgate. Além disso, a França também teve ceder a Aquitânia à Inglaterra, que acabaria tendo Eduardo como o seu governante. Ainda, a Batalha de Poitiers enfraqueceu a posição francesa na guerra e foi um dos momentos decisivos do conflito, que pendia para a vitória os ingleses. A batalha também agravou as já existentes tensões políticas internas da França, que perduraram durante toda a Guerra dos Cem Anos. A Batalha de Poitiers demonstrou a eficácia dos arqueiros ingleses, igualmente como a capacidade dos cavaleiros ingleses de derrotar a nobreza francesa em campo aberto. Créditos: Eudege Delacroix. ORIGEM DO APELIDO DE EDUARDO DE WOODSTOCK: O PRÍNCIPE NEGRO A respeito do peculiar apelido de Eduardo — Príncipe Negro —, acredita-se que sua origem decorra dos próprios franceses que assim o chamavam devido à sua armadura de tom escuro. O “Príncipe” provém do título exercido por Eduardo, que era o príncipe de Gales desde 1343. Eduardo teria ganhado (e gostado) o apelido ainda jovem após a Batalha de Crécy (1346), onde os arqueiros ingleses conquistaram outra vitória monumental em cima do orgulho francês: a cavalaria pesada. Representação (efígie) de Eduardo de Woodstock, o Príncipe Negro, em seu túmulo. Créditos: autoria desconhecida / Catedral de Cantuária, Kent, Inglaterra. Na Batalha de Crécy (1346), os arcos ingleses reluziram, abocanhando a vitória contra a poderosa cavalaria pesada francesa, mas em Poitiers, a cavalaria inglesa também demonstrou que era capaz de confrontar os franceses em campo aberto. Créditos: autoria desconhecida. CONTEXTO DA BATALHA DE POITIERS: A GUERRA DOS CEM ANOS A Guerra dos Cem Anos foi um longo conflito que ocorreu entre 1337 e 1453 entre a Inglaterra e a França. Apesar do nome, a guerra não foi um conflito contínuo, mas, sim, uma série de conflitos intermitentes e muitas vezes paralisados por conta de assolações, como a Peste Negra e a própria Crise do Século XIV. A guerra teve origem em disputas territoriais, rivalidades políticas e questões de sucessão, começando quando o rei inglês, Eduardo III, reivindicou o trono francês como herdeiro legítimo. As principais batalhas ocorreram em território francês, mas também ocorreram confrontos navais no Canal da Mancha e incursões nos territórios inimigos, como em Sluys logo no início do conflito, datada de 25 de junho de 1340, em Flandres, Bélgica. Durante a guerra, Joana d’Arc, uma camponesa francesa, teve um papel importantíssimo para inspirar e levantar o moral dos franceses e ajudar a reivindicar várias vitórias. Joana d’Arc conquistou a primeira grande vitória para os ingleses, quando liderou e derrubou o cerco inglês à cidade de Orleans em 1429. Cerco este que se arrastava desde o ano anterior (1428) com inúmeras tentativas francesas fracassadas. Joana d’Arc, contudo, acabaria sendo capturada e queimada viva na fogueira sob a alegação de bruxaria (em 1920, acabaria se tornando a padroeira da França). No entanto, os ingleses acabaram derrotados no conflito, tendo como marco a Batalha de Castillon em 17 de julho de 1453. Por fim, cabe ressaltar que a Guerra, embora extremamente custosa para as Coroas inglesas e francesas, mas principalmente para os camponeses, contribuiu para a consolidação dos Estados Modernos da Inglaterra e da França. A Guerra dos Cem Anos foi um conflito extremamente sanguinário e duradouro, arrasando inúmeras gerações. Também dificultou o comércio, destruiu rotas e plantações e atrasou a Inglaterra e a França nas chamadas Grandes Navegações. Créditos: autoria desconhecida. PODE USAR TRECHOS DA MATÉRIA. FIQUE À VONTADE! Só pedimos que cite (referencie) o site, bastando fazer do seu jeito ou como no exemplo: Fonte: Incrível História: https://incrivelhistoria.com.br/ Obrigado! REFERÊNCIAS PRINCIPAIS: CAWTHORNE, Nigel. Os 100 Maiores Líderes Militares da História. trad. Pedro Libânio. Rio de Janeiro: DIFEL, 2010. JESTICE, Phyllis G. História das Guerras e Batalhas Medievais. O Desenvolvimento de Técnicas, Armas, Exército e Invenções de Guerra na Idade Média. trad. Milton Mira de Assumpção Filho. São Paulo: M. Books, 2012. MONTEFIORE, Simon Sebag. Titãs da história: Os gigantes que mudaram o nosso mundo. Trad. Renato Marques. São Paulo: Planeta do Brasil, 2018. IMAGEM(NS): Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: contato@incrivelhistoria.com.br PALAVRAS-CHAVE SECUNDÁRIAS: Idade Média, guerras, guerra dos cem anos, batalhas históricas, Eduardo de Woodstock, arqueiros de arco longo, cavalaria pesada. Eudes Bezerra37 anos, recifense, graduado em Direito e História. Diligencia pesquisas especialmente sobre Antiguidade, História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e executar o que planeja. Tags usadas: guerras antigas período medieval Deixe um comentário Cancelar respostaO seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *Comentário * Nome E-mail Veja tambémEstandarte do Espírito Mongol7 Curiosidades sobre a Revolução RussaCiência: Conceitos, Origem e Revolução CientíficaPrimeira Cruzada (1096-1099): Resumo completo