Ciência: Conceitos, Origem e Revolução Científica
O que é ciência? A origem da ciência, a Revolução Científica, Ciência x senso comum, o Cientificismo e Ciência x religião.


A ciência é tanto o processo de investigação que leva ao conhecimento, quanto o conjunto de conhecimentos construídos com base na observação empírica.
Em ambos os casos, tem-se o objetivo de permitir que a humanidade viva mais e melhor, aperfeiçoando sempre coisas simples ou mesmo complexas.
No entanto, a ciência nem sempre é utilizada para a melhoria da qualidade de vida da humanidade, como nas armas de destruição em massa, mesmo com a energia nuclear sendo algo incrível.
Prossiga e entenda mais sobre o saber científico!

TÓPICOS SOBRE A CIÊNCIA
1. Afinal, o que é ciência?
2. A origem da ciência
3. O que foi a Revolução Científica?
4. Ciência x senso comum
5. O problema do cientificismo
6. Ciência x religião
Referências
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1. AFINAL, O QUE É CIÊNCIA?
A ciência, em seu sentido geral, é o conjunto de conhecimentos ou práticas organizadas de maneira sistemática (sempre de maneira sistemática).
Também é, em seu sentido estrito, o sistema utilizado para adquirir conhecimento com base no método científico.
O método científico é o conjunto de regras utilizadas para a realização de pesquisas para produzir conhecimentos seguros ou mesmo corrigir e aperfeiçoar os conhecimentos já existentes.
As regras limitam a subjetividade, de forma que a pesquisa produza saber científico (válido) em detrimento da subjetividade do ser humano que é passível de falhas, quando não parcial ou mesmo fraudulento intencionalmente.
Resumidamente, a ciência pode ser:
- Experimental (hipotético-dedutivo, de observação, de medição);
- Dialético;
- Empírico-analítico; e
- Histórico.
Porém, há uma terceira forma de definir a ciência que é mais simples: o esforço para resolver problemas em que apenas o ser humano se coloca.
A partir dessa definição mais básica, é possível localizar a ciência há cerca de 10 mil anos, no Oriente Médio, como na Mesopotâmia.

2. A ORIGEM DA CIÊNCIA
Para diversos autores, a ciência teria surgido no momento em que o homem reuniu conhecimentos sobre plantas, animais e formas de dominação e transformação da natureza.
Apesar de não serem conhecimentos sistematizados, muitos elementos do saber científico atual já podiam ser encontrados neles: a observação dos fenômenos naturais, a experimentação, a coleta de dados etc.
Contudo, na “ciência primitiva”, havia muitos aspectos do sobrenatural que poderiam influenciar os métodos mais sistêmicos da investigação científica.
Com isso, é muitas vezes ignorada na ciência moderna, apesar do misticismo ser encontrado na origem da própria ciência.
De qualquer forma, a base da Revolução Científica na Idade Moderna foi a antimagia, que se fez contra o místico da ciência primitiva, causando uma verdadeira divisão que ainda passaria por muitos refinamentos.

3. O QUE FOI A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA?
A Revolução Científica foi uma mudança drástica ocorrida no pensamento científico entre os séculos XVI e XVIII, como influência do Renascimento e as suas características humanistas.
Uma nova visão da natureza surgiu, substituindo a visão grega que dominou a ciência primitiva, tornando a ciência, in stricto sensu, em uma disciplina autônoma da filosofia greco-romana.
Ao fim desse período, a ciência acabou substituindo de vez o Cristianismo como elemento principal da civilização europeia.
Além disso, também promoveu a reeducação do senso comum em favor do raciocínio abstrato, além de proporcionar:
- O desenvolvimento de um método científico;
- A visão da natureza como uma “máquina” e não só um organismo;
- A substituição da visão quantitativa pela qualitativa da natureza; e
- A aprovação de novos critérios de explicação, que enfatizavam o como e não o porquê.

4. CIÊNCIA X SENSO COMUM
Para Rubem Alves, senso comum não é o sinônimo de um comportamento pouco inteligente ou simplista.
Na verdade, ele e a ciência são expressões utilizadas para a mesma necessidade básica: a de compreender o mundo para viver melhor e/ou sobreviver.
Segundo este autor, a noção de senso comum como o campo do irracional foi criado para alguns cientistas se sentirem superiores.
Ele não é inferior à ciência, pois garantiu a sobrevivência do ser humano em períodos sem algo próximo no atual nível científico.
Enquanto isso, a ciência moderna traz diversas ameaças à sobrevivência do próprio ser humano e sabemos o porquê, principalmente quando nas destrutivas guerras.

5. O PROBLEMA DO CIENTIFICISMO
O cientificismo foi uma ideologia da ciência como forma de saber superior que foi criada pela corrente positivista no século XIX.
Segundo o mesmo, a ciência é pensada como a busca da verdade pela observação empírica rigorosa, sem imaginação ou emoção.
O problema é que essa visão positivista tem sido questionada, visto que a técnica e a ciência não são neutras: ambas servem àqueles que têm controle ou poder sobre a sociedade (e podem influenciá-la).
Na verdade, é possível encontrar muita criação e imaginação na ciência.
Por esse motivo, a visão positivista da ciência tem sido cada vez mais questionada e encontrada e defendida por poucos seguidores.
Ideias positivistas influenciaram diretamente crimes contra humanidade, a segregação e a marginalização de determinadas classes, como fez a Teoria do Criminoso Nato de Cesare Lombroso.

6. CIÊNCIA X RELIGIÃO
Além do senso comum, a ciência passou a conflitar com a religião, algo que já acontecia mesmo antes da Reforma Protestante de Martinho Lutero.
Isso é algo que parece irônico, já que todos os filósofos naturais da Revolução Científica tinham motivações ou crenças religiosas.
Gente como:
- Johannes Kepler, que buscava descobrir o padrão de Deus para o Cosmo; e
- Isaac Newton, que acreditava na hipótese criacionista para a origem do universo;
- Entre inúmeros outros que estudamos desde as escolas.
Ainda, a ideia da forte presença do ateísmo não era algo comum até o século XIX, visto que os principais pensadores modernos eram bastante religiosos.
A grande separação teve início quando as principais áreas científicas se desligaram por total, ou quase totalmente, da filosofia e da teologia.
A especialização das ciências foi o auge do Cientificismo, levando à crença da ciência como uma religião que libertaria homens e mulheres da pura ignorância.
Porém, essa visão positivista (cientificista) foi logo questionada, como já visto anteriormente e ainda continua a ser, principalmente pela Escola dos Annales, que cada vez mais evolui e arregimenta novos teóricos fabulosos.
Curiosidade: um dos fundadores da Escola dos Annales, Marc Bloch, participou da resistência francesa.
Bloch acabou capturado, torturado e assassinado pela Gestapo durante a Segunda Guerra Mundial em 16 de junho de 1944. Bloch era judeu.

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REFERÊNCIAS
BRADFORD, Alina; HAMER, Ashley. Science and the scientific method: Definitions and examples. Acesso em: 2 set., 2022.
ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA. Science. Acesso em: 1º set., 2022.
PRINCIPE, Lawrence M.. Scientific Revolution. Acesso em: 1º set., 2022.
SCIENCECOUNCIL. Our definition of science. Acesso em: 2 set., 2022.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 3. ed., 9ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2020.
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PALAVRAS-CHAVE SECUNDÁRIAS: senso comum, cientificismo, saber científico, revolução científica, ciência moderna, investigação científica, método científico.