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Idade Moderna

Por que as 13 Colônias Inglesas foram pioneiras no processo revolucionário?

Por que as 13 Colônias Inglesas foram pioneiras no processo revolucionário? Quais as consequências disso para o restante da América?


Por que as 13 Colônias Inglesas foram pioneiras no processo revolucionário? Quais as consequências disso para o restante da América?
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Escrito por Eudes Bezerra
Leitura: 6 minutos
Por que as 13 Colônias Inglesas foram pioneiras no processo revolucionário? Quais as consequências disso para o restante da América?
Por que as 13 Colônias Inglesas foram pioneiras no processo revolucionário? Quais as consequências disso para o restante da América?

Por que as 13 Colônias Inglesas foram pioneiras no processo revolucionário? Quais as consequências disso para o restante da América?

SUMÁRIO

Introdução
1. Histórico: séculos de crises internas e externas na Inglaterra
2. Por que os EUA foram pioneiros no processo revolucionário?
3. Quais as consequências disso para o restante da América?
Conclusão
Referências


INTRODUÇÃO

Por questão de didática, vou trazer resumidamente um breve contexto histórico da Inglaterra, que respalda profundamente no futuro dos EUA e consequentemente do continente americano.

Posteriormente, responderei objetivamente a cada pergunta, mas trazendo alguns elementos além-América que são essenciais para um melhor aprendizado.

Caso deseje se aprofundar sobre a colonização britânica na América, leia esta matéria: Colonização inglesa: a América Britânica.

colonização inglesa da América
A tardia colonização inglesa da América se distanciou profundamente dos modelos adotados por outras potências, destacando-se a colônia de povoamento (e não exploração). Créditos: autoria desconhecida / Montagem: Eudes Bezerra.

1. HISTÓRICO: SÉCULOS DE CRISES INTERNAS E EXTERNAS NA INGLATERRA

A Inglaterra teve inúmeros períodos “sensíveis” que precederam — e adiaram — a sua expansão marítima, como a própria formação em um Estado nacional moderno.

Períodos e questões como:

1 – Guerra dos Cem Anos (1337–1453);

2 – Guerra das Duas Rosas (1455–1487);

3 – Reforma Protestante e as guerras religiosas (séculos de perseguição e conflitos iniciados a partir do século XVI);

4 – Rompimento de Henrique VIII com a Igreja Católica (1534);

5 – Leis de Cercamento (1604), o que empurrou uma gigantesca massa de pessoas para as fábricas e a América; e as

6 – Revoluções Inglesas (Revolução Puritana, de 1640, e Revolução Gloriosa, de 1688), quando na primeira ocasião/revolução até o rei, um déspota, acabou guilhotinado — rei Charles I em 1649 por Oliver Cromwell.

Neste breve resumo histórico, podemos compreender perfeitamente os motivos internos e externos que atrasaram e afrouxaram o sistema colonial inglês na América — bem diferente de outros países, como Espanha e Portugal.

batalha da Guerra dos Cem Anos
Eventos como a Guerra dos Cem Anos tardou o ingresso da Inglaterra na disputa em que as Coroas portuguesa e espanhola saíram na frente. Créditos: autoria desconhecida.

2. POR QUE OS EUA FORAM PIONEIROS NO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO?

As colônias inglesas na América, desde o início (quando efetivamente começaram), obtiveram grande liberdade, principalmente pela própria Inglaterra não parecer ter tanto interesse nem ter como, de fato, exercer controle regular.

Com essa liberdade, o caminho para o pioneirismo no futuro processo revolucionário de independência estava semeado

As colônias tomaram formas bem distintas, principalmente entre as do Norte (com manufaturas) e Sul (com monoculturas) — as do Centro só viriam mais tarde e se tornariam mais parecidas com as do Norte.

Com o passar dos anos, as colônias inglesas na América se desenvolveram cada vez mais aceleradamente, sobretudo as colônias do norte.

Ao mesmo tempo, as companhias de comércio (da burguesia) se tornavam cada vez mais sólidas, ricas e diversificadas, trazendo inúmeros camponeses sem-terra da Inglaterra em troca de trabalho por alguns anos.

Quando a Inglaterra finalmente teve condições mais estáveis e quis reduzir a liberdade para controlar as colônias na América — já bem desenvolvidas —, pode-se dizer, a grosso modo, que era tarde demais…

Os sucessivos atos ingleses sobre as Treze Colônias, vistos como autoritários, foram moldando o vindouro processo revolucionário.

Processo revolucionário que eclodiria oficial e fatalmente a partir da Declaração de Independência das 13 Colônias em 4 de julho de 1776, quando, pela primeira vez, ocorreu a guerra de uma colônia americana contra a sua metrópole com êxito por parte da colônia.

Um processo revolucionário contra uma potência — e não qualquer potência, visto que se tratava da já poderosíssima Inglaterra — que foi obrigada a reconhecer a sua derrota em 1783.

Isto é, o pouco controle, ou mesmo frouxidão do Pacto Colonial, não apenas deu tempo para o desenvolvimento das colônias, como também alimentou durante muito tempo a ideia de uma nação livre e “pura” (pura dos vícios europeus).

mapa das 13 colônias inglesas
As 13 Colônias Inglesas pioneiras no processo revolucionário dos Estados Unidos da América, que trouxe consequências para toda a América. Créditos na imagem.

3. QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DISSO PARA O RESTANTE DA AMÉRICA?

Pode-se afirmar que o êxito da independência das 13 colônias inglesas incentivou ainda mais a elite colonial espanhola, os criollos (elite nascida nas colônias).

Os criollos, embora gozassem de privilégios altíssimos, não dispunham de poder político, como assim gozavam os chapetones (elite nascida na Espanha).

Embora várias metrópoles europeias possuíssem colônias na América, o continente americano era, sobretudo, pertencente em grande parte às metrópoles decadentes da Espanha e de Portugal.

O vitorioso processo de independência do que viria a se tornar os Estados Unidos, realimentado pelos ventos da Revolução Francesa (1789), forneceu exemplos importantes desfazendo o mito das potências/metrópoles serem invencíveis.

Com a virada do século XVIII–XIX e a difusão cada vez maior das ideias, igualmente da repressão brutal e tentativas das metrópoles de manter o controle colonial, o respaldo do processo revolucionário das antigas 13 Colônias Inglesas se tornou mais forte e congregador.

Externamente, nos anos finais do século XVIII e principalmente nos 15 primeiros anos do século XIX, a Europa conheceu o furacão Napoleão Bonaparte que destronou o rei espanhol e fez a Europa arder em longas guerras.

estátua de napoleão bonaparte sobre cavalo
As Guerras napoleões afrouxaram de vez o comando das metrópoles europeias sobre suas colônias. Créditos: autoria desconhecida.

Enquanto a Europa ardia em guerras extremamente custosas e que valiam as próprias coroas (e cabeças de monarcas), na América, esses eventos forneceram um tempo precioso.

Tempo precioso que teve apoio em maior ou menor grau dos Estados Unidos — e até da Inglaterra! — que de alguma forma incentivaram direta ou indireta sublevações contra as metrópoles europeias.

Sublevações que em algumas décadas resultaram em verdadeiros movimentos armados, rachando a “unidade” espanhola em dezenas de países independentes na América.

Período de pré-independência inicialmente marcado pelas rebeliões fracassadas e logo finalizado com as rebeliões vitoriosas: as independências propriamente em si.

Importante ressaltar também os interesses externos de outros países, principalmente da Inglaterra e dos Estados Unidos, que pretendiam abrir novos mercados consumidores e adquirir matérias-primas.

Para isso, no entanto, era necessário que as Coroas espanhola e portuguesa não tivessem mais o Pacto Colonial, o que ocorreu de formas distintas.

Assim, o processo passado pelas antigas 13 Colônias Inglesas serviu como uma bússola para as mais diversas regiões da América já há séculos duramente exploradas.

No entanto, a independência veio com a consequente influência dos Estados Unidos — “A América para os Americanos” —, que, na verdade, era o continente americano aos interesses dos Estados Unidos, resumidamente.

CONCLUSÃO

Concluindo, tanto o processo revolucionário de independência das 13 colônias inglesas quanto os seus efeitos significou uma espécie de troca de influência, ainda que tenha decorrido a independência das antigas metrópoles decadentes, mas que os novos países continuaram pobres, visto que a elite nacional (criollos) agora exercia o poder político sob a influência de outras nações.

Por fim, é possível afirmar que ainda hoje existe bastante influência dos Estados Unidos no continente americano.

Influência esta iniciada nas suas consequências de independência e que podemos verificar em diversos momentos da história da América, incluindo a brasileira como na Era Vargas durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945).


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Só pedimos que cite o site (referencie), bastando fazer do seu jeito ou como no exemplo:

Fonte: Incrível História: https://incrivelhistoria.com.br/

Obrigado!



REFERÊNCIAS:

BEZERRA, Eudes de Oliveira. Revolução Puritana, a Revolução Inglesa de 1640. Acesso em: 27 jan., 2023.

______. Revolução Gloriosa de 1688 (Resumo). Acesso em: 27 jan., 2023.

______. Reforma Protestante, o Vendaval de Martinho Lutero. Acesso em: 27 jan., 2023.

______. Guerra dos Cem Anos, a mais longa guerra da história. Acesso em: 27 jan., 2023.

HOBSBAWM, Eric J.. A Era das Revoluções, 1789-1848. trad. Maria Tereza Teixeira e Marcos Penchel. 33 ed. Rio de janeiro: Paz e Terra, 2014.

KARNAL, Leandro (org). História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. 3. ed., 1ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2013.

MICELI, Paulo. História Moderna. 4ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2020.

IMAGEM(NS):
Buscou-se informações para creditar a(s) imagem(ns), contudo, nada foi encontrado. Caso saiba, por gentileza, entrar em contato: contato@incrivelhistoria.com.br

PALAVRAS-CHAVE SECUNDÁRIAS: independência das treze colônias, independências na américa, por que as 13 colônias inglesas foram pioneiras no processo revolucionário? Quais as consequências disso para o restante da américa? FMU.

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Eudes Bezerra

35 anos, pernambucano arretado, bacharel em Direito e graduando em História. Diligencia pesquisas especialmente sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e principalmente executar o que planeja. Na Internet, atua de despachante a patrão, enfatizando a criação de conteúdo.

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