
Os Ostrogodos – divisão dos Godos – alinharam-se aos hunos nas Invasões Bárbaras contra o Império Romano e foram cruciais na Batalha de Adrianópolis, quando o próprio imperador romano acabou morto.
Após o declínio dos impérios Romano do Ocidente e dos hunos, rebelaram-se, derrotaram, conquistaram terras e fundaram um reino na próprio Península Itálica.
Boa leitura!
TÓPICOS DOS VISIGODOS
1. Origem dos Ostrogodos
2. Religião dos Ostrogodos
3. Ostrogodos na federação huna
4. Cavalaria dos Ostrogodos
5. Ostrogodos na Batalha de Adrianópolis (378)
6. Os Ostrogodos retomam a liberdade: rebelião contra os Hunos
7. Reino dos Ostrogodos
Referências
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1. ORIGEM DOS OSTROGODOS
Os Ostrogodos foram um dos povos germânicos a participar das chamadas Invasões Bárbaras, durante os últimos momentos de existência do Império Romano do Ocidente.
Não se sabe ao certo a sua origem por sua cultura ser transmitida oralmente, sendo parte de sua história registrada por estrangeiros, o que por vezes se percebe desprezo e falta de imparcialidade.
Atualmente, acredita-se que eram originários de regiões entre a Suécia e norte da Alemanha, como da chamada Gotlândia (ilha sueca).
Os Ostrogodos (Godos do Leste), assim como os Visigodos (Godos do Oeste), compartilham a mesma origem sendo ambos Godos originalmente.

2. RELIGIÃO DOS OSTROGODOS
Eram politeístas e a sua religião é amplamente conhecida, sobretudo através de filmes, mitologias e de outro grande povo migratório e saqueador: os Vikings.
Ocorre que tantos os Godos quantos os Vikings parecem compartilhar a mesma ancestralidade, sendo, por exemplo, o culto a Odin realizado por godos e vikings.
Enquanto Odin é mais encontrado nas sagas vikings, Wotan e Odin é encontrado na história dos godos (e outros povos germânicos).

3. OSTROGODOS NA FEDERAÇÃO HUNA
Os Ostrogodos foram um dos primeiros povos bárbaros a sofrer as investidas dos cavaleiros hunos por volta da década de 370.
Após derrotar os valentes cavaleiros de origem iraniana, os Alanos, os hunos desabaram sobre os Godos ainda unificados.
O último rei dos godos unificados, Hermanrico, consciente da incapacidade de enfrentar os hunos naquele momento, cometeu suicídio.
Nesse momento, mais ou menos em 375, os Godos se dividiram em ao menos duas grandes partes: os Visigodos e os Ostrogodos.
Enquanto os Visigodos migravam para longe dos hunos, os guerreiros ostrogóticos liderados por Vithimer resolveram enfrentar os hunos em batalha acabando por serem derrotados, como previra o velho rei Hermanrico.
Dessa forma, mesmo derrotados, os hunos reconheceram a bravura dos ostrogodos, o que acabou com os germânicos entrando para a recém-criada federação dos hunos.
A partir desse momento poucos registros são encontrados sobre os ostrogodos que permaneceram à sombra dos hunos até meados de 450.

4. CAVALARIA DOS OSTROGODOS
Dentro da federação dos hunos, os guerreiros ostrogóticos rápida e eficazmente mudaram sua forma de lutar ao adotar a cavalaria para cargas letais.
A cavalaria ostrogótica se tornaria renomada e participaria de inúmeras incursões ao lado dos hunos, estando em determinada ocasião unida aos Visigodos contra o Império Romano por ocasião da Batalha de Adrianópolis.
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5. OSTROGODOS NA BATALHA DE ADRIANÓPOLIS (378)
Na Batalha de Adrianópolis, ocorrida em 9 de agosto de 378, os visigodos e ostrogodos arrasaram 20 mil dos melhores soldados de Roma, assim como dezenas de personalidades entre tribunos, generais e o próprio imperador, Valente.
Apesar de divididos, os ostrogodos e visigodos se reuniram, assim como alguns cavaleiros hunos, para o embate contra o Império Romano do Ocidente na Trácia (atual Turquia).
A presença dos cavaleiros hunos se deveria, entre outros, ao fato da futura investida de sua federação contra o Império Romano do Ocidente com a invasão da Gália (fato ocorrido no ano de 450).
Após o desastre romano em Adrianópolis, o Império Romano do Ocidente perdeu sua grande força de combate, sendo um dos marcos do seu real declínio.
Causa estranhamento um exército romano derrotado no território do Império Romano do Oriente, sim, mas o exército lá reunido era do Ocidente e os romanos, apesar da sua divisão do Império Romano, ainda formavam o Império Romano.

6. OS OSTROGODOS RETOMAM A LIBERDADE: REBELIÃO CONTRA OS HUNOS
Já sob o comando de Átila, o Huno, os hunos vivenciaram o auge e o declínio do seu poderio.
Átila, um astuto e feroz líder militar, conseguiu tributos de impérios e outros povos bárbaros, sendo capaz de liderar os hunos na invasão da Gália.
Contudo, em 451, após a trágica derrotada na Batalha dos Campos Catalúnicos, o exército de Átila perdeu a aura de invencível, entrando em declínio.
Átila veio a morrer em 453, o que deu aos ostrogodos e outros povos uma chance de rebelião.
Os ostrogodos, encabeçados por Valamiro, Videmiro e Teodomiro, rebelaram-se e após algumas batalhas conseguiram se desvencilhar da federação dos hunos que à época se encontrava em acentuado declínio.
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7. REINO DOS OSTROGODOS
Os ostrogodos, após a queda de Roma (476), acabariam por travar batalhas na Península Itálica, assim como mais ao norte, vencendo os Hérulos, que haviam deposto o último imperador romano, Rômulo Augusto.
Ao vencer os Hérulos e assassinar seu líder, Odoacro, os Ostrogodos sob a liderança de Teodomiro e principalmente Teodorico, o Grande, criaram um império na região.
Teodorico, o Grande, acabou por firmar acordos com Bizâncio, a capital do Império Romano do Oriente, restabelecendo os costumes romanos na Itália (algo que Odoacro havia retirado e perseguido).
O Reino dos Ostrogodos será abordado em matéria específica, logo constando o link para ela aqui.


REFERÊNCIA(S):
BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 3ª ed. reform. e atual. São Paulo: Moderna, 2007.
GILBERT, Adrian. Enciclopédia das Guerras: Conflitos Mundiais Através do Tempo. trad. Roger dos Santos. São Paulo: M. Books, 2005.
GIORDANI, Mário Curtis. História dos Reinos Bárbaros I. Petrópolis: Vozes, 1993.
GIORDANI, Mário Curtis. História dos Reinos Bárbaros II. Petrópolis: Vozes, 1993.
GUARINELLO, Noberto Luiz. História Antiga. 1. ed., 4ª reimp. São Paulo: Contexto, 2019.
KULIKOWSKI, Michael. Guerras Góticas de Roma. trad. Glauco Micsik Roberti. São Paulo Madras, 2008.
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