
Com dimensões extraordinárias, peso contado em toneladas e pele grossa (ainda revestida por placas de metal), os elefantes de guerra fizeram a terra e os inimigos tremerem. Normalmente empregados para romper as linhas inimigas, os maiores seres terrestres da atualidade empreenderam avanço implacável.
Frequentemente posicionados na vanguarda do exército, davam início à refrega partindo literalmente por cima da infantaria adversária. Penetravam com grande ferocidade e nada parecia ser capaz de lhes parar. Quando utilizados contra cavalaria adversária sem elefantes, eram ainda mais letais – os cavalos ficavam abalados com o odor e o tamanho do gigantesco mamífero.
A força dos elefantes esteve efetivamente em combate durante mais de um milênio, sobretudo na Antiguidade (4.000 a.C. a 476 d.C.), e ainda hoje têm atribuições militares relacionadas às funções de logística, transporte e afins.
1. Os tanques de guerra da Antiguidade
Apesar das defesas e armas dos animais variarem, normalmente lutavam couraçados. Placas de metal eram sobrepostas no corpo e punhais envenenados nas defesas, como na cabeça e barriga. Muitas vezes ocorria fixação de uma torre no dorso dos animais — os montadores (de 1 a 5), protegidos nas torres, disparavam flechas e dardos. Também era comum que atuassem com longas lanças destinadas aos inimigos mais próximos.
Igualmente como os atuais tanques de guerra em situações específicas, os quadrúpedes também necessitavam de tropas auxiliares para proteção dos flancos e da retaguarda. Para isso, cada unidade paquiderme dispunha de equipe de apoio própria que avançava paralelamente com o objetivo de frustrar qualquer tentativa de flanqueamento contra, assim como o avanço total do exército em si.
1.1 Temperamento perigoso
O grande problema de dispor de elefantes refere-se ao temperamento: quando feridos ou assustados, muitas vezes ficavam fora de controle e atacavam suas próprias tropas ou disparavam pelo campo de batalha pisoteando quem estivesse à frente. Por isso, seu emprego dependia de dedicado treinamento e excelente maestria do comando.
1.2 Tática antipaquiderme
A melhor tática para derrotar um elefante blindado consistia no emprego de infantaria ligeira armada com dardos. Em grande número, tal infantaria poderia cercar o animal com grande mobilidade e acutilá-lo até sua neutralização.

2. TRÊS OPERAÇÕES HISTÓRICAS COM ELEFANTES
2.1 Alexandre, o Grande, encanta-se com elefantes de guerra na Índia
Na Batalha de Hidaspes (326 a.C.), os macedônios liderados por Alexandre, o Grande, combateram os indianos comandados por Poro. Ao se deparar com os gigantescos animais, Alexandre teria dito: “Finalmente encontrei um perigo à altura da minha grandeza“. Apesar do susto, os macedônios levaram a melhor.
Alexandre ficou maravilhado com a força dos elefantes. Este foi provavelmente o primeiro contato de europeus com os paquidermes no campo de batalha.
2.2 Roma leva uma tremenda surra de Cartago durante a Primeira Guerra Púnica (264-241 a.C.)
Na Batalha de Túnis (255 a. C.), os cartagineses liderados pelo general espartano Xantipo impuseram uma vergonhosa derrota a Roma. Empregando cerca de 100 elefantes, o exército de Cartago trucidou as bem equipadas e disciplinadas legiões romanas, também capturando seu comandante, Marco Atílio Régulo.
Foi uma das maiores derrotas de Roma que teria amargado 13.500 baixas, enquanto Cartago apenas 800.
2.3 Aníbal faz a famosa travessia dos Pirineus e Alpes durante a Segunda Guerra Púnica (218-202 a.C.)
Em 218 a.C., o general cartaginês Aníbal Barca iniciou uma ousada e inédita campanha militar contra Roma: No comando de aproximadamente 40 mil soldados e 40 elefantes [fontes divergem quanto aos números], Aníbal, visando invadir Roma, teria desbravado as desafiadoras montanhas com seus elefantes e surpreendido os romanos, que foram ao seu encontro na Planície do Pó – ocasião em que os poucos elefantes sobreviventes à longa travessia estraçalharam as forças de Roma.