
Francisco Pizarro ficou marcado na história como o conquistador do Império Inca em uma façanha quase inacreditável, mas que seguia antigos modos de se conquistar.
O último [rei] inca procurou refúgio nas redondezas da cidade de Cuzco [em 1536], de onde pensou que armaria seu exército e atacaria.
Era a última tentativa de recuperar o poder, e a história conta que não conseguiu.
O magnífico Estado Inca estava desaparecendo e o sol havia muito tempo se posto. (CORTEZ, 2013, p. 209, acréscimo nosso)
Boa leitura!
TÓPICOS DA CONQUISTA DE FRANCISCO PIZARRO
1. Quem foi Francisco Pizarro?
2. O Império Inca à época da chegada dos espanhóis
3. Francisco Pizarro e a conquista dos Incas
⠀⠀3.1 Como Francisco Pizarro conquistou as terras incas?
⠀⠀3.2 Pizarro captura o imperador inca, Atahualpa
⠀⠀3.3 A queda do império inca e o controle espanhol
⠀⠀3.4 Francisco Pizarro elege sua marionete e domina os incas
4. Francisco Pizarro funda a cidade de Lima
5. Como Francisco Pizarro morreu?
Referências
⠀
1. QUEM FOI FRANCISCO PIZARRO?
Francisco Pizarro foi o conquistador dos incas, os donos do maior império das américas. Façanha notável e que teria sido iniciada com a captura do rei inca em 16 de novembro de 1532.
O grande acontecimento protagonizado por Francisco Pizarro em 1532 desencadeou uma série de mudanças na América do Sul, principalmente aos povos nativos que viriam a entrar em pleno e acelerado declínio.
Diversos povoados espanhóis foram criados paulatinamente e dominaram os ameríndios, fazendo-os de mão de obra escrava.
Rico em metais preciosos e densamente povoado, o território ocupado pelos incas era sobretudo a cordilheira central dos Andes a partir de dominavam diversos outros povos, como igualmente os Mexicas (Astecas) faziam a partir de Tenochtitlán.
Contudo, da mesma forma que Hernán Cortez conquistou os astecas, Francisco Pizarro conquistou os incas, tudo com astúcia e motivado por riquezas, reconhecimento do rei e propagação da fé católica.
Pizarro, que havia sido abandonado quando ainda bebê, era considerado um bastardo, mas que acabou sendo reconhecido por seu pai, um importante capitão dos tércios espanhóis (soldados espanhóis de elite).

2. O IMPÉRIO INCA À ÉPOCA DA CHEGADA DOS ESPANHÓIS
Os incas formaram o maior império das Américas, partindo de um pequeno povoado no fim do século XIII e já se estabelecendo como dominantes nos Andes centrais no século XIV.
Possuíam ao menos 8 milhões de habitantes e eram uma verdadeira potência em diversos sentidos, como na arquitetura ao conseguir edificar fortes, aquedutos, escadarias e plantações em lugares extremamente íngremes, como na própria Cordilheira dos Andes.
À época da chegada de Francisco Pizarro, o império inca se encontrava dividido e em meio a uma guerra civil sucessória.
Ocorre que o antigo rei, Huayna Capac, havia morrido por volta de 1525 e seus dois filhos, Huscar e Atahualpa, encontravam-se em guerra, sendo cada um apoiado por grandes parcelas da sociedade andina.
Atahualpa saiu vencedor, mas a situação ainda era de grave crise interna e nesse contexto se tem a chegada de Francisco Pizarro que tiraria proveito da situação.

3. FRANCISCO PIZARRO E A CONQUISTA DOS INCAS
A conquista de um império tão vasto por poucos soldados é por vezes motivo de grandes debates e reflexões.
No mais, Francisco Pizarro seguiu o modus operandi aprendido na Guerra de Reconquista, na própria Espanha pré-unificada, e com os relatos dos espanhóis realizados desde a época da primeira viagem de Cristóvão Colombo em 1492.
⠀
3.1 Como Francisco Pizarro conquistou as terras incas?
Pizarro tinha conhecimento de um grande império ao sul do continente americano, um lugar místico chamado de algo como Birú (o atual Peru).
Francisco Pizarro e seus quatro meios irmãos haviam chegado em busca de riqueza ao atual Panamá entre os anos de 1524 e 1527, de onde organizaram a primeira expedição que acabou em fracasso.
Contudo, a primeira expedição rendeu a captura de ao menos três nativos, que seriam educados para aprender o idioma espanhol e assim atuar como intérpretes.
Através dos intérpretes, a comunicação se tornava mais fácil e isso possibilitava a captura dos chefes indígenas, o que Pizarro exatamente fez e que ficará bem claro no ponto seguinte.

3.2 Pizarro captura o imperador inca, Atahualpa
Em 1528, Francisco Pizarro partiu para a definitiva expedição que conquistaria os incas após celebrar um contrato com os reis da Espanha, no qual se tornaria governador e faria jus um polpudo salário, assim como grande parte das riquezas, se conquistadas.
Pizarro contava com uma pequena expedição, que não teria mais que 200 soldados, sendo ao menos 60 cavalos e pouco mais de 100 soldados com arcabuzes (armas de fogo) e espadas.
Em 1530 Pizarro partiu e desembarcou no atual Equador, logo obtendo notícias de que o imperador inca, Atahualpa, encontrava-se em Cajamarca.
Um encontro “amistoso” foi marcado entre Francisco Pizarro e Atahualpa.
Nesse encontro, a guarda e clérigos do sapa inca (“Filho do Sol” – o imperador inca) foram executados e o imperador feito refém.
Desde os primeiros anos na ilha de Hispaniola, os espanhóis já sabiam que a captura do cacique facilitava enormemente a invasão e o rápido controle.
A ideia pode ter sido sugerida pelo precedente dos contatos ibéricos anteriores com mouro e africanos.
De qualquer forma, a captura surpresa do governante local durante uma confabulação amigável era tática padrão.
As ações de Cortez e Pizarro com os imperadores asteca e inca saíram do mesmo molde e eram totalmente previsíveis. (SCHWARTZ; LOCKHART, 2010, p. 107)
Um resgate de Atahualpa foi acordado e pago, contudo, o sapa inca teria sido executado nessa mesma noite, deixando ainda mais instável o império ameríndio.
Pouco antes de sua morte, Atahualpa havia ordenado a execução de seu irmão, Huscar, prevendo uma possível aliança com os espanhóis.

3.3 A queda do império inca e o controle espanhol
Sem imperador e em grave crise política, os incas foram sendo facilmente dominados, mesmo com os espanhóis em muito menor número.
Dessa forma, em um ato contundente e estrategicamente aplicado contra o Império Inca, Francisco Pizarro agravou ainda mais a crise e as disputas internas dos nativos, fazendo com que povos subjugados se rebelassem contra seus opressores.
Muitos desses povos dominados pelo império dos Andes acabariam lutando ao lado dos espanhóis contra os incas.
⠀
3.4 Francisco Pizarro elege sua marionete e domina os incas
Francisco Pizarro, sabendo que ainda se encontrava em perigo, aliou-se aos antigos aliados de Huscar e fez do irmão deste, Tupac Huallpa, governante inca.
Contudo, era Tupac Huallpa era um simples fantoche nas mãos dos espanhóis, que marcharam para conquistar a capital do império, a cidade de Cuzco, e combatendo os aliados fiéis à memória de Atahualpa.
Os últimos resquícios incas sumiram com o seu último rei, Túpac Amaru, que foi executado em praça pública, tendo a sua cabeça decepada por outro indígena em 24 de setembro de 1572, em Cusco, no Peru.

4. FRANCISCO PIZARRO FUNDA A CIDADE DE LIMA
Em 1535, Pizarro fundou a sua capital, Lima, de onde governaria todo o território conquistado, enviando expedições para reconhecimento e eventual combate.
Algumas rebeliões ocorreram contra o domínio espanhol, que cada vez mais sobrecarregava os nativos de acordo com a política mercantilista, que visava o enriquecimento da metrópole (potência colonizadora – a Espanha neste caso).
⠀
5. COMO FRANCISCO PIZARRO MORREU?
Francisco Pizarro acabaria morto por homens fiéis ao seu meio irmão, Almagro, em 1541. Talvez, assassinado pelo próprio filho de Almagro.
Ocorre que Almagro havia se rebelado e tentando tomar partes do território de Pizarro, como a cidade de Cuzco em 1538, no qual foi confrontado, derrotado e executado na forca como traidor por Pizarro.
Mesmo com a morte de Francisco Pizarro, o poderio espanhol estava consolidado e repleto de espanhóis no atual Caribe e México, o que acabaria criando a vastidão do domínio espanhol no continente americano.

REFERÊNCIA(S):
BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 3ª ed. reform. e atual. São Paulo: Moderna, 2007.
Castillo, B. D. D. História verdadeira de la conquista de la Nueva España. Madri: Castalia, 1999.
CORTEZ, Patrícia Temoche. Breve História dos Incas. trad. Marcelo Maneo. Rio de Janeiro: Versal, 2013.
LOCKHART, J.; SCHWARTZ, S. B. A América Latina na época colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
WHITE, Matthew. O grande livro das coisas horríveis: a crônica definitiva das cem piores atrocidades da história. trad. Sergio Moraes Rego. Rio de Janeiro: Rocco, 2013.
IMAGEM(NS):
Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: [email protected]