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Idade Antiga

Mesopotâmia: história, povos e características

Na Mesopotâmia repousa um dos mais importantes berços da humanidade. Sumérios, babilônios, assírios, povos que revolucionaram para sempre o modo de viver.


Mesopotâmia
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Escrito por Eudes Bezerra
Leitura: 6 minutos
Mesopotâmia
Mesopotâmia, berço de civilizações que fizeram um bom uso dos seus recursos para se tornarem grandes e eternas. Créditos: autoria desconhecida.

Escrita, leis, metalurgia, arquitetura, roda, agricultura, hidráulica… Na Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, repousa um dos mais importantes berços da humanidade. Sumérios, babilônios, assírios, caldeus, acádios, povos que revolucionaram para sempre o modo de viver e conviver.

Para uma nova experiência, assista nosso vídeo:

SUMÁRIO

O que é a Mesopotâmia?
1. Principais povos da Mesopotâmia: sumérios, babilônios e assírios
⠀⠀1.1 Sumérios
⠀⠀1.2 Babilônios
⠀⠀1.3 Assírios
2. Religião
3. Economia da Mesopotâmia
4. Sociedade mesopotâmica
⠀⠀4.1 Sociedade estamental
⠀⠀4.2 Hierarquia social
⠀⠀4.3 Sacerdotes
Referências

O QUE É A MESOPOTÂMIA¨?

Diferentemente do imaginado, a Mesopotâmia não é um país, mas uma região rica em recursos naturais e que na Antiguidade compreendia vários povos, como os Assírios (ao norte), Babilônios (ao “centro”) e Sumérios (ao sul).

A Mesopotâmia atualmente se estende pelos estados modernos da Turquia, Síria, do Iraque, Kuwait e Irã.

Mesopotâmia, que significa algo como “entre rios”, é o nome dado à região localizada entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio, e propiciou a chegada e permanência de povos devido à fertilidade do solo.

Ainda hoje, por suas amplas planícies, é uma região de fácil chegada e saída, o que favoreceu diversas invasões ao longo da história na busca pela fertilidade do solo.

A Mesopotâmia constitui um dos berços da humanidade e as suas sociedades por vezes são conhecidas como sociedades ou civilizações hidráulicas devido ao fato de terem criado e perfeiçoado sistemas para controlar as violentas enchentes que ainda hoje ocorrem na região.

crescente féril e mesopotâmia
Diferentemente do imaginado, Mesopotâmia e Crescente Fértil não são a mesma coisa. O Crescente Fértil é uma ampla região que, dentro de si, contém a própria Mesopotâmia, sendo esta apenas uma parte daquela rica região. Créditos: autoria desconhecida.

1. PRINCIPAIS POVOS DA MESOPOTÂMIA: SUMÉRIOS, BABILÔNIOS E ASSÍRIOS

1.1 Sumérios

Indicados como os mais antigos da região, os sumérios teriam chegado à região aproximadamente 9 mil anos antes de Cristo e são amplamente reputados como os inventores da escrita (escrita cuneiforme, por ser feita com cunhas).

Também há indício de que teriam sido os responsáveis pela criação da roda, que seria utilizada para o comércio com povos vizinhos. A própria escrita teria surgido da necessidade de se registrar e controlar o forte comércio dessa civilização.

A sociedade suméria era caracterizada por sua política descentralizada, onde cada cidade possuía suas próprias regras sociais, ainda que muitas fossem parecidas. Também era intimamente ligada à religiosidade e astronomia, geralmente sendo governada por patesis (uma mistura de militar e sacerdote).

Tão forte era sua religiosidade que construíram os grandiosos templos religiosos chamados de zigurates, tendo o principal zigurate estabelecido na cidade de Ur. Diz-se que a inspiração para a bíblica Torre de Babel seria um imenso zigurate.

zigurate sumério
Os templos religiosos, os zigurates, eram utilizados pelos sacerdotes que a partir deles recebiam e transmitiam os sinais dos vários deuses e deusas da Civilização Suméria. Créditos: autoria desconhecida.


1.2 Babilônios

Conhecidos por suas leis e sociedade bem organizada, os babilônios possuíam política centralizada na figura do rei.

A Babilônia se tornou famosa por sua arquitetura imponente, como, por exemplo, os Jardins Suspensos da Babilônia, uma das Sete Maravilhas do Mundo. Era considerada uma “megacidade” da Antiguidade.

Sobre os babilônios recai o primeiro código de leis escrito da história, o famoso Código de Hamurabi. Com 282 artigos escritos em linguagem cuneiforme, o código se baseia na Lei de Talião: “olho por olho, dente por dente”.

Jardins Suspensos da Babilônia
O monumento teria sido construído por volta do final do séc. VI a.c., ao sul da atual cidade de Bagdá (Iraque), onde se localizava a então capital do império babilônico. Pintura: os Jardins Suspensos da Babilônia, de Martin Heemskerck, séc. XVI. Ao fundo da pintura, encontra-se a Torre de Babel.


1.3 Assírios

Politicamente centralizados, são amplamente conhecidos por sua ferocidade em combate, tendo entrado para a história como uma grande sociedade guerreira.

Interessante ressaltar o terror como arma psicológica devido ao fato dos assírios terem o costume de, antes de invadir uma cidade objetivo, bombardeá-la com dedos, orelhas, narizes e olhos de inimigos já derrotados e desmembrados.

Os Assírios foram responsáveis por grandes avanços na metalurgia (de utensílios domésticos e de campo às armas), ainda que a sua principal atividade fosse a agricultura (regra geral para os povos mesopotâmicos).

Findada a Idade do Bronze e Iniciada a do Ferro, os assírios desenvolveram grande poderio bélico criando armas de qualidade superior e profissionalizando seu exército.

Suas inovações tecnológicas e insaciável sede pelo poder transformaram a vida das sociedades circundantes, como a babilônica e a egípcia (povos conquistados).

cerco assírio a israel
Inaugurando o exército de infantaria pesada e mantendo-o como sua espinha dorsal juntamente com o emprego de cavalaria individual, o exército assírio tornou obsoleta a manobra de carros de guerra (“carroças” movidas à tração animal, cavalos). Ainda, foram criadas armas de assédio e técnicas de sapa (engenharia e sabotagem) para as atividades de sítio, além blindagens corporais suficientemente resistentes aos arcaicos arcos e suas infames setas (pontas das flechas). Créditos: autoria desconhecida.

2. RELIGIÃO

Caracterizada classicamente pelo politeísmo, chegando ao ponto de cada cidade ter deuses próprios como seus protetores, mesmo que fosse parte da mesma civilização.

O respeito religioso costumava ser habitual em virtude da infinidade de deuses e deusas.

3. ECONOMIA DA MESOPOTÂMIA

Embora se dedicassem ao comércio, artesanato e outras atividades, a principal atividade econômica das sociedades que habitavam a região era a agricultura. Independentemente da sociedade, a agricultura representava a vida e a morte, a pobreza e a riqueza.

Tratava-se de atividade fundamental para o Estado, que se dedicava à construção de canais, barragens e outros sistemas hidráulicos para fomentar a agricultura e o pastoreio de animais, como ovelhas.

O excedente da produção era comercializado e utilizado em campanhas militares.

4. SOCIEDADE MESOPOTÂMICA

De modo geral, a característica rígida e clássica da sociedade mesopotâmica era a marca estamental. Isto é, nasceu ferreiro, morrerá ferreiro e ferreiros serão os seus descendentes.

4.1 Sociedade estamental

Na sociedade estamental não existe mobilidade social. Trata-se de um sistema bem similar ao feudalismo da Europa medieval e atualmente com o da Índia e as suas castas sociais. Era preciso um acontecimento radical para conseguir ascensão na hierarquia da sociedade.

4.2 Hierarquia social

Geralmente, encabeçando o topo da pirâmide social, encontrava-se o rei ou imperador (algumas vezes o sacerdote), seguidos de cima para baixo pelo grau de importância: nobres, sacerdotes, burocratas (escribas e especialistas).

Na base da sociedade existiam os comerciantes, artesãos, camponeses e escravos. O grau de importância dos militares variava de acordo com a sociedade em que viviam.

4.3 Sacerdotes

Importante destacar os sacerdotes que, muito mais do que tratar apenas dos ritos religiosos, trabalhavam gerindo a sociedade mesopotâmica e indicando atividades, como a hora do plantio.

Os sacerdotes mesopotâmicos eram, acima de tudo, hábeis astrônomos, tendo, inclusive, descoberto cinco planetas.

REFERÊNCIA(S):

BOTTÉRO, Jean. No começo eram os deuses. trad. Marcelo Jacques de Morais. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 3ª ed. reform. e atual. São Paulo: Moderna, 2007.

CLINE, Eric H.; GRAHAM, Mark W.. Impérios antigos: da Mesopotâmia à Origem do Islã. trad. Getulio Schanoski Jr.. São Paulo: Madras, 2012.

GIORDANI, Mário Curtis. História da Antiguidade Oriental. 13 ed. Petrópolis: Vozes, 1969.

SOLLA, Walter. Mesopotâmia. Acesso em: 20 fev. 2018.

VINCENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002.

IMAGEM(NS):
Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: contato@incrivelhistoria.com.br

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Eudes Bezerra

35 anos, pernambucano arretado, bacharel em Direito e graduando em História. Diligencia pesquisas especialmente sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e principalmente executar o que planeja. Na Internet, atua de despachante a patrão, enfatizando a criação de conteúdo.

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