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Guerras

Práticas e características imperialistas ontem e hoje

Práticas e características imperialistas do século XIX e as atuais: semelhanças de ontem e hoje na prática do Imperialismo.


Práticas e características imperialistas do século XIX e as atuais
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Escrito por Eudes Bezerra
Leitura: 5 minutos
Práticas e características imperialistas do século XIX e as atuais
Práticas e características imperialistas do século XIX e as atuais: semelhanças de ontem e hoje na prática do Imperialismo. Créditos: “A Torta Chinesa”, de Henri Meyer.

As disputas imperialistas atuais, embora com novas vestes, possuem grandes semelhanças com as do século XIX, época em que diversas nações, sobretudo as europeias, atingiram o ápice da truculência em seus modelos imperialistas.

Boa leitura!

TÓPICOS SOBRE O IMPERIALISMO DO SÉCULO XIX E O ATUAL

1. Existem práticas e características imperialistas do Século XIX e as atuais?
2. Quais as principais características do imperialismo?
⠀⠀2.1 Exemplo de interesse na atualidade: Guerra da Síria
3. Resultado das práticas e características imperialistas: a guerra
Referências

1. EXISTEM PRÁTICAS E CARACTERÍSTICAS IMPERIALISTAS DO SÉCULO XIX E AS ATUAIS?

Respondendo objetivamente, sim, existem.

Existem e seguem, basicamente, o mesmo padrão, ainda que sem tanta truculência, mas com “modelos” aperfeiçoados com a nova realidade global.

Contudo, em sua origem, continuam as políticas protecionistas, como incentivos à produção interna em detrimento da externa.

Igualmente, a busca por novos mercados consumidores e as intervenções militares — como habitualmente vemos em pequena ou média escala e, às vezes, em larga escala.

Ainda, as questões nacionalistas, sobretudo xenófobas, que de um modo ou de outro eclodem nas mais diferentes regiões do planeta, precipuamente as com elevada influência estrangeira ou mesmo conflito armado em andamento.

Práticas e características imperialistas do século XIX e as atuais
As práticas e características imperialistas do século XIX e as atuais assumem muitas formas similares, mas sempre com o mesmo fim, como ocorre na Guerra da Ucrânia. O imperialismo, assim, continua seu ciclo aparentemente sem-fim. Créditos: Wolfgang Schwan/Anadolu Agency. 

2. QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO IMPERIALISMO?

A partir da segunda metade do século XIX, o imperialismo e as rivalidades entre as potências mundiais, sobretudo europeias, passaram a ser traduzidas em acirradas disputas nas mais variadas esferas.

Abastecidas pela industrialização e enveredando pela era dos nacionalismos exacerbados, as potências trilharam, navegaram e se armaram na disputa por cada palmo de terra do planeta.

Dentro das fronteiras europeias, contudo, havia relativa paz: frágil, a chamada “Paz Armada” que se esvaiu em aço e sangue em 1914 com a eclosão da Primeira Guerra Mundial. (BEZERRA, 2013, s/p)

Após a supramencionada citação de outro artigo daqui — Imperialismo no Século XIX —, cabe-nos enfatizar as questões primárias que levaram às disputas e à própria Grande Guerra (1914–1918).

Ocorre que após as revoluções industriais, principalmente a segunda onda, diversas nações (potências) passaram a disputar mercados externos em vista da saturação do mercado interno.

Disso decorre o fato das potências procurarem e literalmente agrilhoarem grandes porções de terras, principalmente da Ásia e África em busca de duas coisas básicas e que delas decorrem inúmeras outras:

  1. Busca por matérias-primas: utilizadas para alimentar as indústrias, gerando as manufaturas; e a
  2. Venda de produtos manufaturados: novos mercados consumidores — por bem ou por mal — consumiam as ofertas de produtos das potências imperialistas (e a preços elevadíssimos).

Ainda temos como características basilares desse período algo bem parecido com o ocorrido durante após Grandes Navegações: a tradicional e infeliz busca da legitimação para justificar a posse e o controle.

Neste caso, o caráter moral do homem branco europeu — Etnocentrismo/Eurocentrismo — levando o progresso aos demais povos não brancos vistos como inferiores, selvagens, atrasados.

Práticas e características imperialistas do século XIX e as atuais
A charge de Henri Meyer ilustra bem o imperialismo da virada do século XIX para o XX, quando mostra o desespero chinês impotente diante de tantas potências literalmente dividindo a rica e sofisticada China. Créditos: Henri Meyer. 

2.1 Exemplo de interesse na atualidade: Guerra da Síria

No mais, práticas e características imperialistas ontem e hoje não ficam somente no aspecto econômico direto, podendo as políticas imperialistas visar qualquer outra forma de benefício próprio.

Pontos estratégicos possibilitam controle próprio e a negação ou dificuldade aos demais adversários, como o ocorre na atual Guerra da Síria, que se encontra apoiada por Moscou.

O grande interesse de Moscou, entre outros menores, é a posição estratégica da Síria que não permite a instalação de gasodutos atravessando seu território para chegar e abastecer as cidades europeias.

A Rússia é a maior fornecedora de gás da Europa e não deseja concorrência no seu mercado, por isso o seu empenho em manter o atual governo do ditador sírio, Bashar Al-Assad.

Assim, podemos perceber duas coisas de cara: o interesse econômico e o fortalecimento da aliança entre a Rússia e a Síria — tudo em detrimento de uma guerra que se arrasta desde aproximadamente 15 de março de 2011.

Por outro lado, há também a participação de outras nações, como os Estados Unidos da América e França, que objetivam o enfraquecimento do atual governo sírio e a consequente desaceleração econômica da Rússia.

Práticas e características imperialistas do século XIX e as atuais
Bombardeio da Turquia contra a cidade do norte da Síria, Tell Abyad, em 2019, na atual Guerra da Síria. Créditos: Orhan Erkılıç. 

3. RESULTADO DAS PRÁTICAS E CARACTERÍSTICAS IMPERIALISTAS: A GUERRA

Quando acordos, sanções, embargos e políticas não conseguem o êxito esperado por uma potência imperialista, a guerra, direta ou indireta, é inclusa na pauta política.

A guerra é uma extensão da política, sendo que por outros meios — Carl von Clausewitz em seu livro Von Krieg (“Da Guerra”).

Como bem disse o teórico da guerra alemão (prussiano) — que enfrentou Napoleão Bonaparte e forneceu elementos vitais para os russos vencer o imperador francês —, a guerra é a continuação da política.

E quando a política se alicerça nas bases imperialistas, apresenta-se como normal a ocorrência de conflitos.

Por fim, cabe ressaltar o resultado das práticas e características imperialistas do século XIX e início do XX.

Esse período acaba por formular e reformular toda a história global ao encerrar com uma guerra que arrebatou inúmeras nações direta ou indiretamente: a Primeira Guerra Mundial.

Por sua vez, a Grande Guerra acarretaria outra ainda maior e mais destrutiva: a Segunda Guerra Mundial — e outra consequentemente, a  chamada de Guerra Fria (mas nuclear).

Mesmo de forma resumida, é possível notar os fatos se entrelaçando, tudo sempre com ingredientes de práticas e características imperialistas.

Potências são potências por se sobrepor a nações menores e isso é uma regra do imperialismo.

Práticas e características imperialistas do século XIX e as atuais
Práticas e características imperialistas ontem e hoje: As disputas acirradas entre as potências europeias acarretaram na Primeira Guerra Mundial, na qual um rastro de destruição até então inigualável ocorreu. Créditos: autoria desconhecida.

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Só pedimos que cite o site, bastando fazer do seu jeito ou como no exemplo:

Fonte: Incrível História: https://incrivelhistoria.com.br/

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REFERÊNCIAS:

BEZERRA, Eudes de Oliveira. O Imperialismo no século XIX. Acesso em: 16 jul. 2022.

BEZERRA, Eudes de Oliveira. A Primeira Guerra Mundial, 1914-1918. Acesso em: 16 jul. 2022.

BEZERRA, Eudes de Oliveira. Grandes Navegações, a Era dos Descobrimentos. Acesso em: 18 jul., 2022.

HOBSBAWM, Eric J.. A Era dos Impérios, 1875-1914. trad. Sieni Maria Campos e Yolanda Steidel de Toledo. 18 ed. Rio de janeiro: Paz e Terra, 2014.

WILLMOTT, H. P.. Primeira Guerra Mundial. trad. Cecília Bartalotti, Myriam Campello, Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

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PALAVRAS-CHAVE SECUNDÁRIAS:  colonialismo, neocolonialismo, mercados consumidores, práticas e características imperialistas ontem e hoje

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Eudes Bezerra

35 anos, pernambucano arretado, bacharel em Direito e graduando em História. Diligencia pesquisas especialmente sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e principalmente executar o que planeja. Na Internet, atua de despachante a patrão, enfatizando a criação de conteúdo.

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