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Idade Antiga

Antiguidade: Clássica, Oriental e Tardia (Resumo)

Antiguidade é um termo amplo que, dentro da historiografia, trata-se de um período histórico do mundo delimitado e bem debatido.


Antiguidade clássica oriental e tardia e seus conceitos
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Escrito por Eudes Bezerra
Leitura: 5 minutos
Antiguidade clássica oriental e tardia e seus conceitos
Antiguidade é um termo amplo que, dentro da historiografia, trata-se de um período histórico do mundo delimitado e bem debatido. Créditos: / Montagem: Eudes Bezerra.

Antiguidade é um termo amplo que referencia o passado, mas dentro da historiografia, trata-se de um período histórico do mundo ocidental bem delimitado.

Em paralelo, faz-se possível abordar noções similares, como a diferença entre o clássico e o antigo.

Boa leitura!

TÓPICOS SOBRE A ANTIGUIDADE

1. Afinal, o que é antiguidade?
2. Antiguidade como separação entre civilização e barbárie
3. Civilização oriental x civilização ocidental
4. Antiguidade como algo clássico
5. Antiguidade como Antiguidade Tardia
Referências

1. AFINAL, O QUE É ANTIGUIDADE?

Antiguidade, também conhecida como Idade Antiga, é um período da história ocidental que começa com o surgimento da escrita e na constituição das primeiras civilizações complexas.

O seu fim é tradicionalmente demarcado pela queda do Império Romano, em 476 d.C., a partir de onde se inicia a Idade Média.

O termo é derivado da palavra antigo e o seu conceito é concentrado sob a ótica da história ocidental da Europa, contrastando com a palavra moderno também ocidental.

Tal contraste (diferença) é importante, visto que vai marcar e timbrar outras definições de antiguidade.

Ocorre que a palavra antigo, como se sabe, apresenta mais de um significado:

  • Pode significar o passado como um todo;
  • Pode se referir especificamente ao período histórico conhecido como Antiguidade; e
  • Pode também representar a ideia de algo clássico, vintage, em detrimento do velho que por vezes é usado para descrever ruína e decrepitude.

A palavra antiguidade também tem definição ambígua, podendo ser qualquer período histórico antes da Idade Média.

De igual modo, pode também se referir à cultura greco-romana ou à Antiguidade Tardia, termo este que cada vez mais é encontrado nos livros.

Pintura de Thomas Cole sobre a queda de Roma
A Antiguidade, ou Idade Antiga, como conhecemos atualmente deve passar por uma modificação de cronologia e nomenclatura no futuro em virtude de outros fatos além da queda de Roma em 476. Créditos: Thomas Cole. 

2. ANTIGUIDADE COMO SEPARAÇÃO ENTRE CIVILIZAÇÃO E BARBÁRIE

Segundo o historiador Rostovtzeff, em obra publicada na década de 1920, a Antiguidade é o começo do desenvolvimento do Homem.

Isso significa a formação da civilização, o que separou a vida política e social da ideia de barbárie por conta da complexidade das sociedades que surgiram.

A Idade Antiga teria o seu início no Oriente Próximo (Egito, Mesopotâmia, Egeu e Ásia Central) e o seu auge na cultura greco-romana.

A principal importância da antiguidade seria a herança que deixou para a vida ocidental moderna:

  • Comércio mundial;
  • Indústria em larga escala;
  • Principais formas de organização política (monarquia, federalismo, autogoverno);
  • Filosofia;
  • Ética; e a
  • Estética.

Dentro disso, a cronologia tradicional da história seria dividida em Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.

No entanto, este conceito é bastante criticado, uma vez que muitos historiadores, como Christine Dabat, que apontam que a antiguidade não engloba o nascimento da civilização como um todo.

Na verdade, engloba apenas o nascimento do mundo ocidental e o próximo a este (e leia-se: sempre com foco na Europa Ocidental).

Infográfico com a cronologia da história
A tradicional periodização ou cronologia da história decorre da milenar influência e dominação dos povos europeus. Atualmente ainda se utiliza com fim didático por sua ampla difusão. Créditos: Cecília Pereira Lopes. 

3. CIVILIZAÇÃO ORIENTAL X CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL

Dentro da tradição da História, a Antiguidade é dividida em duas porções, sendo uma a Clássica e a outra a Oriental, sendo a oriental:

  • O Egito, que é considerado o berço da civilização milenar;
  • A Mesopotâmia, que apresenta uma das mais importantes civilizações do mundo antigo, a mesopotâmica (Sumérios, Assírios, Babilônios e tantos outros);
  • Os hebreus, dos quais herdamos a moral;
  • Os fenícios, que inventaram o alfabeto fonético de modo a simplificar a comunicação e que seria incorporado pelos gregos e depois os romanos; e
  • Os persas, que formariam um vasto império (a primeira grande potência da história);

Já a ocidental, conhecida como Antiguidade Clássica ocorreu entre o século XVIII a.C. e o V d.C. nas imediações do Mar Mediterrâneo.

A Antiguidade Clássica compreende exclusivamente as civilizações da Grécia Antiga e da Roma Antiga, que formam o mundo greco-romano.

É nesse período que ambas as civilizações florescem e passam a exercer grande influência sobre a Europa, Norte da África e Ásia Ocidental.

escrita cuneiforme em barro
A Antiguidade Oriental é extremamente rica em diversos aspectos e influenciaram profundamente a Antiguidade Clássica, ainda que isso, embora fato, não seja difundido. Créditos: autoria desconhecida. 

4. ANTIGUIDADE COMO ALGO CLÁSSICO

Na Historiografia oficial, o termo clássico é comumente utilizado para designar a cultura greco-romana da antiguidade.

Por isso, a datação do termo de forma precisa, principalmente quanto ao espaço e tempo.

Dessa forma, a sua primeira definição é referente à produção dessa cultura.

Porém, a partir dessa definição, o clássico é encarado como se fosse uma obra de arte que serve de modelo, consenso, algo próximo da tradição.

Por fim, a Antiguidade é vista com uma visão idealizada.

Pelo conhecimento prévio que se tem sobre as obras de arte greco-romanas, a Antiguidade é encarada com certa familiaridade pela civilização ocidental.

Esse fato é bastante claro durante o período conhecido como Renascimento.

No Renascimento, a Antiguidade Clássica era considerada a “Idade de Ouro” para a humanidade, negando o valor da Antiguidade Oriental e o que mais não coubesse na Clássica.

No mesmo compasso, os renascentistas utilizavam a palavra antigo para caracterizar os elementos da cultura medieval, como se fossem velhos,  obsoletos e longe do ideal.

Isto é, o Renascimento, como o próprio nome diz, buscava se “desfazer” do Período Medieval, reconhecendo a Antiguidade Clássica como algo de valor.

5. ANTIGUIDADE COMO ANTIGUIDADE TARDIA

A Antiguidade Tardia é um tempo de transição entre a Antiguidade Clássica e a Idade Média, sendo encaixada entre os séculos III e VIII d.C.

Ainda que em certo debate historiográfico acerca do tempo ao qual abarca, a Antiguidade Tardia se iniciaria a partir da crise do Império Romano no fim do século III (por volta de 285).

Seu término ficaria por volta de 750, quando as impressionantes conquistas islâmicas haviam aparentemente finalizado e a dinastia carolíngia se punha no poder da Europa, principalmente com Carlos Magno.

Essa divisão histórica foi difundida na década de 1950 e defendida por diversos historiadores, ganhando cada vez mais força.

Para estes historiadores, esse momento de transição guardaria características próprias que o diferencia da Antiguidade Clássica e da Idade Média.

Porém, a Antiguidade Tardia não é totalmente defendida, pois muitos preferem encarar esse momento como Primeira Idade Média.

De qualquer forma, o conceito é sempre comentado, quiçá debatido, quando se estuda a Antiguidade.


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Só pedimos que cite o site, bastando fazer do seu jeito ou como no exemplo: 

Fonte: Incrível História: https://incrivelhistoria.com.br/

Obrigado!


REFERÊNCIAS

BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 3ª ed. reform. e atual. São Paulo: Moderna, 2007.

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 3. ed., 9ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2020.

SILVA, Alberto da Costa e. A Enxada e a lança: a África antes dos portugueses. 5ed. rev. e ampl.. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.

VINCENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002.

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PALAVRAS-CHAVE SECUNDÁRIAS: renascimento, mundo ocidental, cultura greco-romana, antiguidade tardia, idade antiga, idade média.

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Eudes Bezerra

35 anos, pernambucano arretado, bacharel em Direito e graduando em História. Diligencia pesquisas especialmente sobre História Militar, Crime Organizado e Sistema Penitenciário. Gosta de ler, escrever, planejar e principalmente executar o que planeja. Na Internet, atua de despachante a patrão, enfatizando a criação de conteúdo.

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